A tensão registrada nos últimos dias na Câmara Municipal em razão de pedidos do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) para afastamento de 17 vereadores desapareceu assim que o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça, negou a solicitação, nesta quinta-feira (1º). O presidente interino da Casa, Flávio César (PT do B), falou sobre Justiça ter sido feita.
A sessão corre tranquilamente na Casa de Leis e o alívio dos vereadores pode ser claramente notado. No entanto, alguns ainda questionam o fato do Tribunal de Justiça ou o próprio Ministério Público Estadual não terem divulgados informações oficiais, já que o caso segue sob segredo de Justiça.
Para o vereador Chiquinho Telles (PSD), o momento agora é de retomada nos trabalhos. “Tudo é extra oficial, precisamos trabalhar normal porque a vida continua”, disse.
Outro que diz tranquilo, mas incomodado com o fato de nada ser oficial até agora é o vereador Carlão (PSB).
“Fiquei sabendo do afastamento em grupo do WhatsApp, se não houve o pedido ou decisão, vamos ficar mais tranquilos”, concluiu.
O presidente interino da Casa de Leis, Flávio César (PT do B) afirma que não havia necessidade para pedido de afastamento dos 17 vereadores, já que nenhum deles oferecia risco às investigações.
"A decisão que o desembargador deferiu foi bastante coerente até por conta daquilo que a gente observa no documento já expedido, onde não havia nenhuma necessidade de afastamento de nenhum vereador da casa, até porque está em fase de investigação, e Câmara tem contribuído de todas as formas para que toda situação seja esclarecida para a população de Campo Grande", disse.
O vereador afirmou ainda, que o desembargador teria afirmado na decisão que um dos motivos de indeferir pedido de afastamento seria o vazamento dos pedidos, que seriam de responsabilidade do próprio Ministério Público.
PRISÃO
A Justiça decretou a prisão do prefeito afastado Gilmar Olarte e do empresário João Krampe Amorim. Por volta das 6h30 desta quinta-feira (1º) oficial de Justiça acompanhado de policial militar foram até a casa de Olarte, mas o ex-prefeito não foi encontrado. Os pedidos de prisão foram feitos pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em decorrência das operações Coffee Break e Lama Asfáltica.
A decisão de acolher pedido do Ministério Público foi tomada pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça. Ele decretou prisão temporária por cinco dias de Olarte e Amorim.
No início da manhã, oficial de Justiça e policial militar, em carro descaracterizado, foram até a casa de Olarte, no bairro Itanhangá Park, e permaneceram por 20 minutos na casa do ex-prefeito. Eles fizeram buscas na residência, mas não encontraram Olarte.
O advogado do prefeito, Jail Azambuja, estava na casa e disse ao Correio do Estado que não sabe do paradeiro do cliente, mas irá ingressar com pedido de habeas corpus.
Para Azambuja, o pedido de prisão feito pelo Gaeco e acatado pelo desembargador é “esdrúxulo”.
Apesar da prisão de João Amorim também ter sido decretada, até agora nenhuma movimentação foi vista na casa dele. A reportagem acompanha o caso.