A Polícia Federal adiou o depoimento do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que estava inicialmente previsto para a manhã desta quarta-feira (7), após pedido feito pela defesa. A nova data para o depoimento foi marcada para sexta-feira (9), às 9h.
O advogado Cezar Bitencourt, que defende Loures, afirmou que pediu às autoridades mais tempo para ter acesso a todo o material das investigações. O advogado disse ainda que, se o adiamento não fosse concedido, a orientação que daria era para Loures se manter em silêncio durante a audiência.
Loures, que também é ex-assessor do presidente Michel Temer, foi preso preventivamente no último sábado (3). Em março, ele foi flagrado pela PF recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil.
Segundo delações de executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, o dinheiro era a primeira parcela de uma propina que seria paga por 20 anos.
Com o adiamento do depoimento, também deve ser postergada a transferência de Loures para o presídio da Papuda, em Brasília. Desde sábado, ele está no prédio da superintendência da Polícia Federal, também em Brasília, numa cela de 9 metros quadrados, com beliche e uma cama. O local não tem televisão, pia, chuveiro, nem janelas.
Na Papuda, Loures vai ficar na chamada "ala de vulneráveis", construída para receber presos do mensalão. A transferência está prevista para ocorrer após o depoimento.
Outro pedido da defesa
Nesta terça-feira (6), a defesa de Rocha Loures pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-deputado passe por audiência de custódia (audiência com juiz que analisa se há necessidade da manutenção da prisão após flagrante) antes de eventual transferência para o presídio.
O ministro Fachin enviou o pedido para manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A defesa também pediu ao STF que assegure a Rocha Loures o direito de não ter a cabeça raspada caso seja transferido para o presídio, "como fizeram no Rio de Janeiro com Eike Batista" diz o texto do pedido.