PONTA PORÃ
Os cerca de 4 mil soldados das Forças Armadas do Paraguai estão de prontidão devido ao estado de exceção decretado pelo presidente daquele país, Fernando Lugo. A medida vale para cinco estados, entre eles o Departamento del Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã e visa a conter a onda de violência que cresce de forma assustadora em todas as regiões do país.
Ainda em um dos leitos da Clínica San Lucas, cercada pelos policiais do Grupo de Operações Especiais, o senador Robert Acevedo, vítima de atentado a tiros na noite de segunda-feira passada, no centro de Pedro Juan, falou com exclusividade ao Correio do Estado. Ele disse que já temia ações de facções criminosas que não concordam com a sua atuação.
Acevedo disse que depois do atentado o governo do Paraguai enviou 150 homens para reforçar a segurança na fronteira com Ponta Porã. Ontem havia policiais armados dentro e fora da Clínica San Lucas, onde ele permanecia internado, mas aguardava pela alta que poderia ocorrer ainda no período da noite depois da visita do seu médico.
O senador disse que tudo aconteceu muito rápido e que os criminosos não lhe reconheceram depois que saiu da caminhonete que ficou crivada de balas de fuzis e metralhadoras. Ele fala que prefere não dizer nome das facções, mas atribui o ato a membros do PCC que teriam forte atuação na região. Ele praticamente descartou que guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio (EPP) tenham participado do atentado que deixou dois mortos.
Ontem pela manhã Acevedo recebeu a visita do presidente Fernando Lugo, que esteve na clínica para saber do seu estado de saúde. Lugo prometeu reforçar a segurança e punir os envolvidos no atentado. No próximo dia 3, o presidente retorna à fronteira para reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no lado brasileiro.
As ruas de Pedro Juan Caballero estão cercadas por policiais que desenvolvem trabalho de fiscalização. Também estão sendo desencadeadas operações em casas onde residem ou residiram pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. O objetivo é coletar dados para elucidar o crime que causou forte comoção na sociedade fronteiriça. (EJA)