A questão da segurança no âmbito administrativo de Campo Grande esteve em destaque ao longo dos últimos dias. Alvo de bandidos antes mesmo da inauguração, parte da fiação subterrânea utilizada nas obras de revitalização do centro da Capital foram furtadas na última semana. O furto de fios também foi causa de atrito entre agentes da Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar no sábado passado (14), quando a abordagem feita com suposto abuso de parte de guardas municipais acabou incomodando policiais militares que presenciaram a ação. Na manhã de hoje (21), após inaugurar instalação para sede da Gerência Operacional Lagoa, no bairro Belo Horizonte, posto que será utilizado pela Guarda Civil Metropolitana, o Prefeito Marcos Trad (PSD), afirmou que pretende reforçar tanto o patrulhamento quanto a proximidade entre as corporações de segurança pública.
Após arrombamento de caixa onde estava instalada a fiação e do furto de pelo menos 100 metros de cabos elétricos, a prefeitura afirmou que pretende recorrer à medidas ambiciosas para evitar novos furtos e danos ao patrimônio público. Foram citados planos como instalação de câmeras de reconhecimento facial no centro revitalizado, implantação de unidade da Guarda Municipal na Praça Ary Coelho e aumento do número de equipes na região. A tecnologia de reconhecimento facial é considerada novidade, nunca tido sido utilizada pelo Poder Público do Estado.
De acordo com o prefeito, o reforço de rondas policiais na região, alvo de criminosos, é um dos principais passos para garantir a segurança no local. “Teremos que pedir ajuda da Polícia Militar, da Polícia Civil, para que todos nós trabalhemos de mãos dadas, impedindo que aconteçam mais atos ilícitos”, afirmou Trad.
Quando questionado sobre a polêmica envolvendo agentes das duas corporações de segurança pública, o Prefeito garantiu que o desentendimento não iria atrapalhar o desempenho e trabalho conjunto da Polícia Militar e Guarda Municipal. A questão teria sido “superada através do diálogo e é assunto passado. Há dois dias tivemos uma reunião entre as partes envolvidas e já está tudo certo”, explicou.
No último sábado, o caso que terminou em confusão entre agentes de segurança teve início após abordagem feita por guardas municipais a dois suspeitos de furto de fios das obras do Reviva. Segundo o comandante da PM no Centro da Capital, tenente-coronel Claudemir de Melo Domingos, que passava a paisana pela região e presenciou a cena, uma equipe da Guarda abordou violentamente dois homens, de 21 e 37 anos, sem motivos aparentes. Segundo o boletim de ocorrência feito pelo comandante da PM, os dois abordados sofreram ameaças como a de que "seriam baleados na perna se fossem visto no Centro" e de que apanhariam pois seria proibido pedir dinheiro a motoristas nos semáforos da via. Ainda segundo o tenente-coronel, ao se identificar e interpelar a ação dos guardas, foi tratado de maneira hostil, o que causou discussão entre as partes no meio da Avenida Afonso Pena, uma das principais vias da cidade.
Diante da confusão, que envolveu deslocamento de grande número de viaturas para o local, os guardas teriam chegado a sacar armas para intimidar o comandante, que solicitou apoio até do Choque. Após o ocorrido, os envolvidos foram levados até a Delegacia de Pronto Atendimento do Centro, onde prestaram esclarecimentos. O caso foi registrado como ameaça, usurpação de função pública, exercício arbitrário de atividade e abuso de autoridade. Como provas, os envolvidos anexaram imagens e vídeos gravados durante a confusão.