Em três anos, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) em Mato Grosso do Sul aumentaram 129%, totalizando, no período, R$ 13,38 bilhões. O valor, que passou de R$ 1,95 bilhão em 2010 para R$ 4,48 bilhões em 2013, financiou, sobretudo, a expansão industrial em Três Lagoas, com destaque ao setor de celulose, segundo reportagem na edição de hoje (13) do jornal Correio do Estado. Ontem, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, ouviu, em reunião a portas fechadas na governadoria, conclusões de um estudo sobre instalação de uma fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo. Coutinho também foi homenageado na Assembleia Legislativa, recebendo o título de cidadão sul-mato-grossense.
De acordo com os números do BNDES, a maior parte dos financiamentos da instituição em Mato Grosso do Sul foi destinada a empreendimentos da Eldorado e da Petrobras (fábrica de fertilizantes) em Três Lagoas. Duas operações realizadas pela Eldorado somam R$ 3,62 bilhões, sendo R$ 3,22 bilhões (o maior valor desembolsado pelo BNDES no Estado) contratados em 2011 e R$ 393,8 milhões no ano seguinte. Já a Petrobras financiou R$ 2,19 bilhões.
Segundo a reportagem de Osvaldo Júnior, durante a reunião na governadoria (nos poucos minutos em que as portas foram abertas à imprensa), Luciano Coutinho destacou que Mato Grosso do Sul apresenta “condições excepcionalmente favoráveis do ponto de vista florestal”, mas admitiu preocupar-se com o “desafio da logística”. Os participantes do encontro não informaram detalhes sobre o que foi discutido, alegando que a empresa interessada em investir na produção de celulose em Ribas do Rio Pardo solicitou sigilo por interesses de mercado. Apenas disseram que a reunião objetivou a apresentação ao BNDES do projeto de viabilidade para instalação do empreendimento. Não teria sido requerido do banco nenhum valor.