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Inteligência artificial é criada para conter fraudes em vistorias do Detran

Tecnologia fará do Detran-MS o 1º do Brasil a usar computador para evitar irregularidades veiculares

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Está em fase de criação no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) uma inteligência artificial que será capaz de identificar irregularidades nas vistorias veiculares no Estado.

A medida tem como objetivo conter os casos de fraudes flagrados em MS e que já foram alvos de investigação por parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

 

Segundo a diretora de Registro e Controle de Veículos do Detran-MS, Loretta Figueiredo, atualmente, durante as vistorias, o funcionário, seja do Departamento, seja de vistoriadora credenciada, deve fazer fotografias do veículo para comprovação de que o carro, motocicleta ou caminhão liberado não tem nenhuma adulteração indevida que não consta no documento.

Entretanto, como muitas vistorias são feitas diariamente, o Detran-MS analisa esses dados por amostragem, sendo possível filtrar uma parcela dessas fraudes, mas nem todas, por conta da quantidade de servidores ser inferior à demanda pelo serviço.

“Como o fluxo de vistorias realizadas aumentou, a gente tem de aumentar o controle. Então, uma forma de aumentar o controle na nossa realidade foi usar a tecnologia a nosso favor".

"Não existe possibilidade de contratar uma equipe de 100 pessoas para fazer esse serviço, então nós nos adaptamos e trazemos a tecnologia para o nosso lado e estamos criando essa inteligência artificial que fará todo o serviço de inúmeros funcionários e tentará brecar as fraudes, dando mais credibilidade para o serviço prestado”, declarou Loretta.  

Até o início de setembro deste ano, o Detran-MS havia registrado 251.621 vistorias no Estado todo. Em 2020, foram feitas 386.916; já em 2019, o órgão apontou 385.324 serviços desse tipo. 

Em todos eles foram registradas as imagens e encaminhadas para um banco de dados do Departamento, em que uma parte é checada.

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“As vistorias hoje das empresas credenciadas são todas digitais, então elas tiram as fotos dos veículos, fazem upload [envio de informação] do sistema, gera um laudo em pdf, e entrega na mão do cliente. Hoje, já diminuiu bastante essa questão de fraude eletrônica por causa do nosso controle". 

"A gente faz o acompanhamento in loco inclusive, faz visitas diárias nas vistoriadoras do Estado todo". 

"A gente trabalha para melhorar a credibilidade disso, diante das investigações realizadas anteriormente, só que como está aumentando muito a frota, aumentando a quantidade de vistorias, está tudo aumentando, então, para atender a essa demanda, a gente vai ter de ir para o digital”, completou a diretora do Detran-MS

De acordo com o Departamento, a inteligência artificial ainda está sendo criada, ela vai receber imagens, vai aprender o que é um chassi adulterado, quais são as possíveis formas de adulteração do chassi ou do motor e outras adulterações que também não são permitidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Como o rebaixamento de veículos sem autorização do Detran.

Para este último, caso ele seja flagrado sem essa regularização no órgão de controle, o proprietário pode ser multado e o veículo ficar retido. 

O rebaixamento de veículos, alternativa muito comum, deve ser feita apenas quando houver autorização do Detran-MS, além de respeitar as medidas mínimas exigidas no CTB.

“Se ela [inteligência artificial] identificar uma irregularidade, ela informa a um operador que estará aqui, a gente já tem essas pessoas, e eles vão analisar essas vistorias, se elas estavam realmente irregulares ou se foi uma inconsistência do sistema". 

"Daqui um tempo, a gente vai deixar de fazer [conferência] por amostragem e a IA vai fazer todas as imaginas e separar o que é suspeito e o que não é, dando mais segurança aos nossos processos”, contou Loretta.

FRAUDES

A 30º e a 31ª Promotoria de Justiça de Campo Grande já abriram investigação contra as empresas credenciadas de vistoria (ECVs) que atuam em parceria com o Detran-MS. 

Entre as investigações, denúncias de fraudes nas vistorias foram apontadas.

Um dos inquéritos que tramitava na 31ª Promotoria chegou a ser arquivado depois que o Detran-MS implementou tecnologias para ajudar a conter as fraudes.  

Segundo a diretora de Registro e Controle de Veículos, quando é identificada uma fraude esses veículos são apreendidos e uma investigação é aberta para saber como esses carros passaram e qual funcionário liberou o veículo – e se isso ocorreu.

“As suspeitas de fraudes a gente prende aqui mesmo e manda para a Corregedoria, eles abrem processo, mandam para laudo pericial e para o Instituto de Criminalística, onde fazem o exame metalográfico para identificar qual é aquele veículo. Eles fazem todo um exame no veículo para saber qual é o original".

"Ai é o Instituto de Criminalística que vai dizer, se está adulterado ou não, se estiver, é uma suspeita de crime, então sai da Corregedoria e vai para a Delegacia de Trânsito, aí abre-se o inquérito policial e apura o crime de adulteração”, explica Loretta.  

Para quem comete essas adulterações, a pena pode ser de reclusão de três a seis anos e multa. 

“O que a gente tem de fazer uma ressalva importante nessa questão de fraude é para que o cidadão não acredite no jeitinho, não acreditar que alguém de fora ou de dentro do Detran vai resolver aquela irregularidade, isso não vai prosperar em função dos controles de informática que a gente tem”, afirmou o diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade Junior.

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"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

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Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

MEIO AMBIENTE

MS avalia condições de pagamento antes de regularizar Fundo Pantanal

Até o momento, Governo não conseguiu recursos externos para financiar o Fundo, e conta com os R$ 40 milhões de investimento próprio; Expedições estão sendo feitas ao Pantanal para regulamentação

19/04/2024 09h30

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala sobre a criação de fundo biomas em Campo Grande Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Quatro meses após a sanção da Lei do Pantanal, o Governo do Estado ainda está avaliando as condições de pagamento aos produtores para regulamentar o Fundo Clima Pantanal.

No final de março, uma expedição percorreu os pantanais da Nhecolândia, do Paiaguás e do Abobral, pra reunir informações e elaborar o texto de regulamentação do fundo. 

Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a regulamentação do Fundo Clima Pantanal deve sair até o final desse semestre, e uma nova expedição, agora com o setor de Organizações Não Governamentais (ONGs) e ambientalistas como o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e o SOS Pantanal, será realizada no dia 22 de maio. 

“Nós temos que ver o que nós vamos pagar do Programa de Serviços Ambientais (PSA) e por isso fizemos aquelas expedições, e vai ter uma agora, com as ONGs, para a gente ver o que realmente vai ser remunerado aos produtores”, comentou Verruck. 

Ainda de acordo com o secretário, o Fundo Pantanal possui atualmente apenas o investimento realizado pelo próprio governo do Estado, de R$ 40 milhões, e a Semadesc tem trabalhado na divulgação, tanto do fundo, quanto da Lei do Pantanal, para tentar angariar recursos para a iniciativa, no entanto, Jaime Verruck aponta que ainda não houve nenhuma sinalização clara de aceitação. 

“Nós estamos apresentando em todos os fóruns para tentar conseguir recurso internacional. Nesse momento o que nós temos é os R$ 40 milhões do Governo do Estado.

Como a própria ministra destacou, hoje todo mundo está avançando na estrutura de seus fundos, então nós estamos apresentando, mas até agora não temos nenhuma sinalização clara de alocação de algum recurso”, esclareceu o secretário. 

A iniciativa de criação de fundos para conseguir recursos para a preservação de biomas, como Mato Grosso do Sul fez em relação ao Pantanal, é algo que vem sendo pensado para outros ecossistemas, como o Cerrado e a Caatinga, e que já foi posto em prática na Amazônia Legal, através do Fundo Amazônia. 

Em dezembro, no evento de sanção da Lei do Pantanal, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MAMC), Marina Silva, afirmou que tinha sugerido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a criação de um fundo nacional para os biomas brasileiros, similar ao Fundo Amazônia. 

A ideia era de que com o fundo todos os biomas do país fossem contemplados e pudessem angariar recursos que seriam direcionados principalmente para a sua preservação, podendo inclusive, fazer parcerias com fundos estaduais já criados, como o Fundo Pantanal. 

A ministra relata que o debate que está sendo feito com os governos estaduais atualmente, está sendo direcionado para os planos de combate ao desmatamento em todos os biomas, e que nesse diálogo, surgiu o interesse de criação de fundo para esses ecossistemas. 

“A Amazônia tem um apelo muito grande e ela já tem um fundo, mas os demais biomas, se a gente fizesse uma composição, talvez a gente tivesse mais eficácia. Mas eu compreendo, porque cada bioma quer ter o seu fundo, quer ter seu espaço, e essa é uma discussão que a gente está fazendo com os consórcios de cada região”, informou a ministra. 

A deputada federal Camila Jara (PT), acrescentou ainda que existe uma legislação tramitando para a criação de um fundo que abrange todos os biomas brasileiros, e que está na Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, sendo o parlamentar Pedro Campos (PSB-PE), o principal nome para ser o relator. 

“Eu acho que o melhor seria se a gente criasse um fundo biomas, e aí sim, em vez de ter uma ‘moqueca de dinheiro’ em cada fundo, a gente pudesse ter um fundo que pudesse receber, inclusive, recursos das emendas parlamentares, das emendas de bancada, para que a gente possa mudar a história do enfrentamento do desmatamento, do ataque ao Pantanal, que a gente possa virar essa página”, comentou Marina Silva, em seu discurso durante visita à Campo Grande, nessa quinta-feira.

O Fundo Amazônia, principal modelo de iniciativa voltada para captar doações para investimentos em ações de prevenção, combate e monitoramento do desmatamento e promoção da conservação, criado em 2008, recebeu até o fim de 2022 R$ 3,396 bilhões em recursos da Noruega, Alemanha e Petrobrás.

SERVIÇOS AMBIENTAIS 

Além da iniciativa do Fundo Clima Pantanal, o governo de MS também possui, desde dezembro de 2021, o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que “visa a conservação das florestas e demais formas de vegetação natural privadas existentes, restauração ecológica das florestas e demais formas de vegetação natural privadas, conversão de pastagens e terras degradadas para usos alternativos da terra”, expõe o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 

Em junho do ano passado, o programa foi estendido para esforços de restauração e proteção da biodiversidade, clima e estoques de carbono no âmbito das bacias hidrográficas. O PSA abrange um total de 571.800 hectares de áreas que se comprometeram com a conservação ambiental.

Já de acordo com a Lei do Pantanal, a prioridade é a preservação dos corredores de biodiversidade, delimitados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os produtores devem receber pela preservação da fauna e flora pantaneira, pela recuperação de pastagens degradadas, recuperação de vegetação nativa, entre outros. 

Não há mais informações sobre os critérios que serão adotados para a participação dos produtores no fundo.

SAIBA

De acordo com a lei, o Fundo Clima Pantanal poderá ter outras fontes de financiamento, como multas ambientais aplicadas pelo Imasul, emendas parlamentares, transferências de saldos de outros fundos e recursos de venda de crédito de carbono.

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