Advogado do empresário José Carlos Lopes, José Trad afirma que o cliente, um dos investigados na Operação Labirinto de Creta, da Polícia Federal, é inocente das acusações de fraude ao fisco e que acredita no “arquivamento das investigações”. Zeca Lopes, como é conhecido, é dono do frigorífico Frigolop, localizado em Terenos.
Segunda fase da operação foi desencadeada na manhã de hoje em Campo Grande, Terenos e São Paulo (SP) em combate a organização criminosa que utilizava empresas do setor frigorífico para cometer fraudes ao fisco de aproximadamente R$ 350 milhões.
O grupo é investigado por crimes de sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica, estelionato qualificado, fraudes previdenciárias e lavagem de dinheiro. Auditores da Receita Federal do Brasil também participam da ação.
Segundo José Trad, na residência de Lopes foi cumprido mandado de busca e apreensão, expedido pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, que atinge bens acima de R$ 5 mil. Entre os objetos apreendidos estão televisão e carros.
"O resultado dessa busca demonstrará que nada de irregular existe nos negócios do José Carlos, de modo que a gente acredita que irá lograr êxito no arquivamento dessas investigações”, disse o advogado.
Ainda segundo Trad, empresário não sabia que estava sendo investigado e defesa está se inteirando sobre o que está sendo apurado para se manifestar sobre o caso. Empresário foi surpreendido pelos agentes e colaborou com a busca.
“Considero desnecessário e abusivo até essas apreensões. É uma violência, uma medida sem sentido retirar objetos de uso íntimo. Vamos demonstrar que os objetos apreendidos foram adquiridos de forma lícita", disse o advogado.
LABIRINTO DE CRETA
Esta ação policial é desdobramento de operação deflagrada em 6 de novembro de 2014, que combateu ações ilegais do frigorífico Beef Nobre, que resultou na condenação de um empresário do setor a 5 anos e 8 meses de prisão por lavagem de dinheiro. Na ocasião, foram cumpridos mandados em Mato Grosso do Sul e interior do Paraná.
Informações preliminares repassadas na manhã desta sexta-feira pela PF, aponta que um grupo econômico que apresenta faturamentos elevados, tinha ausência ou inexatidão das escrituras contábeis. Os fiscais da Receita conseguiam apurar o crédito tributário deste grupo, mas não conseguia recuperar os valores sonegados, porque o quadro societário era composto por laranjas, pessoas sem capacidade econômica.
Na ação de hoje, são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na casas dos investigados e empresas ligadas à Organização Criminosa. Participam da operação 100 policiais federais e 18 auditores da Receita Federal.
*Colaborou Bruno Henrique