Cidades

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Do começo ao fim

Do começo ao fim

Redação

10/08/2010 - 06h41
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Márcio Maio, TV Press

É só Maurício Sherman começar a contar suas memórias para parte da equipe do “Zorra total” parar para ouvir mais de duas horas de conversa. Também, pudera. A história da televisão e de Maurício Sherman se cruzam a todo o momento. O diretor do humorístico dedicou 59 dos seus 79 anos de vida ao trabalho nos estúdios e programas de quase todas as emissoras abertas que já existiram no Brasil. E lembra bem onde estava em 21 de janeiro de 1951, dia em que aconteceu a primeira transmissão de tevê no Rio de Janeiro, estado onde nasceu. “Eu frequentava um clube em Niterói e criamos um grupo. Nos cotizamos para comprar um aparelho, que era bem caro, e assistimos juntos”, explica.
A estreia de Maurício na tevê aconteceu no mesmo ano. Decidido a ingressar na carreira artística, o então estudante de Direito iniciou sua jornada fazendo figuração e pequenas participações como “freelancer” da TV Tupi. E pouco depois, no mesmo ano, estreou como ator profissional na peça “Massacre”. O espetáculo viajou para São Paulo e lá recebeu o convite de Cassiano Gabus Mendes para gravar alguns teleteatros na TV Tupi. Foi o primeiro passo para, em 1954, dirigir os principais programas da emissora no Rio, chamado também por Cassiano. “Como havia problemas por aqui, o Assis Chateaubriand trouxe o Cassiano para passar alguns meses e acertar a programação. Ele já me conhecia e me ofereceu um bom contrato aos 23 anos”, lembra.
A Tupi preencheu seu currículo por mais de 15 anos, em três épocas diferentes. E deixou recordações que até hoje fazem Sherman gargalhar. Como quando interpretou um soldado romano no teleteatro “A paixão de Cristo”. Em cena, viu uma mosca pousar na testa do figurante que interpretava Jesus, preso na cruz. “A câmara estava atrás de mim, então tentei assoprar. Mas não adiantou. A mosca andou em direção ao nariz e o cara tirou a mão – que, é claro, não estava pregada – e espantou o bicho. Isso foi ao ar”, diverte-se, lembrando em seguida de como eram feitas as transmissões da previsão do tempo nos telejornais. “A bancada ficava ao lado de uma janela. Sem que a câmara pegasse, o apresentador colocava a mão para fora e via se estava fresco. Um dia, viraram um regador cheio de água e ele, sem saber que era uma brincadeira, disse que estava chovendo torrencialmente”, conta.
A carreira de Sherman na tevê ficou marcada pelos musicais nas décadas de 60. Mas o diretor assume que não foi uma questão de posicionamento artístico. “Todo mundo queria ver, eram os programas que mais faturavam”, revela ele, que lançou o polêmico jornalista Paulo Francis como repórter do “Cássio Muniz Show”, na Tupi.
A música sempre teve destaque em sua carreira. Foi assim em sua passagem na Tupi, na Excelsior e na própria Globo, onde ingressou em 1965 dirigindo o “Espetáculos tonelux”, apresentado por Marília Pêra, Gracindo Júnior, Paulo Araújo e Riva Blanche. “A gente também incluía alguns números musicais nos humorísticos. O público e os patrocinadores pediam”, diz. Saiu de lá três anos depois, quando o seu “Noites de gala” migrou para a Excelsior. Mas, poucos meses depois, Sherman voltou para a Tupi e, em seguida, para a Globo, onde participou do lançamento do dominical “Fantástico”, em 1973.   
Sherman se orgulha por ter visto a abertura de algumas redes de tevê de perto e foi um dos responsáveis pela articulação da Manchete, de Adolpho Bloch, em 1983. Mas não foi fácil convencer o empresário de que não teria êxito apenas com jornalismo e filmes. Tanto que ao ouvir de Sherman, já contratado, que eles deveriam fazer novelas, Bloch cuspiu no chão. “Mandei ele cuspir de novo, porque ia fazer sim. E ele cuspiu três vezes. Mas fez”, recorda. O início – com as minisséries – foi complicado. “O único estúdio disponível era o fotográfico da revista ‘Manchete’, no terceiro andar do prédio. Tivemos de usar um elevador externo e ainda queriam fazer o chão da casa da Marquesa de Santos de pedra de verdade. Um despreparo impressionante”, reclama o diretor, responsável pela estreia das apresentadoras Xuxa e Angélica no infantil “Clube da criança”.
Curiosamente, foi na própria Manchete que Sherman conseguiu uma de suas maiores audiências. O diretor comandou a transmissão do carnaval de 1984, ano em que a Globo deixou de exibir o primeiro desfile carioca no Sambódromo, inaugurado naquele ano. Exatamente o primeiro carnaval do mandato do governador Leonel Brizola. O resultado foi um ibope acima de 80 pontos para a emissora de Adolpho Bloch. “O macete foi mostrar o que era bonito. Mulher, principalmente”, entrega ele, que voltou para a Globo em 1988, dois anos antes de dirigir a minissérie “A, E, I, O, Urca”, gravada no prédio onde o a TV Tupi funcionou no Rio. De lá para cá, Sherman já passou pela direção de diversos programas da linha de shows da emissora, como “Domingão do Faustão” e “Vídeo show”.

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Cadela Laika encontra corpo de idoso que desapareceu em Campo Grande

O idoso Joaquim Gonzales, que sofria de Alzheimer, foi localizado sem vida na tarde desta terça-feira (14), no Jardim Itamaracá

14/01/2025 18h00

Reprodução Redes Sociais

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O idoso Joaquim Gonzales, de 78 anos, natural da Espanha, que desapareceu no último domingo (12), foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (14), nas proximidades do pontilhão do Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

A vítima, que sofria de Alzheimer, estava desaparecida desde domingo, segundo relatos de familiares. De acordo com eles, Joaquim deixou a residência de madrugada. O corpo foi encontrado com o auxílio da cachorra Laika, do Corpo de Bombeiros.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a orientar as buscas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Joaquim foi identificado nas gravações, e a partir disso, os militares delimitaram um perímetro de buscas.

Na região, que possui mata, foram localizados próximos a uma estrada de terra o chinelo, o boné e até um cinto que pertenciam ao idoso.

O trabalho da cachorra Laika foi fundamental para encontrar o local onde o corpo de Joaquim estava. Após a localização, os militares confirmaram que se tratava do desaparecido.

Equipamentos como drones com sensor de calor também foram utilizados durante as buscas. Durante todo o processo, familiares permaneceram mobilizados, espalhando cartazes pela cidade em busca de Joaquim.

Cadela que auxiliou nos resgates

A cadela de busca Laika do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMS), que atua ao lado do sargento Thiago Kalunga, levou poucos minutos para localizar o corpo da vítima. Em outubro de 2023 recebeu a Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Laika, que é da raça pastor holandês, foi aprovada na prova de ‘busca urbana’ realizada nos dias 4 a 6 de outubro durante a 21ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), em Gramado no Rio Grande do Sul. 

Além de estar apta para atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul, após a certificação nacional, a cadela também está autorizada a atuar em ocorrências em todo o Brasil.

Posteriormente, no dia 13 de maio de 2024, Laika fez parte da  1º equipe especializada em busca e resgate juntamente com outros cães e militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para auxiliar no resgate das vítimas na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. A equipe do Estado atuou no município de Encantado.

 A equipe formada pelo sargento Thiago Kalunga e os soldados Jéssica Lopes e Humberto permaneceu em torno de  10 dias atuando nos locais com as estruturas colapsadas pela enchente e inundação.

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Transtorno

Briga na Justiça: passageiros de MS sofreram 1 atraso de voo por dia em 2024

Cenário acarretou em 435 ações judiciais contra empresas aéreas no estado

14/01/2025 17h45

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Os passageiros do setor aéreo em Mato Grosso do Sul sofreram com um número médio de 1 atraso de voo por dia em 2024. 

Conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esse cenário acarretou em um total de 435 ações judiciais contra empresas aéreas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado no estado.

Os processos foram solicitados principalmente por passageiros, em busca reparação por prejuízos causados pela alteração indevida do horário das viagens.

Apesar de alto, o número de ações judiciais em Mato Grosso do Sul apresentou uma leve queda se comparado com 2023, ano em que registrou 440 processos. Em 2022, o número foi ainda maior, com 520 ações judiciais registradas.

Serviço ineficaz

A principal insatisfação dos consumidores é com a falta de resolução eficaz por parte das companhias aéreas. As buscas dos passageiros na Justiça são de valores financeiros por danos materiais e morais.

Segundo Mayra Sampaio, advogada especializada na área, a decisão de processar está diretamente relacionada à incapacidade das companhias aéreas de resolverem essas questões de forma adequada e em tempo hábil.

"Esse alto número acaba não só impactando esses processos a terem uma rápida solução, mas também o consumidor deve ter seus direitos respeitados, e infelizmente, não é o que tem acontecido por parte das companhias aéreas. Desta forma, talvez esse alto número acabe influenciando as companhias a reverem suas políticas para evitarem esses problemas judiciais", afirma.

Já para Henrique Arzabe, advogado especialista em Direito do Consumidor, o alto número de ações evidencia que, apesar da recuperação do setor aéreo após a pandemia, as companhias aéreas ainda enfrentam desafios para oferecer um serviço eficiente.

“O crescimento de casos pode ser um indicador para que as companhias revejam suas práticas e evitem recorrências judiciais, buscando soluções mais rápidas e eficazes para os consumidores”, conclui.

Atraso vs cancelamento

Ainda confome Arzabe, a diferença entre atraso e cancelamento de voo está na execução do serviço. Nesse sentido, as situações impactam o passageiro de maneira diferente.

“O atraso ocorre quando há uma nova previsão de partida e o voo é realizado, mesmo fora do horário inicial. O cancelamento, geralmente, implica maiores prejuízos para o passageiro, como a perda de compromissos ou diárias de hospedagem, além do transtorno de ter que replanejar toda a viagem”, ressalta.

Brisa Nogueira, advogada especializada em Direito do Consumidor alerta que o tempo de espera é um fator determinante para os direitos do consumidor em casos de atraso de voo.

“Em termos de direito do consumidor em relação ao atraso no voo, nós precisamos pensar quantas horas o consumidor fica ali à disposição da companhia aérea para que seja dada, se for dada, alguma providência. Até duas horas há ali uma pendência de alimentação, especialmente despesas com água e comida. Excedendo-se quatro horas de espera e havendo a necessidade de pernoite no aeroporto, é necessário que a companhia aérea faça o custeio de hospedagem, bem como transporte de deslocamento e retorno ao aeroporto, sem prejuízo do direito do consumidor de ser alocado no próximo voo, havendo disponibilidade”, afirma.

Registre provas

Vale destacar que é importante o consumidor conhecer seus direitos e ficar preparado para buscar reparação em casos de prejuízos causados por atrasos ou cancelamento de voo.

Nesse sentido, ao sentir-se lesado, é importante que o passageiro registre o maior número de provas possível, para assim, conseguir reinvindicar reparação jurídica de maneira mais eficaz.

“É muito importante o consumidor constituir a prova. Primeiro, prova do atraso do voo e, também, dos prejuízos. Se a empresa oferecer algum voucher, é importante registrar isso. Principalmente, se a empresa não o ofereceu, é fundamental ter a prova de que, por exemplo, o atraso gerou outro tipo de prejuízo, como a perda de uma diária de hotel ou reserva de carro. Relembrando que, a partir de quatro horas de atraso injustificado, é devido dano moral ao consumidor”, destaca Brisa Nogueira.

Por fim, o advogado Henrique Arzabe o consumidor não deve pensar duas vezes quando for buscar reparação caso se sinta prejudicado.

“As companhias aéreas têm a obrigação de oferecer um serviço adequado e de prestar assistência, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento. Até porque, pequenos atrasos podem causar prejuízos significativos para o cliente, como perder uma conexão ou uma reserva. Por isso, documentar tudo é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados”, conclui.

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