Após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga ser questionado por senadores nesta segunda-feira (21), sobre a possibilidade de romper o contrato para compra de novas doses da CoronaVac, o Instituto Butantan afirmou ao Correio do Estado, que a pasta tem intenção de firmar novos acordos de compra do imunobiológico sino-brasileiro.
O ministro negou haver desconfiança em relação ao imunizante e sua eficácia. “O fato é que essa vacina tem sido útil para o Plano Nacional de Imunização, e essa é a posição oficial do Ministério da Saúde, até que exista algum dado científico que faça com que nós tenhamos uma posição diversa”, acrescentou Queiroga.
Desde 17 de janeiro deste ano, o Butantan já entregou ao governo federal 52,2 milhões de doses da CoronaVac.
O último lote de 2,2 milhões de vacinas recebidas pelo Ministério da Saúde na sexta-feira (18), já contempla o segundo contrato firmado entre o Instituto e a pasta.
O primeiro contrato, de 46 milhões, foi cumprido em 12 de maio.
Segundo o Butantan, até setembro o Instituto deve chegar à marca de 100 milhões de doses entregues ao Ministério da Saúde.
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Um novo lote de 6 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) deve chegar a São Paulo até o final deste mês, o que permitirá a produção de mais 10 milhões de doses.
De acordo com o Instituto Butantan, uma nova fábrica está sendo montada para viabilizar a partir de dezembro, a produção integral das primeiras doses de CoronaVac sem necessidade de importação de matéria-prima.
A fábrica está sendo viabilizada com recursos exclusivos da iniciativa privada, mediante doações que já superam R$ 190 milhões.
As obras devem ser concluídas em setembro e o local terá capacidade para fabricar outras 100 milhões de doses por ano.
Hoje, o Butantan processa e envasa o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) proveniente da Sinovac, parceira de desenvolvimento com sede na China.
Revacinação
Após o estudo feito pelo Vebra Covid-19 apontar a redução da eficácia da CoronaVac conforme o aumento da idade, especialistas começaram a discutir sobre a necessidade de revacinação contra a Covid-19.
A pesquisa divulgada em maio, mostrou que após 14 dias da segunda dose, a efetividade foi de 28% entre pessoas acima de 80 anos.
Em média, a eficácia do imunobiológico desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinova Biotech, em idosos acima de 70 anos, foi de 42%.
Os índices variam de 61,8% para as pessoas de 70 a 74 anos a 48,9% para a faixa etária de 75 a 79 anos.
Os testes clínicos da CoronaVac no país apresentaram taxa geral de eficácia em 50,7%.
Por ora, este é o imunobiológico mais aplicado em Mato Grosso do Sul.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que das 1.4 milhão de doses contra o coronavírus recebidas em MS, 762,4 mil são da CoronaVac.
Por volta de 13% da população do Estado está vacinada com este imunobiológico entre primeira e segunda dose.
Aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), em janeiro de 2021, estima-se que este imunizante seja responsável por 70% da vacinação contra o coronavírus no país.
Sobre a necessidade de revacinação, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, definiu como precoce a aplicação de uma terceira dose contra a doença.
“Não estamos discutindo isso ainda, estamos investindo na aplicação da primeira dose, e estamos avançando bem neste sentido. O nosso objetivo principal é cumprir com esse ciclo de imunização preconizado pelos fabricantes”, afirmou.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda são necessários estudos para que haja uma eventual revacinação, em qualquer faixa etária ou grupo da população.
“Pesquisas estão em andamento. E o que o Ministério da Saúde tem que fazer é se programar para ter vacinas disponíveis para aplicar, num curto espaço de tempo, no ano de 2022, se for o caso”, disse. (Com informações da Agência Brasil).