As chuvas que caem ininterruptamente nas cabeceiras do Paraguai e seus afluentes levaram a Defesa Civil estadual a antecipar plano de retirada emergencial das famílias ribeirinhas na planície pantaneira, em especial na região do Nabileque, município de Porto Murtinho, caso se confirme grande enchente neste ano. A Defesa Civil vem monitorando o nível do Rio Paraguai junto com a Marinha do Brasil desde o início do período de chuvas. Em Porto Murtinho – cidade devastada por duas grandes enchentes no século passado – o nível está em 3,63, mais de um metro acima do registrado no mesmo período de 2009, de 2,60 m, sinalizando cheia antecipada. De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros Damião Marques Nepomuceno, do destacamento de Murtinho, com registros de chuvas nas cabeceiras do Paraguai e tributários, como no município de Cáceres, em Mato Grosso, é esperada uma cheia significativa e mais cedo em Mato Grosso do Sul. Por conta disso, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil determinou elaboração de planos de retirada dos ribeirinhos nos próximos 30 dias, com a preparação de embarcações e, em casos mais críticos, montagem de barracas e fornecimento de gêneros alimentícios. “Procuramos trabalhar sempre com a prevenção. Como sabemos que chove muito em Mato Grosso, aguardamos a descida das águas com preparo de embarcações de médio e grande porte que vamos utilizar em caso de necessidade, como resgate de famílias, transportes de alimentos e medicamentos”, disse o oficial do Corpo de Bombeiros que integra corpo da Defesa Civil estadual. É importante salientar que os rios Aquidauana, Apa, Perdido, Negro, Aquidaban, Capivara e Tererê, Vermelho, Miranda, Taquari, Piquiri e Abobral estão todos cheios e toda essa água está direcionada para o rio Paraguai. “A nossa preocupação é mais com os ribeirinhos, porque a cidade tem proteção sólida do dique e isso nos tranquiliza, mas sem abrir mão de estarmos em prontidão”, disse Damião Marques Nepomuceno. (Colaborou Toninho Ruiz)