Uma família, muito trabalho e um sonho realizado, o de empreender. Quase 25 anos após começar a trabalhar com criação de codornas e produção de ovos em conserva, a agora empresária Viviane Ferreira Galvanini, 44 anos, fala com firmeza sobre a trajetória ao lado dos filhos e do marido. “A gente era produtor rural, arrendava uma terrinha e no começo vendíamos ovos. Fomos os primeiros a ter licença sanitária para vender frango e porco caipira. Uma coisa leva a outra e, anos depois, começamos a produzir temperos”.
Na mesma época, já com uma fábrica ocupando umconjunto de casas próximo ao centro de Campo Grande, a família precisou recuar com o empreendimento. “Soubemos que no bairro onde a gente produzia não poderia ter indústria. Então, a gente foi para uma incubadora e lá tivemos a ajuda necessária para recomeçar”, explica Gabriel Galvanini, 28 anos, filho de Viviane e administrador da indústria, Vó Erminia Alimentos, que leva o nome da avó paterna dele e emprega 21 pessoas.
O processo de produção artesanal é motivo de orgulho, desde o início. “A gente usa ingredientes de verdade, sem conservantes químicos e outras coisas que a concorrência usa para ‘fazer render’ o produto. O nosso colorau, por exemplo, rende muito mais do que qualquer outro”, afirma Gabriel. O desenvolvimento da indústria ganhou força por meio da incubadora.
“Lá fizemos projeto de viabilidade, participamos de feiras, nos qualificamos e recebemos a área para construir a fábrica. Teve muita burocracia, mas conseguimos construir e estamos de portas abertas há quase sete anos. Quando olho para trás, tenho muito orgulho de onde viemos e onde estamos hoje”, diz Viviane.
Atualmente, são 350 tipos diferentes de embalagens e, entre os produtos, há temperos diversos, pimentas e farofas. “Criamos outra marca, a La Donna, para a produção de tomate seco, por exemplo. Minha mãe faz todas as receitas, a gente testa e só depois começamos a produzir”, diz Gabriel. Os produtos caseiros, que começaram na Capital, já ganharam o Brasil. Além de Mato Grosso do Sul, a empresa vende também para o interior de São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Acre e Amazonas.
PLANEJAMENTO
Na Capital, o setor industrial ganhou grande impulso nos últimos anos, com a instalação de empresas de médio porte. A atração de novas empresas é realizada por meio do Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social (Prodes), administrado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedesc), que recebe, analisa e encaminha ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codecon) os projetos solicitando benefícios.
Na atual gestão, o Codecon realizou 35 reuniões, aprovando 111 projetos, com previsão de R$ 789,8 milhões em investimentos e criação de 4.036 novos empregos. São empresas de pequeno e médio porte, algumas já instaladas e produzindo e outras ainda em processo de instalação. A cidade tem três polos empresariais consolidados – o Norte, BR-163, saída para Cuiabá; o Oeste, BR-262, saída para Aquidauana; e o do Paulo Coelho Machado, onde está a indústria Vó Erminia Alimentos. O Polo Oeste ainda tem terrenos livres para doação. A secretaria tem projeto para liberar a licença ambiental do Polo Empresarial Sul, no Macroanel Rodoviário da BR-163, onde deveria ser a Cidade dos Ônibus. Também está em estudo a implantação do Polo Empresarial Sudoeste, com destinação prevista para empresas de reciclagem.