Vânya Santos
A situação de baixa umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul pode durar mais um mês. Isso ocorre porque a transição de período seco para estação chuvosa só acontece no fim de setembro ou início de outubro, alertou o pesquisador e vice-coordenador-geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais, Marcelo Seluchi. Conforme o especialista, uma fraca frente fria pode avançar sobre o Estado e gerar chuva para o próximo domingo e a segunda-feira, mas a chance é pequena. “Essa é a informação mais otimista que posso oferecer no momento”, adiantou.
Enquanto isso, boa parte do País enfrentará a falta de chuva e umidade abaixo dos 20%, considerado estado de alerta. “Esse não é um problema só de Mato Grosso do Sul, mas eu diria que é uma situação relativamente normal para esta época do ano. Apenas a região sul, o litoral do nordeste e o Amazonas têm experimentado alguma chuva. Tirando essas exceções o restante do País está sofrendo com a falta de chuva”, garantiu o pesquisador.
Marcelo Seluchi explicou que durante o inverno muda a circulação dos ventos. No verão, eles vêm do mar, enquanto no inverno essa trajetória é diferente. “Nesta época seca existe ainda uma área de alta pressão que fica mais dentro do continente e contribui para estabilizar e secar a atmosfera. Por isso, é frequente não chover durante os três meses de inverno”, explicou o vice-coordenador-geral.
Ontem, houve registro de chuva fraca no Estado, com apenas 0,4 milímetros em Sidrolândia, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Falta de umidade
Apesar da necessidade de precipitações, o pesquisador Marcelo Seluchi afirmou que a chuva só pode ser provocada pela passagem de uma frente fria. A última, que estava prevista na semana passada, perdeu força e ficou apenas no Sul do País.
“Todo ano, em algum momento, essa situação aparece e uma cidade ou Estado apresenta valores críticos de baixa umidade. No ano passado a atmosfera colaborou um pouco mais e teve chuva na estação seca, que trouxe alívio e umidade para o solo”, ressaltou o pesquisador, afirmando que, de uma maneira geral, o clima do Brasil é bom porque a população não enfrenta muitos extremos de temperatura e o País também não é favorecido com catástrofes naturais, porém, a falta de chuva torna a qualidade do ar ruim, causa problema à saúde do ser humano, à atmosfera e deixa a umidade típica de deserto.