Cidades

Pavimentação e restauração

Estado assina com o BNDES investimento de R$ 2,3 bilhões em asfalto

Obras devem começar ainda neste ano, e terão como foco o 'Vale da Celulose'

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O Governo de Mato Grosso do Sul assinou nesta quinta-feira (26) em Brasília (DF), um contrato de financiamento de R$ 2,3 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos em pavimentação e restauração de rodovias.

Segundo o Estado, a aplicação dos recursos terá foco especial na logística rodoviária da região leste, onde cresce o 'Vale da Celulose', e as obras devem ter início ainda em 2024.

Ao todo, 818 km de rodovias estaduais serão transformadas com o aporte do BNDES (projeto este que tem contrapartida de R$ 300 milhões do Governo de Mato Grosso do Sul), sendo 569 km em novas pavimentações - ou seja, asfaltamento de estradas ainda de chão - e 249 km em pistas que serão restauradas.

"Mato Grosso do Sul atravessa um momento de crescimento importante, que traz boas perspectivas para nós. A Araucou aprovou R$ 26 bilhões para sua nova fábrica, algo que vai alcançar não apenas o município de Inocência, mas toda a Costa Leste do Estado. É uma região que passa por uma transformação e esse recurso do BNDES é de vital importância, permite que continuemos a dar competitividade para esses negócios", destacou o governador Eduardo Riedel.

Atualmente, já opera na região as gigantes Suzano (duas fábricas em Três Lagoas e a maior em Ribas do Rio Pardo) e Eldorado (Três Lagoas), enquanto a Arauco prepara para desembarcar em Inocência e a Bracell em Água Clara. Tais empreendimentos movimentam bilhões em recursos, gerando emprego, renda e atraindo outros investimentos.

Contudo, os mesmos exigem cada vez mais investimento do setor público, e diante desse cenário o Governo de Mato Grosso do Sul se esforça para oferecer condições de desenvolvimento regional em um ambiente apto para que os negócios se estabeleçam no Estado.

"Quero reforçar que o Governo Federal também foi parceiro nosso ao nos delegar parte das BRs 262 e 267 para somar com outras rodovias federais 870 km que serão concessionados em dezembro na B3 em São Paulo. São R$ 5,7 bilhões de capex [investimento em bens de capitais] para os próximos seis, sete anos, que somado a esses R$ 2,3 bi de hoje, mais R$ 1,5 bi do Estado, são quase R$ 10 bilhões de investimento que nos coloca em outro patamar", acrescentou Riedel.

A previsão é que os novos empreendimentos na região leste de Mato Grosso do Sul envolva um conjunto de 80 mil novos trabalhadores. Para manter tal status de progresso, o Governo do Estado aposta em capacidade de investimento (15% da RCL, a maior do país) e no crescimento contínuo da economia local - no ano passado o aumento do PIB estadual foi 6,6%.

Inovações nos projetos

Além de Eduardo Riedel, a assinatura contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e do governador cearense Elmano de Freitas.

O presidente Lula destaca em sua fala que tais projetos alimentam o crescimento regional e nacional, e que eles passam a receber recursos do BNDES quando estão bem elaborados.

"Não adianta fazer discurso, tem que ter projeto. Se tiver consistência, ele [o gestor] consegue o dinheiro, e esse dinheiro ao ser aplicado na execução do projeto começa a circular e a economia a funcionar, gera emprego, consumo, é um circulo virtuoso".

Já Mercadante ressalta a qualidade do projeto apresentado, que além da infraestrutura e logística em si, também carrega inovações que, segundo ele, devem servir de base para que o BNDES passe a partir de agora a exigir dos demais gestores públicos.

"É um projeto que vai mudar a infraestrutura do Estado, vai a tornar mais eficiente, vai exigir menos tempo para escoar a produção, vai aumentar a produtividade, a qualidade de vida, a segurança nas estradas, e traz a inovação que são medidas de prevenção a incêndios em rodovias. É um projeto muito bonito e queremos qualificar assim também os próximos".

Eduardo Riedel também comentou tal novidade, revelando o projeto traz dispositivos para avançar na resiliência climática.

"Vai ajudar muito nessas épocas mais dramáticas, de extrema seca", explica o governador, lembrando que as rodovias inclusas nesse programa passam por florestas plantadas usadas na fabricação da celulose. "As empresas estão muito partícipes desse monitoramento, e o Estado também, em parceria", conclui.

Por fim, Mercadante ainda citou outros projetos sul-mato-grossenses que seguem sob a mesa do BNDES, como o que busca aumentar a infraestrutura de distribuição de gás pela estatal MSGÁS, e também a que visa estruturar a PPP (Parceria Público-privada) dos Parques.

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REFRESCO

Chuva chega na maior parte da região sul e alivia calorão em MS

Além das fortes precipitações, queda nas temperaturas foram registradas em todo o estado; déficit de chuva no ano preocupa meteorologia

27/09/2024 09h45

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Gerson Oliveira / Correio do Estado

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As chuvas, como previstas pelo Correio do Estado, chegaram em Mato Grosso do Sul, principalmente na região sul do estado. Além das fortes precipitações, quedas nas temperaturas também foram registradas, com alguns municípios alcançando 14,4°C.

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), nas últimas 48 horas, Bataguassu marcou 77,4 mm de chuva, seguido por Ivinhema, com 30,6 mm, Angélica, com 28,6 mm, e Nova Andradina, com 16 mm. Outras cidades como Rio Brilhante, Bonito e São Gabriel do Oeste também registraram bons índices de chuva nos últimos dois dias.

Vinícius Sperling, meteorologista do Cemtec, afirmou que ainda é cedo para iniciar o plantio de cana, fortemente marcado na região sul do estado, pois o solo está muito seco e as altas temperaturas devem voltar na próxima semana. Ainda de acordo com Vinícius, essa situação é agravada pelo déficit de chuva acumulada em todos os municípios sul-mato-grossenses de janeiro a agosto deste ano.

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Chuva acumulada no ano nos municípios de MS

Também, nos primeiros 15 dias de setembro, todas as cidades analisadas ficaram abaixo do esperado, ou seja, abaixo da média histórica. 13 municípios não registraram chuva nas primeiras duas semanas, dentre elas, Três Lagoas, Chapadão do Sul e Coxim.

Quedas nas temperaturas

Entre a noite desta quinta-feira (26) e a manhã desta sexta-feira (27), a população sul-mato-grossense percebeu uma queda nas temperaturas. Ponta Porã chegou a alcançar 14,4°C, seguido por Sete Quedas e Aral Moreira, ambas com 14,6°C, e Amambaí, com 14,7°C, enquanto Campo Grande amanheceu com 18°C. Confira as temperaturas nesta manhã:

Chuva dá as caras em MS e alivia calorão Temperaturas mínimas no estado nesta manhã (27)

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Doação de órgãos

Fila de espera para transplante em Mato Grosso do Sul bateu recorde em 2023

No ano passado, 526 pessoas aguardavam um órgão em MS; segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos casos era por córnea

27/09/2024 09h30

Primeiro transplante de fígado em MS, foi feito em julho de 2024

Primeiro transplante de fígado em MS, foi feito em julho de 2024 Foto: Divulgação HAP

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Dados da transparência do Ministério da Saúde apontam que 2023 foi o ano em que a fila para transplante em Mato Grosso do Sul bateu recorde. Ao todo, 526 pessoas aguardavam por um órgão no Estado, sendo a maioria delas (337) à espera de córnea. Além dessas, 186 pacientes aguardavam por rim e três por um transplante de coração.

Neste ano, também foram inseridas pessoas na fila de espera para transplante de fígado. De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul (CET-MS), Claire Miozzo, 14 pessoas estão aguardando pelo órgão no Estado.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também relatou que, neste ano, 415 pessoas esperam na fila por transplante de córnea e outras 207, por um rim. No entanto, nos dados da Pasta não há informações sobre os transplantes de coração.

Claire informa que as filas de receptores de órgãos e tecidos do País cresceram significativamente, inclusive em Mato Grosso do Sul, em função da pandemia de Covid-19, uma vez que na época houve o aumento da dificuldade de doadores serem encontrados. Enquanto isso ocorria, as filas alongavam.

“Quando muitas vezes tinha um doador, dava [o resultado do teste para a] Covid-19 positivo, e naquele momento a Covid-19 era uma contra indicação absoluta para a doação de órgãos. Com isso, as filas foram aumentando e muitos pacientes que tinham que fazer o retorno não conseguiam fazer no hospital, por causa de problemas de vaga. Então, isso fez com que aumentassem significativamente as filas”, esclarece a coordenadora da CET-MS.

No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que em 2023 havia 68.465 pessoas na fila de espera para transplantes de órgãos e córnea, sendo a grande maioria (38.258) à espera de rim.

DOAÇÃO

A principal barreira para o transplante de órgãos ainda é a recusa familiar. Claire relata que muitas famílias nunca conversaram sobre doação de órgãos com seus entes. No momento da entrevista familiar, que é a única oportunidade para solicitar a doação, é um momento difícil e de luto, fazendo com que a família muitas vezes não aceite.

Guilherme Henrique de Paiva Fernandes, enfermeiro e coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), corrobora que a principal dificuldade encontrada no processo de doação de órgãos é a recusa familiar.

Para ele, muitas vezes a família acaba recusando a doação por não saber se essa era a vontade do familiar que morreu. “Por isso, pedimos para que se declare ainda em vida que é um doador de órgãos, que avise a sua família, pois caso chegue o momento, é mais provável que a família realize a vontade que aquela pessoa externou em vida”, comenta.

Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos, mas Fernandes esclarece que, conforme a legislação atual, a família precisa aceitar a doação após a declaração do óbito. Entretanto, há casos de contraindicação médica para a doação, assim como também existe um tempo correto para que ocorra a extração desses órgãos e/ou tecidos a serem doados.

Esses são inclusive os principais motivos relatados por Claire a respeito da diferença entre a quantidade de potenciais doadores e a quantidade de doadores efetivos.

Em 2023, por exemplo, o Ministério da Saúde disse que 200 pessoas foram potenciais doadoras em MS. No entanto, 59 dessas recusaram, 106 passaram por entrevista e apenas 45 efetivaram a doação, sendo apenas 22,5% do total.

“Nós temos várias etapas no processo de doação. Muitas vezes, a família autoriza a doação, nós vamos fazer o exame sorológico e há a detecção de alguma sorologia positiva que impede a remoção desse órgão”, pondera.

“Muitas vezes, [o paciente] é um potencial doador, mas ele teve uma parada cardiorrespiratória antes mesmo de fechar o diagnóstico completo de morte encefálica. Então, assim, são vários os fatores que muitas vezes fazem com que uma quantidade maior de potenciais doadores efetivamente se tornem doadores”, revela a coordenadora da CET-MS.

Ainda, segundo Claire, há casos em que não é possível remover o órgão ou esse órgão está inapto para transplante, pois possui alguma patologia que não foi vista no ultrassom, entre outros fatores que fazem com que o potencial doador não seja um doador efetivo.

COMO DOAR

A coordenadora da CET-MS aponta que, para ser um doador de órgãos, é necessário comunicar a sua vontade à família em vida, porque quem vai autorizar a doação de órgãos e córneas, de acordo com a lei brasileira, é a família ou um parente de até segundo grau.

O cidadão pode fazer declarações em vida, colocando tanto em documentos como a Carteira de Identidade (RG) ou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) quanto por meio de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo).

Entretanto, mesmo que a pessoa tenha se autodeclarado em documentação ou formulário, o que continua prevalecendo é a autorização da família.
“A doação de órgãos é um ato 

Saiba

Em 2023, foram realizados 299 transplantes no Estado sendo um de coração,  29 de rim, 265 de córnea  e quatro de medula óssea.

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