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Economia

Economia ficará estabilizada no
segundo trimestre, aponta IBGE

A divulgação oficial pelo Instituto será na sexta-feira (1)

G1

29/08/2017 - 11h57
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Depois de uma alta de 1% no primeiro trimestre, o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do 2º trimestre apontará para uma estabilidade da economia, segundo as projeções de analistas de mercado. A divulgação oficial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) será na sexta-feira (1).

Levantamento com 12 bancos, consultorias e grupo de economistas mostra que 5 estimam retração entre 0,1% e 0,5%, 4 esperam crescimento zero, e 3 preveem alta, entre 0,1% e 0,2%.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também estimou nesta segunda-feira que o PIB do 2º trimestre deverá vir "próximo do equilíbrio", ou seja, próximo de zero.

No 1º trimestre, a economia brasileira cresceu 1%, após 8 trimestres seguidos de queda, numa alta impulsionada principalmente pelo agronegócio. O setor deu um salto de 13,4% após uma supersafra de grãos.

Mais setores em recuperação

Agora a previsão é que o resultado do PIB tenha mostrado uma recuperação mais espalhada entre os diferentes setores da economia.

Um dos principais destaques positivos é a recuperação do setor de serviços, que deverá ter a primeira alta após 9 trimestres em retração.

"Do lado da demanda, a principal surpresa positiva deve ser o consumo das famílias que voltou a subir", projeta Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados.

Se for confirmada a previsão, o consumo das famílias, historicamente um dos principais motores do PIB no Brasil, terá registrado também o primeiro avanço após 9 trimestres seguidos de retração. Pesaram a favor da retomada dos gastos dos brasileiros a liberação das contas inativas do FGTS e da queda da inflação nas vendas do comércio.

A decepção, mais uma vez, deve ficar a cargo dos investimentos, que segue andando para trás, em meio a ainda alta ociosidade da indústria e endividamento das empresas.

Embora a recuperação ainda seja muito lenta e tímida, os economistas destacam que após meses de um comportamento "gangorra", alternando altas e baixas, indicadores como os de vendas no varejo, indústria e emprego já migraram para o campo positivo.

“A gente já vê uma recuperação um pouco mais disseminada e o que nos tem dado um pouco mais de entusiasmo é que começamos a ver dados consistentemente de consumo, emprego, serviços e de crédito", afirma Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra.

Para ele, os números do 2º trimestre mostraram que a economia atravessou relativamente imune à crise política detonada após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista envolvendo o presidente Michel Temer. “O resultado é bastante razoável, considerando a crise política que tivemos em maio, que não foi pequena. Havia até um risco de volta da recessão", acrescenta.

Com 35,9 mil vagas abertas em julho, emprego formal sobe pelo 4º mês seguido

Efeito da agropecuária

O efeito estatístico é o principal motivo para os economistas esperarem um PIB menor no segundo trimestre do que no primeiro. O desempenho excepcional do agronegócio no primeiro trimestre inflou a base de comparação e agora deverá devolver a alta.

“Sem a agropecuária, o resultado do PIB do 2º trimestre seria muito parecido com o do trimestre anterior, ao redor de 0,1%”, avalia a economia Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro/Ibre, que chegou a classificar o resultado anterior de "falso positivo".

“Tanto o positivo do 1º trimestre foi uma visão meio equivocada como agora o resultado do 2° trimestre pode dar uma visão mais pessimista do que deveria. Esse semestre foi de estabilização da economia. Esta é a melhor leitura”, resume.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por exemplo, estima que o agronegócio caiu 2,9% na comparação com os 3 primeiros meses do ano. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2016, a projeção é de alta de 11,7%.

O economista Sérgio Vale, da MB Associados, destaca que apesar da expectativa de queda do PIB do agronegócio na comparação com o trimestre anterior, o avanço do setor continuará sendo de 2 dígito na comparação com o mesmo período do ano passado. Para ele, a agropecuária dará uma contribuição significativa para o resultado fechado do PIB de 2017.

Perspectivas e incertezas

O mercado financeiro elevou esta semana sua estimativa de crescimento para o PIB de 2017, de 0,34% para 0,39%, segundo o Boletim Focus, publicação do Banco Central que reúne projeções de analistas. Para 2018, foi mantida a previsão de expansão de 2%.

Na visão do ministro da Fazenda, o país entrará em 2018 com um ritmo de crescimento "perto de 3%".
A análise geral entre os analistas é que a economia entrou em um ritmo melhor no terceiro trimestre e tende a ganhar um pouco mais de tração até o final do ano. A queda da inflação e dos juros estimulam a atividade econômica, assim como outras medidas anunciadas pelo governo, como a liberação de saques de R$ 16 bilhões do PIS/Pasep para idosos.

Os economistas alertam, entretanto, que o ritmo de recuperação ainda é muito lento. Para eles, a estabilização da economia está sujeita a diversas incertezas políticas e é cedo para falar em retomada do crescimento.

"Apesar de alguma melhora nos dados da oferta como serviços e varejo, a demanda ainda preocupa. O consumo das famílias, do governo e o investimento devem continuar fracos", afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

"A economia ainda está na fase da estabilização. Talvez no quarto trimestre a situação já esteja mais espalhada para todos os setores, ainda que de forma moderada", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.

Embora boa parte do mercado já não conte com a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência em 2017, o tema continua sendo tratado como prioridade para a estabilização da economia, para a melhora da confiança de investidores e até mesmo para a manutenção das projeções para o PIB.

“Não é que nossa previsão depende da reforma da Previdência. Mas se tiver um fracasso completo, pode ser que afete as expectativas. Agora, se tiver uma aprovação, a projeção pode passar a ser até melhor do que a gente está imaginando hoje”, explica Kawall.

Cidades

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Estes medicamentos exigem processos rigorosos de fabricação

05/02/2025 20h00

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) divulgaram nota nesta quarta-feira (5) na qual alertam a população sobre “graves riscos” associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes.Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativoOzempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Os medicamentos em questão, de acordo com as entidades, são análogos do GLP-1 e GIP, incluindo a semaglutida (Ozempic e Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk) e a tirzepatida (Mounjaro e Zepbound, do laboratório Eli Lilly), aprovados por agências reguladoras como a brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a norte-americana Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês).

“Medicamentos biológicos, como a semaglutida e a tirzepatida, exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões rigorosos de esterilidade e estabilidade térmica”, destacou a nota.

O uso de versões alternativas ou manipuladas, segundo as entidades, figura como “prática crescente, preocupante e perigosa” e carece de bases científicas e regulatórias que garantam eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, “expondo os usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes de bioequivalência necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo humano”.

“Relatos da FDA documentam problemas graves de administração em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos”, alerta a nota. “A semaglutida e a tirzepatida alternativas ou manipuladas são frequentemente divulgadas como opções mais acessíveis e igualmente eficazes, o que é uma falsa promessa.”

Ainda de acordo com as entidades, a comercialização direta dessas medicações alternativas ou manipuladas por profissionais de saúde em consultórios configura prática contrária ao Código de Ética Médica, “ferindo a confiança da relação médico-paciente”. “Versões vendidas em sites, redes sociais ou por WhatsApp também aumentam o risco de adulteração, contaminação e ineficácia por desestabilização térmica”.

Dentre as recomendações que constam na nota está:

  1. que profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. “Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias”;
  2. que pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas – incluindo vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios – e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa;
  3. que órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial a Anvisa e os conselhos de medicina, intensifiquem ações de fiscalização sobre todas as empresas e pessoas envolvidas na prática.

Por fim, as entidades reforçam a importância de seguir recomendações baseadas na ciência e na ética, priorizando a segurança e o bem-estar da população. “E reiteram o compromisso social de melhorar o acesso a medicações seguras e eficazes para tratar a obesidade e o diabetes mellitus, assim como reivindicam políticas públicas de inclusão e abordagem ampla de prevenção e tratamento dessas condições”.

Falsificações

Em janeiro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a fazer um alerta para a escassez de medicamentos como um problema global, sobretudo em países de baixa e média renda. Segundo a entidade, desde setembro de 2021, o número de insumos em falta em dois ou mais países cresceu 101%.

“Essa escassez de medicamentos é uma força motriz reconhecida para remédios falsificados ou de qualidade inferior e acarreta o risco de muitos procurarem obter medicamentos através de meios não oficiais, como a internet”, destacou a OMS, em nota.

O comunicado cita especificamente a escassez global, registrada em 2023, de produtos indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e utilizados também para a perda de peso, como o semaglutida. A substância é o princípio ativo do Ozempic, caneta de aplicação na pele para controle do apetite.

Anvisa

Em outubro, a Anvisa recebeu um comunicado da farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela produção do Ozempic, sobre indícios de que canetas de insulina foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos do medicamento. A suspeita era que os adesivos tenham sido retirados indevidamente de canetas originais de um lote da medicação e utilizados em embalagens de insulina vendidas.

A orientação da Anvisa é que a população e os profissionais de saúde fiquem atentos às características da embalagem do Ozempic e adquiram somente produtos dentro da caixa, em farmácias regularizadas junto à vigilância sanitária, sempre com a emissão de nota fiscal.

A agência recomenda ainda que não sejam adquiridos produtos de sites e canais que comercializam medicamentos usando nomes de marcas ou aplicativos de vendas, além de perfis em redes sociais que oferecem os produtos.

descaminho

Polícia apreende estoques de tênis falsificados em lojas de Campo Grande

Operação foi realizada em duas lojas que vendiam produtos importados a preços muito abaixo do de mercado

05/02/2025 18h44

Calçados eram vendidos a preços muito menores do que o de mercado

Calçados eram vendidos a preços muito menores do que o de mercado Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Duas pessoas foram presas e mais de 30 mil pares de tênis falsificados foram apreendidos, em duas lojas de Campo Grande, na tarde desta quarta-feira (5).

O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), delegado Reginaldo Salomão, disse ao Correio do Estado que os produtos entraram no país ilegalmente.

"Foi tipificado descaminho, porque a maioria dos produtos entrou no país ilegalmente, mas são permitidos no Brasil, então é descaminho", explicou.

A investigação começou a partir de um grupo de advogados, especializados em fazer levantamento de lojas que vendem produtos falsificados em todo o Brasil.

"Eles visitaram Mato Grosso do Sul, especificamente Campo Grande, efetuaram compras desses produtos e encaminharam para o estado de São Paulo e Rio de Janeiro, onde eles tem laboratório. Constatou-se que eram produtos descaminhados, produzidos em países asiáticos, com baixa qualidade, falsificados", explicou o delegado.

"Eles encaminham o relatório e uma solicitação de providência para a Polícia Civil. Com base no levantamento deles, a gente faz uma conferência e deflagra a operação", acrescentou Salomão.

Em uma das lojas, localizada na esquina das ruas 14 de Julho e Barão do Rio Branco, tênis eram vendidos pelo preço único de R$ 70. O valor é muito abaixo do que o de mercado de várias marcas. Nesta loja, foram apreendidos 7,5 mil pares de calçados.

Em outra loja, também no centro de Campo Grande, houve a apreensão de 23.270 produtos falsificados.

Os proprietários de ambas os comércios foram presos, mas pagaram fiança de R$ 15.180,00 cada e foram liberados após autuação.

O delegado ressalta que as investigações continuam, para apurar se há outros crimes cometidos pelos comerciantes.

Apreensões e prejuízos

No fim de janeiro, três mil pares de tênis falsificados foram apreendidos em uma loja em Corumbá, durante a Operação  Barba Negra do Pantanal II, desencadeada pela Polícia Federal.

Após investigação, os agentes foram até o comércio e, no local, a equipe realizou um laudo pericial, que confirmou a falsificação dos produtos.

Conforme levantamento recente da Receita Federal, o mercado paralelo provocou prejuízos estimados em US$ 70 bilhões à economia brasileira em 2023.

Além disso, o setor ilegal impediu a criação de aproximadamente 370 mil postos de trabalho e provocou uma perda de R$ 24 bilhões em arrecadação tributária.

Ainda conforme a Receita Federal de Corumbá, as apreensões de mercadorias que violam o Direito de Propriedade Intelectual (DPI) tem aumentado no município.

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