Cidades

FORÇA DE VONTADE

Estudante surdocega supera limites e cria incríveis peças em papel machê

Ana Cristina de Arruda é a prova de que força de vontade pode superar deficiências

MARESSA MENDONÇA

16/08/2015 - 14h00
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A arte foi a maneira encontrada pela estudante Ana Cristina Viana Pereira de Arruda, de 41 anos, para lidar com as sombras impostas pela cegueira e o silêncio imposto pela surdez. Com as esculturas que cria em papel machê, a estudante surpreende professores e alunos da escola em que estuda e prova que a força de vontade pode, sim, superar deficiências físicas.

Na escola Adventor Divino de Almeida, as barreiras de ouvir e falar são ultrapassadas com o auxílio das intérpretes, Eliege França e Ana Claudia de Carvalho que, transmitem os pensamentos e sentimentos de Ana Cristina por meio da libra tátil. Assim, a estudante conversou com a reportagem do Portal Correio do Estado.

Ela contou que a ideia de criar as esculturas surgiu durante as férias escolares do mês de julho. "Numa sexta-feira, peguei papel e caixa para fazer formato e depois pintei", lembra Ana Cristina, ao detalhar como criou um templo grego com massa de papéis que seriam descartados.

Mais tarde, foram feitos os dinossauros, inspirados em miniaturas da coleção do filho de Ana Cristina. "Ele não esperava que fosse ficar tão bonito", brinca. Mas isso não quer dizer que o garoto não estimule o trabalho da mãe, e não só ele, como o marido e a filha dela. "Todo mundo de casa sempre me incentivou". E os familiares auxiliam também quando há necessidade da utilização da tesoura. 
Autodidata, Ana Cristina conta que sempre teve habilidade com trabalhos manuais. Por isso, não se surpreendeu com os elogios recebidos. Sobre a reação da professora de Arte, Izabella Cayres, uma das primeiras a ver as esculturas prontas, ela conta que "ficou enlouquecida, querendo saber que materiais tinha usado, como tinha feito". 

A professora confirma."Eu fiquei abismada! O templo grego tinha relação com a disciplina, mas os outros ela fez porque quis. Fez sozinha, porque gosta de fazer". Ela lembra que, além da esculturas, a estudante também gosta de desenhar. "Ela sempre traz para eu ver", diz.

Quem também gostou do que viu foi o colega de sala Luis Lellis da Costa, 15, "Vi pela página da escola. Não esperava um trabalho assim dela. Ninguém esperava. É uma motivação! Pensei uma pessoa cega e muda consegue fazer isso e eu não consigo".

"A gente olha e pensa: como pode? Eu nunca faria, nem enxergando", completou Marilene de Lima Neves, outra intérprete que atua na escola.

A habilidade de Ana Cristina em manipular os materiais até formação de esculturas perfeitas é um hábito antigo. "Quando perdi a visão, senti um pouco de medo. Foi difícil, mas já acostumei", declarou ela, sem detalhar como perdeu a visão. 

Emocionada, ela revela uma de suas aspirações. "Quero fazer faculdade, ser uma profissional para trabalhar com arte. É o que escolhi".

LIBRAS TÁTIL

Se há diferenças nos gestos utilizados na Língua Brasileira de Sinais (Libras) exclusivamente para os surdos dos empregados para os que também são cegos, a intérprete Ana Claudia de Carvalho explica que, a linguagem é a mesma. "Só que ela segura na minha mão para sentir o que eu estou falando". 

Segundo ela, a diferença está no tempo de transmissão das palavras, mais lento quando se trata de surdocegos. "O surdo é visual. Mas neste caso, se você fizer sinal muito rápido pode confundir", detalha. 

Liberação

Governo brasileiro determina retirada de algemas de deportados dos EUA

Polícia Federal confirmou que os 88 brasileiros que estavam a bordo da aeronave norte-americana com outros deportados

25/01/2025 21h00

Foto: Casa Branca / Divulgação

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a retirada de algemas de brasileiros que foram deportados dos Estados Unidos e que estavam a bordo de uma aeronave norte-americana que pousou em Manaus na noite desta sexta-feira (24).

“Na manhã deste sábado (25), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação para o Brasil”, informou o Ministério da Justiça.

Em nota, acrescentou que o ministério tomou conhecimento da situação dos brasileiros pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues. O voo, que tinha como destino o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, precisou fazer um pouso de emergência em Manaus devido a problemas técnicos.

Algemas retiradas
“Por orientação de Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou a autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas”, reforçou o comunicado. “O ministro destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, acrescenta a nota.

Enfatiza que, ao tomar conhecimento da situação, Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, “de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança.”

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”, concluiu a pasta no comunicado.

Também em nota, a Polícia Federal confirmou que os 88 brasileiros que estavam a bordo da aeronave norte-americana com outros deportados dos Estados Unidos chegaram a Manaus algemados.

“Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país. A Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas.”

“Os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros”, detalha a nota.

Por determinação da Presidência da República, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportará os brasileiros para o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado.

Os brasileiros serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros.

FAB
A FAB informou que uma aeronave KC-30 foi destacada, após solicitação do governo federal, para prestar apoio aéreo a passageiros deportados oriundos dos Estados Unidos que aguardam o término do traslado em Manaus.

A aeronave, segundo a FAB, decolou da Base Aérea de Brasília às 13h, com pouso previsto para 14h30 no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. “O tempo de solo em Manaus dependerá de trâmites diversos a serem realizados pelos órgãos competentes”.

De acordo com o comunicado, a FAB vai disponibilizar profissionais de saúde para realizar o acompanhamento dos passageiros deportados – durante o trajeto até o destino final, o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.

Entenda
As operações de deportação em massa de imigrantes ilegais tiveram início poucos dias após o início do mandato do presidente norte-americano Donald Trump. Na noite da última quinta-feira (23), 538 pessoas foram detidas e centenas foram deportadas em operação anunciada pela Casa Branca.

“A administração Trump deteve 538 imigrantes ilegais criminosos”, anunciou a porta-voz Karoline Leavitt, acrescentando que centenas foram deportados em aviões do Exército norte-americano. “A maior operação de deportação em massa da história está em curso”, disse.

Ao longo da campanha presidencial, Trump prometeu conter a imigração ilegal no país, cenário classificado por ele como “emergência nacional”. Logo em seu primeiro dia na Presidência dos EUA, o republicano assinou ordens executivas destinadas a impedir a entrada de imigranteS nos Estados Unidos.

*Com informações da RTP.

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Cidades

AGU prorroga consulta pública sobre moderação em plataformas digitais

Contribuições podem ser enviadas até a próxima segunda-feira (27)

25/01/2025 20h00

Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

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A Advocacia-Geral da União (AGU) prorrogou até as 18h da próxima segunda-feira (27) o prazo para envio de contribuições na consulta pública sobre moderação de conteúdo de plataformas digitais no Brasil.

Em nota, a entidade informou que a ampliação do prazo, previsto para acabar nesta sexta-feira (24), atende a um pedido de organizações da sociedade civil e de especialistas no tema. As contribuições devem ser enviados pela plataforma Participa + Brasil.

“A consulta pública se destina a receber subsídios da sociedade civil, comunidade acadêmica, plataformas digitais e agências de checagem, além de instituições públicas e privadas”, destacou a AGU.

Até sexta-feira, o órgão já havia recebido 46 contribuições. Além da consulta pública, a AGU realizou audiência pública sobre o tema na última quarta-feira (22), com a participação de 34 especialistas e representantes da sociedade civil.

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