Clodoaldo Silva, Brasília
As eleições deste ano podem deixar a bancada sul-mato-grossense no Congresso Nacional sem coordenador. Ontem seria realizado o primeiro encontro dos parlamentares federais do Estado para definir a liderança, mas nenhum dos que compareceram pleiteou o cargo, colocado à disposição pelo deputado federal Waldemir Moka (PMDB).
Na próxima semana será realizada outra reunião para definir quem comandará a bancada sul-mato-grossense. Em princípio, o único que admitiu aceitar a missão é o deputado federal Geraldo Resende (PMDB). “Não vou disputar. Se for convocado pela bancada e não houver disputa eu aceito a missão. Sou igual a Bombril, tenho mil e uma utilidades”, brincou, completando que a disputa pela reeleição não é empecilho para exercer a função de coordenador.
Moka quer deixar o cargo porque é também presidente da Comissão Mista do Orçamento, o que, segundo ele, demanda muito tempo. O parlamentar sugeriu o nome do senador Delcídio do Amaral (PT) para a função, porém não conseguiu conversar com ele ontem à noite para saber se aceitaria o cargo. “Nosso objetivo é fazer o rodízio entre deputados e senadores. Hoje, o coordenador é um deputado, o certo seria um senador na função”, comentou.
Dos oito deputados federais e três senadores que integram a bancada sul-mato-grossense, apareceram no local da reunião, em horários diferentes, os deputados Geraldo Resende, Nelson Trad (PMDB), Dagoberto Nogueira (PDT), Antonio Carlos Biffi (PT) e a senadora Marisa Serrano (PSDB).
A maioria deles não quer assumir a função porque pretende concentrar esforços na campanha eleitoral. “A prioridade número um para mim é a reeleição. Para mim, o Moka tem de ficar até o fim”, disse Biffi.
“Não tenho tempo de atuar desta forma, sou médico. Vou me preocupar com a candidatura de meu filho, o doutor Augusto Cruz, para deputado estadual”, contou o deputado Antonio Cruz (PP).
Também o deputado Vander Loubet (PT) descartou ser o coordenador em ano eleitoral. “Nunca pleiteei o cargo e não tenho interesse agora”.
Dagoberto Nogueira (PDT) também disse que não tem tempo para assumir a função. “Estou deixando a liderança da bancada do PDT porque quero me dedicar exclusivamente a minha campanha a senador”.
Três parlamentares que possivelmente não disputarão as eleições, o senador Valter Pereira (PMDB), Marisa Serrano e Nelson Trad, também não cogitam ocupar a coordenação de bancada.
O coordenador é o porta-voz de todas as decisões dos parlamentares e responsável por intermediar os pleitos junto à Comissão Mista do Orçamento, Mesa Diretora da Câmara e ministérios.