Cidades

Sem pacientes

Em meio a caos na saúde, programa federal sofre boicote em Campo Grande

Mesmo com 1,5 mil consultas previstas, o programa Agora tem Especialistas atendeu cerca de 20 pessoas

Continue lendo...

O início dos atendimentos da carreta da saúde da mulher do programa Agora Tem Especialistas, em Campo Grande, nesta sexta-feira (10), deveria marcar um avanço no acesso das mulheres aos exames de prevenção e diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo do útero. Mas, em meio à crise na rede pública municipal, o que se viu foi um cenário de boicote e desorganização, com cerca de 20 atendimentos realizados entre as 1,5 mil consultas previstas para este mês.

Estacionada junto ao Hospital do Amor, na Avenida Thirson de Almeida, a carreta do Ministério da Saúde integra uma ação nacional do governo federal, realizada neste Outubro Rosa, que prevê mais de 130 mil procedimentos em todo o país. Na capital, a estrutura foi montada com equipamentos modernos e equipe multiprofissional, apta a realizar mamografias, ultrassonografias, biópsias e exames preventivos capazes de desafogar as filas de diagnósticos na capital.

Climatizado, o espaço oferece punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina. Neste primeiro dia, o impasse sobre os atendimentos gerou uma espécide de "cabo de guerra" entre a administração municipal e o Ministério da Saúde. Conforme apurado pelo Correio do Estado, os atendimentos realizados nesta sexta-feira ficaram a cargo do próprio Hospital do Amor, que realizou os atendimentos de mamografia via SUS internamente. 

Em nota, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que os agendamentos para utilização da  são realizados “conforme a disponibilidade de agenda” dos hospitais parceiros e que as pacientes atendidas são aquelas que já possuem solicitação registrada no Sistema de Regulação (Sisreg). Segundo o município, cabe à Secretaria Municipal de Saúde apenas “disponibilizar a lista dessas mulheres”.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que o programa Agora Tem Especialistas disponibilizou a carreta e toda a estrutura de atendimento à regulação municipal, cabendo ao município aderir à iniciativa e realizar os agendamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O órgão federal reforçou que o serviço está à disposição de todos os pacientes que aguardam mamografias e exames preventivos, e que o encaminhamento poderia ser feito de forma imediata pelas unidades ou via Sisreg, sem necessidade de espera.

Cabe destacar que são as prefeituras que alimentam o Sisreg ao inserir as solicitações de consultas, exames e procedimentos para seus munícipes. Embora as prefeituras sejam as responsáveis por inserir os dados, o agendamento e a autorização dos serviços são realizados pelas Centrais de Regulação, que podem ser municipais ou estaduais, a depender da complexidade de cada atendimento. 

Impasse

Em setembro, a prefeitura criou um Comitê Gestor de Saúde provisório, com validade de seis meses, após a saída da então secretária municipal Rosana Leite. A nova estrutura, montada às pressas, tem como objetivo “acompanhar rotinas e propor soluções” para a crise da pasta. A alternativa surgiu para estancar problemas locais como a falta de médicos, filas crescentes por exames e atrasos na regulação. 

Programa federal

O Agora Tem Especialistas é uma das principais apostas do Ministério da Saúde para reduzir as desigualdades regionais e agilizar o acesso a consultas e diagnósticos especializados. A ação prevê a circulação de 150 carretas de atendimento pelo país até 2026, com investimento de R$ 18,9 milhões apenas nas ações do Outubro Rosa.

De acordo com o secretário-executivo da pasta e ministro em exercício, Adriano Massuda, o programa representa “a maior mobilização em defesa da saúde pública desde a pandemia”. “Iniciamos uma nova etapa, levando cuidado especializado até os lugares mais remotos do país, com foco na saúde das mulheres, que são prioridade da nossa gestão”, afirmou.

A carreta que chegou a Campo Grande é uma das 28 unidades móveis distribuídas neste mês em 21 estados e no Distrito Federal. O atendimento começou simultaneamente em 15 municípios de regiões de difícil acesso. 

Enquanto outras cidades avançam, em Campo Grande o programa ficou travado pela má vontade e pela falta de articulação da gestão local, que sequer conseguiu garantir o fluxo de pacientes para uma estrutura pronta, gratuita e equipada.

Serviço 

O hospital está localizado na Av. Ver. Thirson de Almeida, 3103 - Aero Rancho. 

Assine o Correio do Estado

Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

Continue Lendo...

Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

Assine o Correio do Estado

SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

Continue Lendo...

Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).