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Estado recebeu R$ 7,2 milhões para combater queimadas no Pantanal em MS

Recursos são utilizados para tentar conter a devastação no bioma, que já teve 26% do território queimado

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Com a permanência dos focos de incêndio no Pantanal de Mato Grosso do Sul, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) liberou mais R$ 2,1 milhões para o combate aos incêndios florestais na região. Os recursos deverão ser usados para contratação de aeronave e para o combate direto dos focos de incêndio onde as equipes de solo não conseguem chegar em virtude do difícil acesso. Com esse recurso, o Estado recebeu, ao todo, mais de R$ 7,2 milhões desde meados de setembro para tentar conter a devastação no Pantanal.  

Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), 26% do Pantanal foi consumido pelo fogo até o dia 3 de outubro. O porcentual equivale a 3,977 milhões de hectares, sendo 1,817 milhão de hectares a área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul e 2,160 milhões de hectares atingidos pelas chamas no Pantanal de Mato Grosso.  

Apenas no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, por exemplo, 68,6% de sua área sofreu com as queimadas, o que representa 21 mil hectares do bioma, segundo boletim do governo do Estado de MS.

Do dia 28 de setembro ao dia 4 de outubro, foram localizados 1,276 mil focos de queimadas no Pantanal de MS. A partir do dia 5 deste mês, o total de incêndios foi de 417. Só em outubro, foram identificados no Estado 779 focos de fogo, sendo 738 apenas na cidade de Corumbá.  

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Corumbá é o município mais atingido pelas queimadas, com 7,309 mil pontos de incêndio durante o ano. O fogo dos incêndios chegou a atingir na sexta-feira (9) a rodovia BR-262, trecho entre Corumbá e Miranda.  

As chamas que avançam a estrada forçaram a parada dos veículos. O sargento do 3º grupamento de Bombeiros, Carlos Alberto, explica que equipes de bombeiro foram enviadas para a região.  

As terras indígenas também foram atingidas em grande escala pelos incêndios. O território indígena Kadiwéu foi uma das áreas mais afetadas pelas queimadas, onde cerca de 215 mil hectares foram devastados, 40% das terras pertencentes à etnia.  De acordo com o Lasa, as Terras Indígenas Baía dos Guató, Tereza Cristina e Periguara tiveram o território quase todo devastado pelo fogo, com 83%, 88% e 99% de área queimada, respectivamente.

Equipe  

As equipes que estão combatendo o fogo no Pantanal receberão reforços do Corpo de Bombeiros do Paraná. Ao todo, serão 35 bombeiros militares.  

Eles vão substituir os colegas paranaenses que estão no combate ao fogo desde o dia 15 de setembro. Ao todo, 39 bombeiros do Paraná prestam apoio na região.

Os bombeiros que participam da missão possuem experiência no combate a incêndio florestal em outras regiões do País.

"boi bombeiro”

Com oito meses de queimadas intensas no Pantanal, foram registrados 19.557 focos de incêndio no bioma, maior número desde 1998. Nesta sexta-feira (9), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que se houvesse mais gado o desastre no bioma seria menor.  

Em audiência pública do Senado, a ministra explicou que o boi é o “bombeiro” do Pantanal, pois ele comeria a massa seca do capim, que com a seca se torna um combustível para as queimadas. “Se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal isso teria sido um desastre menor do que nós tivemos este ano. Isso tem de servir como reflexão do que nós temos de fazer”, declarou Cristina.  

De acordo com o governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a incidência das queimadas no bioma é decorrente da estiagem prolongada, da baixa umidade relativa do ar, da queima criminosa e de fenômenos naturais. Este ano, a situação se agravou em virtude das altas temperaturas que atingiram o País, além do desmatamento do bioma.  

A ministra da Agricultura ainda disse que vai analisar a proposta sugerida pela senadora Simone Tebet de incluir o Pantanal no escopo do Conselho Nacional da Amazônia Legal até 2025. A ministra explicou que o governo federal não vê dificuldades no requerimento, mas o documento aprovado na sexta-feira (9) precisa ser estudado.

A ministra complementou durante audiência ser fundamental a elaboração de medidas preventivas aos incêndios no bioma e de políticas favoráveis à produção nas terras pantaneiras. Tereza Cristina também comparou os incêndios deste ano com os ocorridos há mais de 40 anos.

A comissão externa do Pantanal do Senado Federal aprovou na sexta-feira a inclusão do Pantanal no conselho. O objetivo é ampliar e auxiliar as medidas de enfrentamento das queimadas no bioma, com mais recursos financeiros e estrutura logística. A indicação segue agora para a presidência do Senado.

Vacina da dengue

Ministério da Saúde amplia vacinação contra dengue e MS deixa faixa etária a critério dos município

Apesar do Ministério da Saúde liberar a vacinação para o público de 4 a 59 anos, Mato Grosso do Sul deve imunizar público de 6 a 16 anos, nos 78 municípios do estado

18/04/2024 17h42

Medida de emergência foi adotada pois imunizantes vencem no próximo dia 30 de abril. Reprodução/Sesau

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Com mais de 36 mil doses da vacina contra a dengue ainda disponivéis em Mato Grosso do Sul, a partir de hoje (18), a imunização foi ampliada para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em Campo Grande, bem como nos 78 municípios do Estado. 

Essa ampliação, anunciada pelo Ministério da Saúde, é uma medida excepcional e temporária. Inicialmente, a vacinação contra a dengue estava restrita a crianças de 10 a 14 anos. No entanto, o risco de perda de doses devido ao vencimento próximo, em 30 de abril, levou o órgão federal a tomar essa medida.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES/MS), os municípios foram orientados da seguinte maneira: mantém-se a recomendação de vacinação contra a dengue na faixa etária de 10 a 14 anos. No entanto, se houver doses com vencimento em 30 de abril de 2024, em quantidade que represente risco de perda física, essas doses poderão ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos de idade.

Larissa Castilho, Superintendente de Vigilância em Saúde da SES/MS, explica que essa é uma medida temporária, conforme a nota técnica 65 de 2024 do Ministério da Saúde, que trata da estratégia temporária de vacinação da dengue para as doses com validade para 30 de abril de 2024.

“Essa estratégia, ela vale para os municípios que contém essas doses com validade próxima e mantém a recomendação para a faixa etária de 10 a 14 anos com vencimento e se tiver um quantitativo representativo pode ampliar essa faixa etária para 6 a 16 anos. Não tendo adesão desse público, a gente pode ampliar a faixa etária temporariamente de 4 a 59 anos”, esclarece.

Sobre a previsão de chegada de novas doses, Larissa esclarece que essa é uma organização do Ministério da Saúde, e novas doses serão encaminhadas conforme a campanha for acontecendo ao longo do ano.

“Ainda não mandaram a previsão, então como é uma estratégia pontual de estoque que temos com validade para 30 de abril, eles vão encaminhar novas doses conforme a campanha for acontecendo ao longo do ano, porém para essa estratégia não virão novas doses, vão vir ao longo da campanha”, finaliza a Superintendente de Vigilância em Saúde da SES/MS.

Vacinação  na Capital 

Atualmente, há 1.346 doses da vacina contra a dengue disponíveis em Campo Grande. Desde o início da campanha, em 11 de março, foram aplicadas pouco mais de 10,5 mil doses.

Diante da nova recomendação do Ministério da Saúde, a Sesau informou que, durante a semana, a vacinação ocorrerá nas mais de 70 unidades básicas de saúde da família espalhadas pelas sete regiões urbanas e distritos do município, destinadas ao público-alvo de 6 a 16 anos.

Vacinação em Dourados

O prazo para tomar a primeira dose da vacina contra a dengue em Dourados segue até o dia 30 de abril. Para ampliar o número de imunizados, a Prefeitura, em parceria com a Fiocruz, expande os pontos de aplicação das doses no próximo sábado (20/4), durante o 'Dia D' de vacinação contra a dengue.

Neste dia, a vacina será oferecida em oito pontos extramuros para pessoas com idade entre 18 e 59 anos, além da Sala de Vacinação do PAM, onde podem vacinar pessoas de 4 a 59 anos.

Veja como está o índice de vacinação nos municípios:

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Exportações

Mercado da saudade' é estratégia para fruta brasileira ganhar o mundo

O chamado "mercado da saudade" é como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam produtos de maior apelo no Brasil

18/04/2024 17h00

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A falta que o brasileiro que vive no exterior sente de casa pode ser uma aliada para que as frutas produzidas no país ganhem terreno lá fora.

Segundo produtores e exportadores do setor de fruticultura, o chamado "mercado da saudade" acaba funcionando como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam —e ganhem o hábito de consumir— produtos de maior apelo no Brasil.

"O 'mercado da saudade' é um incentivo para que a gente leve a outros países produtos típicos de regiões brasileiras. Além das frutas, apostamos em diferentes segmentos, do flocão de milho à cerveja de umbu e ao azeite de licuri", diz Rodolfo Moreno, diretor de Exportação da Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária) na Bahia.

De olho na crescente leva de brasileiros que foram para Portugal, as cooperativas baianas levaram neste ano ao país europeu uma primeira leva de produtos da agricultura familiar: um contêiner com 12 toneladas. Ao todo, elas esperam mandar mais cinco remessas até o fim do ano.

O estado é um dos oito representados na versão brasileira da Fruit Attraction, que termina nesta quinta-feira (18) em São Paulo.

Depois de 15 edições, o evento internacional criado para a comercialização de frutas e legumes, ocorre pela primeira vez no Brasil e é organizado pela Ifema Madrid e pela Fiera Milano Brasil.

A versão brasileira era uma demanda de representantes do segmento, que viam um grande potencial de atração de negócios na fruticultura nacional.

O setor vive um momento de expansão após a pandemia: no ano passado, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 1,2 bilhão nas exportações de frutas, um aumento de 26,73% ante o ano anterior.

Em volume, registrou 1,06 milhão de toneladas, alta de 6% em relação a 2022, de acordo com a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados).

Entre as frutas mais vendidas pelo país, a manga lidera o ranking (266 mil toneladas), seguida pelo melão (228 mil toneladas) e pelo limão (166 mil toneladas).

Os principais destinos são os países da União Europeia (58%), Reino Unido (15%), Estados Unidos (12%), Argentina e Canadá (3%, cada um).

Ainda segundo a associação, de 2017 a 2023 foram abertos cerca de 15 novos mercados para diferentes frutas, como limão, maçã, mamão, manga, abacate, melão e uva.

"Um desafio é apresentar algumas dessas frutas para o consumidor estrangeiro e para o importador, temos de ensinar sobre maturação e manuseio. Tem gente que fica até na dúvida de como faz para comer um mamão", diz Felipe Cunha, responsável pelas exportações da UGBP, empresa fundada no Espírito Santo e que também opera no Rio Grande do Norte.

As vendas brasileiras de mamão são um exemplo de aumento do interesse no exterior: cresceram de US$ 49,6 milhões em 2022 para US$ 53,1 milhões em 2023, sendo Portugal o principal destino da fruta.

Por outro lado, Cunha relata que os custos de frete aéreo —fundamental para o transporte de produtos que precisam ser consumidos rapidamente— chega a ser o dobro do patamar de antes da pandemia, o que dificulta a popularização da fruta.

"Além disso, ainda convivemos com velhos problemas internos, como dificuldade de escoamento, estradas sem manutenção, demora no deslocamento das cargas. Há um enorme interesse pelas frutas brasileiras lá fora, mas também precisamos fazer a nossa parte", diz.

Para a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que visitou o evento, o Brasil vive um momento crucial para ganhar mercado, dado o papel que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a exercer, segundo ela, na retomada das relações internacionais com grandes parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e Europa.

"Nosso estado contribui com mais de 263 mil toneladas de frutas para exportação, temos de avançar para abrir mercados. Queremos entrar na China e na Índia. Temos condições adequadas para a produção, mas precisamos cada vez mais de logística e de incentivos para avançar", afirma Bezerra.

"O nosso país e, em particular, a Amazônia são centros exportadores de sabores únicos, nossos frutos merecem ganhar o mundo", diz Daniela Meireles, executiva de vendas da paraense 100% Amazônia, que exporta para 50 destinos.

O Brasil é o maior produtor mundial de açaí e mais de 90% da produção é do Pará, que também é o seu principal mercado consumidor.

Em 2022, o estado exportou 8,158 mil toneladas de açaí, movimentando mais de US$ 26,5 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo dados da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará) e do CIN (Centro Internacional de Negócios do Pará).

"O açaí é um sucesso de vendas lá fora, e também vejo um potencial enorme no cupuaçu e no buriti. Os brasileiros da região Norte estão mais familiarizados com eles e os que moram fora contribuem para a difusão do consumo no exterior", diz Meireles.

"Os brasileiros residentes no exterior acabam sendo esses embaixadores das nossas marcas e produtos. Tem muita coisa boa lá fora, mas a comida brasileira é preciosa, acaba sendo uma das coisas que mais sentimos saudade quando estamos em outro país", diz Maurício Duval Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil.

As goiabas das produtoras Inês Sato, 62, e Marilda Kawasaki, 56, de Carlópolis (PR), são um exemplo disso, chegando até a Europa, o Canadá e o Oriente Médio.

"Nossa cidade é a capital nacional da goiaba de mesa, e a Inglaterra é o nosso principal destino hoje", conta Sato. "A cooperativa de agricultores familiares teve apoio do Sebrae e agora queremos levar a nossa cultura para mais países."

De acordo com a entidade que representa os exportadores de frutas, o país conta com mercados em processo de abertura, como o da uva para China e Coreia do Sul, avocado e limão para os Estados Unidos, maçã e melão para a Malásia e maçã para a Tailândia.

"O momento é estratégico para que o Brasil ganhe espaço no exterior. Somos o terceiro produtor mundial de frutas, porém somos apenas o 24º exportador. Exportamos só 3% das frutas que produzimos, mas podemos nos tornar um polo internacional", avalia Macedo, da Fiera Milano Brasil.
 

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