A ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi ontem personagem principal de uma sessão do Congresso organizada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDBAP), para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Ela sentou-se à mesa ao lado de Sarney e do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDBSP). A senadora Marina Silva (PV-AC), também pré-candidata, teve de acompanhar a solenidade na última fileira do plenário. Dilma aproveitou a chance para usar a tribuna do Senado como palanque de campanha eleitoral ao falar da participação da mulher na política. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) foram encarregadas de fazer as honras da casa, com discursos em defesa de uma candidatura feminina nas eleições presidenciais. “Se uma mulher chegar à Presidência, todas as mulheres se sentiriam na Presidência”, disse Slhessarenko. Em discurso, Dilma expôs, de forma discreta, sua plataforma de campanha para o eleitorado feminino. Ela avaliou serem as mulheres aptas a assumir postos importantes na política, porque são “sensíveis”, “práticas” e “sensatas”. “Elas são fortes e não se curvam à dor, são corajosas”, afirmou. “Sempre me perguntam se uma mulher está preparada para assumir a Presidência”, disse. “Eu respondo que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente e as mulheres estão preparadas”. Dilma informou que o governo incluirá no PAC 2, que será lançado dia 29, a meta de construir seis mil creches em três anos. A ministra reconheceu não atender à grande demanda as 1.788 creches construídas pelo atual governo. Ela defendeu maior atenção às mulheres grávidas. “A maternidade é usada para desqualificar a mulher”, disse. “Devemos proteger as mulheres grávidas e seus filhos”, completou. No momento, está em tramitação na Câmara Proposta de Emenda Constitucional, que torna obrigatória a licença-maternidade de seis meses. Sobre a violência contra mulheres, Dilma disse que o governo não estuda nenhuma alteração na Lei Maria da Penha, que prevê punições para agressores de mulheres. Só depois que Dilma se retirou do plenário, Marina Silva subiu à tribuna para discursar. Marina queixou-se do PT. “A razão pela qual saí do partido foi a mesma pela qual fiquei nele durante 30 anos: a defesa da minha causa, que é a defesa de uma sociedade culturalmente mais diversa, politicamente mais democrática e socialmente mais justa”. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que disputa o posto de vice-presidente na chapa de Dilma, afirmou em entrevista que a candidatura da petista será a primeira de uma mulher à Presidência. Ele esqueceu de mencionar a candidatura de Heloísa Helena, pelo PSOL, em 2006.