Cidades

FRONTEIRA DE SANGUE

Em noite violenta, homem é executado e outro sobrevive a atentado

No segundo ataque, cachorro foi fuzilado

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A noite de sábado (26) e a madrugada deste domingo (27) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai foi violenta. Em cerca de quatro horas, um homem foi executado e outro sobreviveu a um atentado.

Por volta das 20h de sábado, um homem de 42 anos foi morto a tiros enquanto caminhava por uma rua de Ponta Porã, cidade ao sul do estado. De acordo com o site Porã News, ele era detento do regime aberto.

Testemunhas disseram que, antes de ouvir os disparos, a vítima teria implorado aos pistoleiros para não ser morto. O homem chegou a correr por cerca de 1km, mas foi alcançado pelos criminosos e morto no salão de uma igreja.

O segundo caso ocorreu na madrugada de domingo em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã. Pistoleiros em dois carros atiraram contra a casa de um homem de 49 anos. O alvo do ataque era o filho do proprietário, um jovem de 23 anos.

Ainda conforme o Porã News, o rapaz cumpre prisão domiciliar após fugir da polícia durante uma abordagem em setembro. Ninguém ficou ferido, mas o cachorro da família acabou morto no ataque.

Feminicídio

Caso Vanessa Ricarte: Corregedoria da Polícia Civil aponta falhas, mas não pune ninguém

Para Corregedoria, todas medidas que estavam ao alcance das policiais foram concedidas; burocracia e lentidão de comunicação entre as instituições, porém, impediu a efetivação delas

20/03/2025 15h29

Vanessa Ricarte foi assassinada em 12 de fevereiro, horas depois de deixar a Casa da Mulher Brasileira

Vanessa Ricarte foi assassinada em 12 de fevereiro, horas depois de deixar a Casa da Mulher Brasileira Fotomontagem

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A investigação Corregedoria da Polícia Civil sobre o atendimento que a jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, recebeu na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)  horas antes de ser assassinada foi concluída apontando algumas falhas no sistema de proteção às vítimas de violência doméstica, porém, sem apontar culpados pelo não-cumprimento de protocolos. 

O procedimento da Corregedoria da Polícia Civil era a última investigação sobre o feminicídio da jornalista que restava para ser concluída.

No início deste mês, o inquérito que apurou o assassinato da jornalista pelo ex-noivo Caio Nascimento, 35, foi encerrado, e ele acabou enquadrado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul nos crimes de feminicídio (homicídio em que a condição de mulher da vítima é determinante para o crime), violência psicológica e tentativa de homicídio do amigo da jornalista. 

As circunstâncias que levaram Vanessa Ricarte a desabafar a amigos horas antes de ser morta, queixando-se do mau atendimento na Casa da Mulher Brasileira, ainda não haviam sido devidamente apuradas. 

Mas agora foram concluídas pela Polícia Civil. 

Nenhuma delegada ou agente de polícia que atendeu Vanessa foi responsabilidade por alguma falha no atendimento.

A Corregedoria da Polícia Civil fez a cronologia dos fatos: 

  • - Na madrugada, Vanessa procurou a Casa da Mulher Brasileira, foi devidamente atendida pelas policiais e assistentes sociais do local. 
  • - Pela manhã, às 7h, a solicitação para uma medida protetiva para Vanessa chegou no Poder Judiciário.
  • - A medida protetiva foi concedida pouco depois das 11h. 
  • - Às 16h44 do mesmo dia, a Patrulha Maria da Penha, serviço operado pela Guarda Municipal, foi acionada. Simultaneamente, Vanessa voltava para casa acompanhada de um amigo. 
  • - Entre 17h e 18h Vanessa teve forte discussão com o ex-noivo Caio, testemunhada por Joilson, e acabou ferida no peito e na barrica com facadas. 
  • - Vanessa foi atendida na Santa Casa no período noturno, e não resistiu aos ferimentos e morreu pouco antes da meia-noite daquele dia 12 de fevereiro. 
  • Fontes ligadas à Polícia Civil explicaram ao Correio do Estado, que o desabafo de Vanessa quanto ao mau atendimento foi um dos elementos centrais da investigação paralela à investigação do feminicídio, entretanto, todos os protocolos que estavam ao alcance da Polícia Civil foram cumpridos. 

Segundo a fonte, que pediu para sua identidade fosse preservada, ainda que o atendimento das delegadas da Deam não fosse cheio de empatia, e o acolhimento tenha ficado a desejar, as medidas que o protocolo de atendimento oferecia e estavam ao alcance das delegadas de polícia foram executadas, como por exemplo, o deferimento da medida protetiva e abertura da investigação.

A falha ocorreu na aplicação da medida protetiva que o poder público poderia dar. Vanessa morreu no intervalo entre a concessão da medida protetiva e a efetivação dela. 

A Polícia Civil não investigou responsabilidades no tocante ao Poder Judiciário, cujo oficial de Justiça foi notificar Caio da medida protetiva no dia seguinte ao assassinato, quando ela já estava morta e ele estava preso, ou mesmo quanto ao seguimento que a Guarda Municipal deu à notificação para dar proteção à Vanessa, enviada pela magistrada do caso minutos antes de ela ter sido esfaqueada.

 

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TROCA DE PARTIDO

"Mais louco" reclama de fogo amigo e ameaça reagir com lança-chamas

Juliano Ferro acredita que reportagem apontado gasto de R$ 5 milhões com quarteirização de oficinas foi "plantada" por alguém próximo do governador

20/03/2025 15h00

Juliano Ferro entrou no PSDB a convite de Reinaldo Azambuja e foi reeleito com 81% dos votos. Agora, ameaça deixar o partido

Juliano Ferro entrou no PSDB a convite de Reinaldo Azambuja e foi reeleito com 81% dos votos. Agora, ameaça deixar o partido

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Visivelmente irritado, contrariando a forma descontraída com a qual normalmente se apresenta, o prefeito  de Ivinhema, Juliano Ferro, que se diz o “mais louco do Brasil”, publicou dois vídeos no Instagran, onde tem 859 mil seguidores, para dizer que está sendo alvo de fogo amigo e para informar que está prestes a abandonar o grupo político e o partido pelo qual se reelegeu no ano passado. 

A descoberta deste suposto fogo amigo, segundo ele, ficou evidente depois da publicação daquilo que classifica como reportagens tendenciosas envolvendo seu nome em sites cujos nomes não chega a especificar.

As publicações dos vídeos, ambas nesta quarta-feira (19), foram feitas um dia depois de o Correio do Estado publicar reportagem informando que a prefeitura de Ivinhema havia assinado contrato de R$ 5 milhões para quarteirização de serviços de conservação de veículos e maquinários. 

A quarteirização se caracteriza como sendo a evolução do processo de terceirização, em que o gerenciamento dos terceiros passa para uma quarta empresa. A empresa contratada, com sede em Cuiabá, é especializada em informática.

Ou seja, a prefeitura de Ivinhema está destinando R$ 5 milhões para que uma empresa de informática gerencie durante seis meses as oficinas que prestam serviço à administração municipal.

E este contrato, cujo extrato foi publicado na última terça-feira no diário oficial do Governo do Estado, prevê que pode ser prorrogado por um período maior. 

Em empresa contratada, a Centro América Comércio, Serviço, Gestão e Tecnologia LTDA, pertence a Janio Correa da Silva. Em novembro do ano passado ele chegou a ser preso, junto com mais cinco familiares, em uma operação do Ministério Público de Mato Grosso. 

Conforme informações divulgadas à época, várias empresas da família tinham contratos com suspeita de superfaturamento com mais de cem prefeituras e câmaras de Mato Grosso. Juntos, estes contratos superam R$ 1,8 bilhão. Janio ficou preso durante cinco dias e acabou sendo liberado. 

E, de acordo com os vídeos de Juliano Ferro, a divulgação destas informações teriam sido fruto de fogo amigo de pessoas muito próximas do governador Eduardo Riedel. Em nenhum momento, porém, contesta as informações da reportagem. Ele foi procurado antes da publicação, na terça-feira pela manhã, mas até esta quinta-feira (20), não havia dado retorno. 

 

De acordo com o prefeito, depois da divulgação do primeiro vídeo, no qual reclama do fogo amigo, lideranças de outros partidos entraram em contato para oferecer espaço caso queira trocar o PSDB por outra legenda. 

No segundo vídeo, faz questão de inocentar o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, e o governador Eduardo Riedel, atribuindo o suposto fogo amigo a alguma pessoa que seria muito próxima do governador. 

O prefeito não sabe, porém, que a origem da reportagem foi baseada unicamente em uma simples leitura do diário oficial e em uma busca de google sobre o nome do empresário que assina o contrato milionário. Se ele ou seus assessores tivessem feito um único google antes de assinar o contrato, possivelmente teria se livrado do constrangimento de agora. 

Na primeira publicação, o “mais louco do Brasil” chega a ameaçar o autor do suposto fogo amigo. “Eu digo pra você, safado, sem vergonha, que vem de dentro das nossas próprias alianças políticas me atacar. Se você for vir pra cima de mim, não vem com isquerinho não, porque e vou com lança-chamas”, sem explicar o que seria exatamente esse lança-chamas. 

Na sequência exige punição dos responsáveis por este suposto fogo amigo. “Se as providências não forem tomadas e estas pessoas não forem penalizadas, se prepara, porque mexeu com louco, o pau vai comer, e eu não vou olhar quem está pela frente. Agora, me coagir e fogo amigo eu não vou aceitar. Está dado o recado”, encerrou o primeiro vídeo, postado logo cedo na quarta-feira. 

Na segunda publicação, já pela noite, já sem uso de paletó e trajando camiseta como normalmente se apresenta nas redes sociais, abrandou o tom e afirmou em diferentes momentos que está tendendo a sair do PSDB para o qual foi levado por Reinaldo Azambuja. 

 

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