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Conselho autoriza ensino remoto em 2021, mas como isso deve impactar a educação

Especialista acredita que aulas serão na modalidade híbrida, com aulas presenciais e à distância

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O Conselho Nacional de Educação (CNE) deu aval para a manutenção do ensino remoto em 2021 e caberá aos estados, municípios e direção (no caso dos estabelecimentos da rede privada) decidir como será administrado o próximo ano letivo. O problema é que na visão de especialistas, a forma como as aulas têm sido ministradas é insuficiente para repassar todo o conteúdo previsto nas diretrizes nacionais.

Para a doutora em educação Ângela Costa, tem sido ventilada a hipótese da modalidade híbrida, mesclando aulas presenciais com ensino à distância. A volta à normalidade plena, segundo ela, depende da disponibilidade de vacina contra a doença pandêmica, o que não deve acontecer tão cedo. 

“Então vamos precisar de uma alternativa, uma vez que só estamos acumulando problemas de conteúdo, de aprendizado. Eu acredito que as escolas realmente vão ter que trabalhar fazendo isso. Acho que está na hora das pessoas aprenderem realmente o que é esse ensino remoto”, afirmou em entrevista ao Correio do Estado.

Ângela acredita ser impossível que todo o conteúdo previsto tenha sido aplicado, “então a primeira coisa que a escola tem que fazer, e eu acho que eles deveriam aproveitar esses dois últimos meses, é uma avaliação diagnóstica para saber quem adquiriu e o que adquiriu de conhecimento. Depois, pegar esses últimos meses de 2020 para fazer uma espécie de recuperação. A escola deveria fazer uma campanha muito séria para buscar esses alunos que estão ficando para trás para iniciar 2021 adequadamente”.

Segundo ela, o percentual de crianças que não tiveram condições de acompanhar as aulas pela internet é alto. Esse é um dos fatores também devem ser levados em conta na hora de planejar como será o próximo ano letivo.

PROBLEMAS E PERSPECTIVAS

A evasão escolar, na opinião de Ângela, será um problema tão grave como a qualidade de ensino ano que vem. 

“Já tem até um programa da Unesco para resgatar os alunos, procurar saber, na casa deles, porque não conseguiram, o que está faltando. A escola tem que trazer solução para eles, trabalhar como um hospital. Os alunos bons são bons em qualquer lugar, já os que têm problema é que é preciso parar, pensar e ver o que vai fazer. Lógico que não vai poder continuar do jeito que foi”, pontua a doutora em educação. 

E toda essa situação, completa, expôs um velho problema brasileiro: a desigualdade na educação.

PERMISSÃO

O aval do CNE não é impositivo, ou seja, está liberado para quem quiser adotar. Ela vale para todos os níveis educacionais, desde o ensino infantil como fundamental, médio e superior, seja rede pública ou privada. A diretriz deve ser aprovada em breve pelo Ministério da Educação.

Igualmente foi permitida a fusão dos anos letivos de 2020 e 2021, usando um currículo de dois anos, evitando uma alta taxa de reprovação causada pelo ensino remoto. Também está autorizada a criação de um “quarto” ano do ensino médio para os estudantes do terceiro ano, antes que eles entrem na faculdade.

Para combater o abandono, os critérios de avaliação foram definidos e agora se chamam “promoção”, que vale para a segunda etapa do ensino fundamental (quinto ao nono ano).

Em Mato Grosso do Sul, nem o Governo nem a Prefeitura de Campo Grande já adiantaram como será o próximo ano letivo, apenas bateram o martelo de que até o fim do ano, professores e alunos não vão se encontrar em sala de aula. 

Ambas as esferas, porém, confirmaram anteriormente ao Correio do Estado que pretendem fazer avaliações diagnósticas para medir os impactos do ensino remoto, prevendo inclusive aulas de recuperação para que os estudantes não sejam prejudicados. 

Cidades

Cobertura vacinal contra a pólio no Brasil melhora, diz Unicef

Número de crianças não vacinadas caiu no ano passado

23/04/2024 15h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em 2022, das 2.922 crianças nascidas vivas no Brasil, 243.008 estavam sem a primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. No ano passado, de 2.423.597 crianças nascidas vivas, 152.521 crianças estavam sem a dose – uma redução de mais de 90 mil no total de crianças sem a imunização. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília.

A chefe de Saúde do Unicef Brasil, Luciana Phebo, lembrou que o país vivencia quedas nas coberturas vacinais dos principais imunizantes do calendário infantil desde 2015 e que o cenário se agravou em meio à pandemia de covid-19. “Após anos de piora, o Brasil começou a retomar a vacinação”, disse, durante coletiva de imprensa. “Mais de 90 mil crianças. Essa é a diferença. Uma diferença expressiva”, completou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, avaliou que o Brasil registra “uma virada” no cenário de coberturas vacinais. “Estamos vivendo uma virada. Uma virada na direção de alcançarmos coberturas vacinais necessárias para a proteção de nossas crianças, de nossa sociedade, de nossos adolescentes”, disse, ao citar especificamente a vacinação contra o HPV que, este ano, passou a ser feita em dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

Nísia destacou que 13 das 16 principais doses infantis que constam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apresentaram melhoras na cobertura vacinal em 2023 quando comparadas ao ano anterior. Entre os imunizantes citados pela ministra estão: pólio, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), tríplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da tríplice bacteriana.

“Foi uma virada com muita luta. Devemos sim celebrar, mas também apontar os caminhos que temos pela frente”, avaliou Nísia. “Esse aumento geral da cobertura coloca muito bem esse avanço que, como eu disse, celebramos, mas com a consciência de que temos muito a avançar”, completou.

Américas

Em meio à Semana Mundial de Imunização e à Semana de Vacinação nas Américas, celebradas de 24 a 30 de abril, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância do esquema vacinal contra a pólio. “A criança não ter esse direito é algo muito significativo”, disse. No Brasil, a partir deste ano, a vacina oral contra a pólio está sendo gradativamente substituída pela versão inativada e injetável do imunizante.

A forma injetável é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Após o período de transição, que começou no primeiro semestre de 2024, crianças que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a injetável aos 15 meses.

A dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, não será mais necessária. A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. 

Para Socorro, três intervenções em saúde pública são consideradas essenciais pela Opas para garantir qualidade de vida a todas as crianças: acesso à água potável, aleitamento materno e vacinação. “A região das Américas sofreu muito ao longo dos últimos anos. Perdemos muito nas coberturas de vacinação.”

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MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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