Preocupados com uma hipotética situação de maus tratos de 17 policiais militares que estão no presídio federal de Campo Grande acusados de integrarem um bando de extermínio que agia em Goiás, deputados da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa daquele Estado estão em Campo Grande. Os parlamentares - um deles major PM - defendem também que o grupo seja ‘devolvido’ para o local de origem.
Os policiais militares foram transferidos para a Capital no último dia 16. Entre os presos, oficiais do alto escalão da polícia militar de Goiás. A comissão é presidida pelo deputado Mauro Rubem (PT) e composta pelo presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia de Goias, Major Araújo e deputados José de Lima (PDT), José Vitti (PRTB), Cristóvão Tormin (PTB) e Carlos Antônio (PSC).
Conforme informações da Assembleia Legislativa de Goiás, há denúncias de que os oficiais presos em Campo Grande não estariam sendo “bem tratados” e os parlamentares irão verificar se houve a violação de direitos dos presos. Para o presidente da Comissão, “os desvios de conduta precisam ser investigados, entretanto, não precisamos agir como se fosse uma revanche. O fato de serem condenados, não justifica de forma alguma a presença de maus tratos”
As prisões ocorreram durante operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal no dia 15 de fevereiro e o grupo é acusado de simular combates para cometer os crimes. Investigações apontam outros homicídios praticados pela organização criminosa, inclusive durante horário de serviço e com uso de viaturas da corporação, de maneira clandestina e sem motivação que legitimasse a ação dos policiais. As investigações da Polícia Federal há duram um ano e revelam ainda que a organização era especialista na ocultação de cadáveres. Entre os mortos, crianças, adolescentes e mulheres que não tinham qualquer envolvimento com a prática de crimes.
Entre os investigados pela operação estão também, o ex-secretário de Segurança Pública e o ex-secretário de Fazenda de Goiás, suspeitos de terem praticado tráfico de influência.
Major Araújo contesta notícias veiculadas pela imprensa de que o presídio militar de Goiânia não é seguro e oferece regalias aos detentos. "Realmente não oferece muita segurança, pois é improvisado, porém temos o menor índice no País de fugas e outros problemas", diz. Explica também que os presos contam com tratamento diferenciado, mas apenas dentro das prerrogativas asseguradas pela lei aos militares.
O parlamentar se diz decepcionado com a Polícia Federal, que, segundo ele, seria a responsável pela divulgação dessas informações. "Esperávamos que a polícia prestasse esclarecimentos, por exemplo, sobre a existência do tal cemitério clandestino, que até hoje não foi encontrado", critica.