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Diretoria eleita da OAB-MS será empossada na próxima terça, 28 de janeiro

Atual presidente da Diretoria Seccional, Bitto Pereira, foi reeleito com 56,8% dos votos em novembro de 2024

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A nova diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) será empossada na próxima terça-feira, dia 28 de janeiro.

A solenidade será realizada no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, no Parque dos Poderes em Campo Grande, a partir das 18h.

Quem assumirá o posto de presidente da OAB-MS, será novamente Bitto Pereira, reeleito com 56,8% dos votos em 22 de novembro de 2024, para o triênio 2025-2027.

Além de Bitto Pereira, a diretoria seccional "Pelo Futuro da OAB" é composta por Marta Taques, como vice-presidente; Luiz Renê Gonçalves do Amaral, como secretário-geral; Letícia Arrais Miranda Guimarães, como secretária-geral adjunta; e Fábio Nogueira Costa, como diretor-tesoureiro.

Mais de 5 mil votos

Ao todo, 8.867 advogados compareceram para votar. O advogado Bitto Pereira venceu Lucas Rosa após receber 5.041 votos, contra 3.429 de Rosa. Outros 177 votaram em branco e 220 anularam o voto. 

O ex-presidente da OAB-MS, Mansour Elias Karmouche, ressaltou a vitória expressiva de Bitto, que inclusive - em suas próprias palavras - obteve mais votos do que ele na campanha. 

Ao comentar a vitória, o presidente reeleito da OAB-MS ressaltou que teve uma vitória "maiúscula". Para o próximo triênio a promessa foi de empreendedorismo na advocacia. 

"Esse é o momento de externar a nossa gratidão a uma festa democrática que escolheu optar por um trabalho que nós fizemos não só na Capital, mas em todas as subseções. Foi uma vitória histórica que nos deixa com muita alegria e com muito mais vontade de trabalhar, então aproveito para agradecer a advocacia sul-mato-grossense", ressaltou Bitto. 

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candidata derrotada

"Terrorista de direita" volta a ser nomeada na prefeitura da Capital

Com nível superior incompleto, a jornalista Juliana Gaioso ganhou notoriedade nacional ao postar foto segurando uma pistola e uma imagem de Nossa Senhora

15/02/2025 09h07

Imagem da bolsonarista Juliana Gaioso é da campanha para vereador de 2020, ano em que conseguiu 744 votos

Imagem da bolsonarista Juliana Gaioso é da campanha para vereador de 2020, ano em que conseguiu 744 votos

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“Famosa” por postar em suas redes sociais uma foto segurando em uma das mãos uma pistola e na outra uma imagem da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, a jornalista bolsonarista Juliana Gaioso Pontes voltou a ser nomeada para a prefeitura de Campo Grande. 

O nome da jornalista, junto com quase uma centena de outras nomeações, saiu em edição extra do diário oficial da prefeitura de Campo Grande publicada no fim da tarde desta sexta-feira (14)

No ano passado ela já ocupava cargo de confiança na prefeitura da Capital, mas foi exonerada para disputar uma vaga para vereadora pelo PP, mesmo partido da prefeita. Nas urnas, porém, seu desempenho não foi dos melhores, obtendo apenas 562 votos. Outros 169 concorrentes ficaram à sua frente. 

Mas, apesar do mau desempenho, a jornalista que em dezembro de 2022 recebeu em sua casa uma “visita” da Polícia Federal por conta de seu suposto envolvimento nos atos antidemocráticos depois da derrota de Jair Bolsonaro para a presidência, foi nomeada para um dos mais altos cargos da administração, ficando atrás apenas de secretários e diretores de autarquias e fundação.

Ela foi nomeada para “exercer o cargo em comissão de Assessor-Executivo I, símbolo DCA-2, na Secretaria Especial da Casa Civil”, que lhe garantirá salário da ordem de R$ 13 mil mensais, remuneração bem superior à grande maioria dos jornalistas que prestam serviço na assessoria da prefeitura, que recebem menos da metade deste valor. 

O cargo é o mesmo do qual fora exonerada em julho do ano passado. Nesta secretaria, a jornalista que à Justiça Eleitoral informou ter grau superior incompleto, será subalterna da secretária Thelma Nogueira Lopes, que por sua vez é cunhada da prefeita Adriane Lopes. 

Antes de ter disputado vaga para a Câmara de Vereadores, Juliana já havia se candidatado a deputada federal pelo PRTB, em 2022. Naquela disputa, teve um desempenho um pouco melhor, recebendo 2.042 votos. O primeiro colocado naquele ano foi o também bolsonarista Marcos Pollon, com 103.111 votos, defensor do armamentismo, assim como ela. 

Mas a foto que lhe deu “notoriedade” nacional como “terrorista de direita” é da eleição de 2020, quando também tentou uma vaga para vereadora, daquela vez pelo PSL, partido pelo qual se elegera Bolsonaro. Naquela disputa foi melhor do que em 2024, conseguindo 744 votos. Além da “santinha” e da pistola, a foto ganhou destaque por conta de uma série de armas e munições estampadas na camiseta que vestia. 

Ela também já foi assessora da senadora Soraya Thronicke e ocupou cargo político na Câmara de Campo Grande. Em dezembro de 2022 a Polícia Federal apreendeu seu celular durante operações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O serviço secreto da polícia estadual apontou Juliana como uma das organizadoras do acampamento que durante semanas ficou em frente ao comando do Exército em Campo Grande. À época, ela se defendeu dizendo que somente fazia cobertura jornalística no local. 

 

Reviravolta

Jornalista assassinada por noivo queria escolta da polícia; atendimento será investigado

"Eu to bem impactada com o atendimento da Casa da Mulher Brasileira", disse a jornalista horas antes de ser morta; Polícia Civil vai investigar negligência no atendimento

15/02/2025 05h00

Vanessa Ricarte, em sua última foto postada no Instagram

Vanessa Ricarte, em sua última foto postada no Instagram Redes Sociais/Reprodução

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A jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, contava com a escolta policial para buscar seus pertences em casa. Algumas horas antes de morrer, ela enviou um áudio por aplicativo de mensagens para uma amiga, informando:

“Estou indo com o (cita o nome de um amigo, que terá a identidade preservada) na delegacia. Vou chegar com  a polícia para tirar ele de dentro de casa”, disse à  amiga, em áudio primeiramente publicado no site “Comunica na TV”.

Ocorre que a escolta que Vanessa esperava contar não ocorreu. O que houve, segundo as delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz, foi a oferta do abrigo da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para que ela ficasse, o que, segundo as mesmas delegadas, foi recusado por Vanessa.

Vanessa foi com o amigo para a casa dele, mas fez uma parada em sua própria casa antes para pegar suas roupas. Ocasião em que ela foi assassinada. Caio Nascimento já estava esperando por ela.

Em mais um áudio enviado por Vanessa, agora direcionado a um outro amigo, ela se queixa da frieza com que foi atendida pela delegada plantonista na madrugada de quarta-feira, quando foi à Deam )(Casa da Mulher Brasileira) pela primeira vez. Vanessa ainda afirmou que a delegada se recusou a lhe dar detalhes do histórico de agressão do noivo, o qual horas mais tarde a mataria.

“Está explicado porque não aconteceu nada com o Caio. O jeito que ela [delegada] me tratou, bem prolixa, seca”, disse Vanessa.

A jornalista continuou o desabafo ao amigo:

“Ela toda hora me cortava, e eu dizia ‘eu queria entender quem que é essa pessoa’. Foi então que ela falou para mim que não poderia passar o histórico dele, mas que eu já sabia, porque ele mesmo  já  havia falado das agressões. Eu disse: ‘Eu queria entender a natureza dessas agressões’, contou Vanessa.

“Parece que tudo protege o agressor”, comentou Vanessa horas antes de morrer, desabafando sobre a negativa da delegada, que justificou que os antecedentes do noivo dela são protegidos por segredo de Justiça e sigilo policial.

INVESTIGAÇÃO

A existência do áudio da vítima de feminicídio, horas antes de ser assassinada, provocou uma reviravolta no caso. Agora, também haverá uma investigação disciplinar dentro da Polícia Civil para apurar se Vanessa Ricarte teve a proteção que o sistema, em tese, deveria oferecer a ela.

O delegado-geral Lupércio Degerone Lúcio informou que um procedimento será aberto. “Quero ressaltar que, por orientação do governo do Estado e do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, determinei um procedimento apuratório para verificar eventuais falhas nesse atendimento, no âmbito da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher”, disse o delegado-geral.

A fala do delegado ocorreu após uma reunião no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul com a desembargadora Jaceguara Dantas, responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência.

“Tivemos uma reunião no Tribunal de Justiça do Estado visando o aprimoramento e aperfeiçoamento no âmbito da delegacia, até o posterior deferimento das medidas protetivas, com a finalidade de dar mais celeridade na execução do atendimento, evitando que situações como essa, resultando na morte da vítima, venham a ocorrer”, concluiu o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

Desprotegida

O Correio do Estado apurou que, por ora, há apenas a declaração das delegadas de que um abrigo foi oferecido a Vanessa.

Vanessa voltou para casa com um amigo, levando a versão impressa da medida protetiva que a Justiça lhe concedeu. Não há notícia de que a proteção para retirada de pertences tenha sido oferecida.

A medida de proteção para retirada de pertences integra o protocolo de proteção à vítima de agressão e, conforme as delegadas da Deam afirmaram em coletiva à imprensa, deve ser solicitada pela própria vítima à Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande.

Via-crúcis

A coordenadora do Fórum Permanente pela Vida de Mulheres e Meninas de MS (MCria), Ceureci Fátima Santiago Ramos, disse ao Correio do Estado que as mulheres vítimas de violência enfrentam uma verdadeira via-crúcis para obter proteção.

Segundo Ceureci, que fundou o MCria junto a outras mulheres após ter sentido a violência doméstica na pele, tudo depende da própria vítima: desde o transporte até o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) até mesmo o acionamento da Guarda.

“O poder público não protege ninguém. É cada uma por si e Deus por todas elas”, afirma.
A coordenadora do MCria ressalta que raramente é ofertado transporte ou escolta imediata para as vítimas. No caso de busca de pertences, é necessário que a vítima tenha uma espécie de guia (ou tenha posse da ocorrência) e solicite a escolta à Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande.

“Às vezes, a gente mesmo, no MCria, solicita à Guarda a retirada dos pertences. E isso é um problema, porque a resposta que recebemos é de que a instituição não tem muitas viaturas e que o agendamento é sempre para uma data distante do dia do registro do B.O. (boletim de ocorrência)”, explica.

“O que posso dizer é que demora. Quando é um caso de pedido de retirada de pertences em que há urgência, a espera varia de 5 a 10 dias. Quando não há urgência, leva de 30 a 40 dias”, acrescenta.

Prisão

Nesta sexta-feira (14), o músico Caio Nascimento Pereira, 35 anos, teve sua prisão em flagrante convertida em prisão preventiva durante audiência de custódia.

Ele já tinha histórico de agressões contra ex-namoradas e até contra a irmã e a mãe. Vanessa, assim como outras mulheres, desconhecia esse passado. Pudera: todo processo de violência doméstica tramita sob segredo de Justiça, que, em tese, deveria proteger a vítima. Apenas autoridades policiais, membros do Judiciário, algumas pessoas próximas e as próprias vítimas tinham conhecimento do histórico de Caio.

O músico mantinha bom relacionamento com seus pares. Em seu perfil no Instagram, há várias publicações ao lado de músicos famosos em Campo Grande.

Na noite de quinta-feira, a classe dos músicos começou a se mobilizar em favor de Vanessa. Rafael Barros, vocalista da banda On The Road, durante apresentação no Blues Bar — um dos locais onde Caio tocava com frequência — foi claro:

“Aqui eu preciso ser muito direto, meus amigos. Meus amigos músicos principalmente, profissionais da música, que sabiam do passado dele [Caio]. A gente tem muito músico que tá passando pano, [e que] continua contratando, tocando do lado dele, (...) como se isso não fosse um problema. Mas é um problema sim, a gente precisa fazer alguma coisa”, destacou.

Na sequência, ele tocou a música dos anos 1990 da banda norte-americana 4 Non Blondes, What’s Up, cujo refrão, em tradução livre, questiona: “O que está acontecendo?”.
 

Confira a íntegra de um dos trechos em que Vanessa queixa-se da qualidade do atendimento da Casa da Mulher Brasileira, horas antes de ser assassinada,

Está explicado porque não aconteceu nada com o Caio [...]”

“Eu to bem impactada com o atendimento da Casa da Mulher Brasileira. Assim, sabe? Eu que tenho toda a instrução, escolaridade, fui tratada dessa maneira, imagina uma mulher mais vulnerável, pobrezinha, chegar lá toda vulnerável, sem ter uma rede apoio nenhuma. Essas que são mortas né? Essas que vão para a estatística de feminicídio”

 

Acesse aqui a reportagem com um dos áudios na íntegra

 

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