Depois de toda a repercussão dos pedidos de prisão de Gilmar Olarte e do empresário João Krampe Amorim, supostamente feitos pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) à Justiça e divulgados no início da noite de ontem (28) pela imprensa, o advogado do prefeito afastado, Jail Azambuja, foi até o Tribunal de Justiça nesta manhã para pedir investigação sobre vazamento de informações sigilosas.
Apesar de todo o processo que engloba a Operação Lama Asfáltica e Coffee Break correr em segredo de Justiça, há alguns dias surgiram rumores de que prisões seriam solicitadas e pedidos de afastamento de 17 vereadores protocolados pelo Ministério Público.
No início da noite de ontem, a imprensa da Capital divulgou a situação e os envolvidos afirmam terem sido surpreendidos.
Jail Azambuja, advogado de defesa de Olarte, foi nesta manhã ao TJ e disse que tanto a defesa quanto o ex-prefeito ficaram surpresos com os supostos pedidos.
“Se for confirmado que existe esse pedido, estamos surpresos porque até esse instante ele sequer foi notificado para prestar depoimento. Não há qualquer motivo para se fazer prisão do Olarte. Nós não tínhamos conhecimento, tomamos conhecimento através da imprensa”, afirmou.
Depois de ir ao TJ, o advogado afirmou que protocolou na Justiça pedido para que seja feita apuração “porque há indícios que houve vazamentos de pedido que estavam sob sigilo”. Ainda segundo Jail, ele solicitou investigação sobre crime em razão do vazamento das informações.
“Circunstância do vazamento indica conotação política e de constranger poder judiciário a proferir a decisão”, completou.
PEDIDOS
Os pedidos de prisão de Olarte e Amorim se deram em razão de entendimento do MPE de que eles chefiarem organização criminosa que supostamente teria financiado a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), em março do ano passado.
Há rumores de que também há pedido de prisão para o empresário Carlos Naegele, que, segundo apurado pelo Gaeco, nas investigações, teria recebido propina de R$ 950 mil.
Além disso, o pedido de afastamento de 17 vereadores conta com Vanderlei Cabeludo (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Coringa (PSD), Chiquinho Telles (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Flávio César (PT do B), Eduardo Romero (PT do B), Otávio Trad (PT do B), Waldecy Chocolate (PP), Jamal Salém (PR), João Rocha (PSDB), Airton Saraiva (DEM), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão (PSB) e Edson Shimabukuro (PTB).