Promotores de Justiça de municípios do interior de Mato Grosso do Sul começaram a adotar medidas em parceria com as escolas, para barrar a violência e evasão escolar. A exemplo do que já é feito em Campo Grande desde 2009 por meio do Programa de Ações Educativas (PAE), os alunos de pelo menos oito municípios também precisam realizar atividades no colégio, apresentar trabalhos e melhorar o desempenho no caso de cometer irregularidades.
Na Capital, desde o começo das atividades, pelo menos 700 termos já foram assinados pelos estudantes e pais com o comprometimento de melhorar a frequência, as notas, apresentar atividades e até desenvolver alguns trabalhos, como ajudar na limpeza e pintura da escola, consertar classes quebradas ou colaborar com o preparo da merenda.
A punição varia de acordo com a irregularidade cometida e, na maioria dos casos, já está sendo aplicada pela própria direção escolar, que elabora o termo e chama os pais para assiná-lo. No entanto, apesar do "castigo", o benefício é de que o jovem não será responsabilizado judicialmente no caso de ter cometido um ato infracional e assim não ficará com esse fato manchando sua ficha.
Modelo
O promotor de Justiça da Infância e Juventude de Campo Grande Sérgio Harfouche disse que o projeto mostrou resultados positivos na Capital e por isso promotores de comarcas do interior do Estado decidiram implantá-lo de acordo com a realidade local. "Muitos promotores me procuraram e me disponho a ir até o município e passar todas as informações. Essa procura pelo projeto, em muitos casos, parte dos próprios professores", disse.
Ele não tem números ofriciais, mas por meio de relatos de professores e diretores de escolas que participam do Prática de Ações Educativas (PAE) disse ter certeza de que as ocorrências estão diminuindo. "Os gestores que estão participando sentem os efeitos positivos e a participação ainda maior de alunos e pais".
Municípios como Mundo Novo, Ribas do Rio Pardo, Jardim, Bonito, Coxim, Três Lagoas, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia já iniciaram ou estão em fase de implantação de ações de combate à violência e evasão escolar baseados no modelo de disciplina adotado na Capital.
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