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Ensino remoto escancara desigualdade educacional no Brasil

Estudo aponta que alunos pobres têm mais prejuízos com aulas à distância durante a pandemia

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A metodologia de ensino precisou ser alterada em 2020, com o surgimento do novo coronavírus, as aulas foram suspensas e escolas passaram a adotar o ensino remoto. 

De repente, instituições, professores e alunos precisaram se adaptar a uma nova rotina de ensino, marcada por desigualdades. 

Um estudo realizado por pesquisadores do Insper e que foi apresentado ao Conselho Nacional de Educação indica que o ensino a distância e as circunstâncias da pandemia aumentaram ainda mais as desigualdades entre estudantes ricos e pobres. 

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A pesquisa “Desigualdade educacional durante a pandemia”, publicada em dezembro de 2020, investigou a relação entre o fechamento das escolas e os diferentes impactos educacionais entre os estudantes brasileiros. 

De acordo com os pesquisadores, a desigualdade educacional entre alunos irá aumentar para todos os níveis de ensino em razão da pandemia.

No fim de janeiro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontou que o Brasil tem quase 1,4 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos fora da escola. 

O levantamento mostra também que mais de 5,5 milhões de brasileiros nessa faixa etária não tiveram atividades escolares em 2020 por causa da pandemia.

A doutora em educação Ângela Costa disse em entrevista ao Correio do Estado que as consequências do ensino à distância podem ecoar por anos, impactando diretamente a educação de milhares de crianças e jovens. 

“Nós não temos tecnologias suficiente e adequada para atender todos os nossos alunos, as crianças que só tem um celular em casa e que a internet nem funciona, estuda como?! No Brasil o ensino a distância foi uma lástima, o impacto foi aumentar a desigualdade que já existia na educação brasileira”, destacou. 

O estudo constatou que alunos de instituições privadas estão mais preparados para acessar materiais educativos durante o período de distanciamento social, já que as escolas particulares se adaptaram melhor ao ensino à distância em comparação com as escolas públicas. 

O acesso à internet para esses estudantes é significativamente maior do que alunos mais pobres. 

A pesquisa também concluiu que a desigualdade educacional entre as diferentes regiões do país devem aumentar, já que alguns estados tiveram limitações muito mais acentuadas na oferta do ensino remoto; e que as próprias deficiências dos sistemas de ensino públicos podem impulsionar a evasão escolar dos estudantes.

Os reflexos do EAD já pode ser notado, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em janeiro deste ano em todo o país, registrou taxas de abstenção recorde. 

Em um dos dias do exame, mais de três milhões de candidatos faltaram: 55,3% do total de inscritos, o maior índice da história.

A especialista em educação acredita que as aulas presenciais devem voltar o quanto antes, para que o impacto não seja ainda maior. 

“Eu defendo que nós temos que abrir as escolas, nem que seja para os menos favorecidos, as aulas presenciais são muito importantes, as escolas terão que ir atrás de seus alunos. Para o retorno será necessário realizar um trabalho grandioso para retomar da onde paramos”, destacou Ângela Costa. 

Na última quinta-feira (04), a prefeitura de Campo Grande prorrogou a suspensão das aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino (Reme)  até 1º de julho de 2021, ou seja, no primeiro semestre os estudantes só terão aulas remotas. 

Na Rede Estadual de Ensino (REE), o calendário de 2021 começa no dia 1º de março, no modo híbrido, com revezamento de alunos entre atividades presenciais e pela internet, em razão da Covid-19.

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PAC

Capital espera que União confirme obra na Ernesto Geisel até junho

Projeto encaminhado pelo município prevê investimento de R$ 150 milhões para drenagem e manejo de águas fluviais, instalação de calçadas e de ciclovias

24/04/2024 08h30

Da Avenida Manoela da Costa Lima até a Campestre projeto prevê instalação de calçadas e ciclovias Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Anunciado no começo deste ano pelo governo federal, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC)  – Seleções já anunciou diversas obras em Mato Grosso do Sul.

Em Campo Grande, um dos principais projetos é a revitalização da Avenida Ernesto Geisel e do Rio Anhanduí. Porém, o governo ainda não confirmou a obra, o que a prefeitura espera que aconteça ainda neste semestre.

De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, ainda há a necessidade de aprovação do Mnistério das Cidades, do governo federal, para que a obra na avenida seja efetivamente confirmada e para que, a partir disso, o contrato seja firmado e o recurso, para contratação de empresa que fará o serviço, seja enviado.

“A expectativa é de que a análise seja realizada neste primeiro semestre para posterior elaboração do termo de compromisso .

A proposta é de R$ 150 milhões do orçamento geral da União (Ministério das Cidades) para a recuperação e adequação de drenagens e manejo de águas fluviais em Campo Grande/MS (Prevenção a desastres no Fundo de Vale do Rio Anhanduizinho)”, afirmou a Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe), por meio de nota.

O projeto enviado pela prefeitura busca a revitalização de boa parte da extensão da avenida. A ideia, que surgiu em 2011, prevê a construção de paredões de gabião no trecho do rio entre a Rua do Aquário e a Avenida Manoel da Costa Lima. 

A partir dali, a ideia é que até a Avenida Campestre, onde a Ernesto Geisel termina (sob o nome de Thyrson de Almeida), seja feito um serviço de controle do canal do rio, com escadarias, dissipadores e obras pontuais para controle de águas da chuva, para evitar que o extravasamento chegue aos bairros e cause enchentes. 

Além disso, esse projeto também prevê o recapeamento da avenida e a instalação de áreas de convivência, com quadras de esportes, pista de caminhada e ciclovia. 

“A proposta também inclui ações de trabalho social que visem a sustentabilidade socioeconômica e ambiental do empreendimento, tais como atividades de educação ambiental e promoção da participação comunitária, conforme manual de diretrizes e recomendações do Ministério”, completa a nota da Sugepe.

PROBLEMA DE DÉCADAS

Há mais de uma década o poder público promete revitalizar a Avenida Ernesto Geisel, que além dos problemas com relação a drenagem, tem várias trechos de pista interditada por causa de erosões nas margens do Rio Anhanduí, além da pista estar desgastada em função também dos alagamentos e problemas causados pelo rio.

O projeto original da revitalização, porém, foi perdido ao longo das gestões e, em 2017, foi licitado apenas um trecho menor, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário.

As obras do trecho todo ainda não foram concluídas em virtude de atrasos nos repasses e da desistência de uma das empresas vencedoras da licitação. 

Do projeto inicial, que previa 7,5 quilômetros de revitalização, foram concluídos apenas 2,6 km. Isso porque o trecho que estava sob a responsabilidade da Dreno Engenharia não foi concluído.

Com o abandono, a prefeitura teve de relicitar o trecho entre as ruas Bom Sucesso e do Aquário, etapa que tem recursos provenientes de emendas federais e do governo do Estado. 

A licitação, no entanto, não teve empresas interessadas e terminou deserta. A prefeitura retirou o projeto para reavaliá-lo.

NOVO PAC

Em setembro do ano passado os ministros da Casa Civil, Rui Costa, do Planejamento, Simone Tebet, e das Pequenas e Médias Empresas, Márcio França, estiveram em Campo Grande para apresentar algumas obras do Novo PAC.

Foi anunciado um repasse de R$ 327 milhões para obras de infraestrutura e mobilidade urbana na Capital.Valor que seria ser para trabalhos de drenagem e pavimentação em 20 áreas da cidade.

SAIBA

A Prefeitura de Campo Grande apresentou os projetos para o Novo PAC em setembro do ano passado, em Brasília. Entre as prioridades na solicitação estavam a revitalização no Rio Anhanduí, a pavimentação de ruas e a mobilidade urbana.

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Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

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