A Prefeitura de Campo Grande estendeu até o dia 22 de maio a proibição da realização de eventos públicos e privados que tenham aglomeração de pessoas. A publicação prorrogou a validade do Decreto nº 14.189, de março deste ano, cujo texto engloba atividades como eventos esportivos e religiosos e festas.
A proibição por conta da pandemia causada pela Covid-19, o novo coronavírus, fez o Campeonato Estadual de Futebol ser paralisado, casamentos serem remarcados e shows cancelados. Apenas no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, por exemplo, 25 casamentos foram reagendados de março até a primeira quinzena de abril.
De acordo com a assessoria de imprensa da igreja, a previsão é de que aconteça o mesmo com outros 12 agendados para este mês de maio, que é um dos mais concorrido por ser conhecido como o mês das noivas.
Ainda segundo o santuário, os casamentos que deveriam ocorrer neste período foram reagendados a partir de agosto e alguns só encontraram data em 2021, já que, além dos reagendamentos, há também os noivos que já estavam com as cerimônias previamente marcadas para o segundo semestre. De todos os agendamentos da igreja, apenas um casal decidiu cancelar o casamento enquanto durar a pandemia.
Para o titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Luís Eduardo Costa, este ainda não é o momento de fazer esse tipo de evento. “Campo Grande está indo muito bem, tomou medidas de biossegurança e está colhendo bons frutos das boas decisões que tomou. Espero que a população entenda isso e mantenha o isolamento”.
O secretário, entretanto, não soube dizer se há tendência para que esse prazo seja ampliado novamente. Ele ressaltou que tudo tem sido avaliado semanalmente e depende muito se os casos estão crescendo de forma exponencial ou linear.
“Isso tem sido muito dinâmico, a cada semana há uma evolução diferente e temos acompanhado isso para saber os próximos passos. Mas, durante esse período, mais de 500 estabelecimentos foram visitados pela nossa fiscalização e orientados a serem fechados. Outros mais de 5 mil receberam as orientações de como funcionar. Não estamos trabalhando para multar, e sim sempre para auxiliar”, explicou Costa.
BUFFETS
Na outra ponta das exigências está o setor afetado. Segundo a proprietária do Degust Buffet, Umarla Menezes Ishii, neste período de pandemia, só entre os contratos que eles tinham, o prejuízo foi de R$ 80 mil por mês, desde março, quando houve a publicação do decreto.
“De março até junho, nós já reagendamos 10 eventos, todos casamentos, mas esperamos que a partir de julho já possamos voltar a trabalhar. Nós reagendamos todos esses casamentos sem cobrar taxa, entre este ano e 2021, foi um comum acordo entre a empresa e os clientes”, explicou.
A empresária ressaltou que o setor emprega muitos trabalhadores autônomos, como garçons, chefes de cozinha, auxiliares de cozinha, auxiliar de carga e descarga, técnicos de som, iluminação, entre outros, e que a maioria deles está sem emprego durante este período.
“A gente monta a agenda para um ano e naquele período eu sei qual vai ser meu rendimento, mas, como ocorreu essa pandemia, não temos como expor nossa vida, então está todo mundo em casa e temos tentado ajudar como podemos”, disse. Segundo a empresária, recentemente o buffet participou de uma ação para entregar cestas básicas a garçons desempregados.
No caso de estabelecimentos que descumprirem a determinação, pode haver a cassação do alvará de licença e funcionamento, além de multa, em caso de necessidade, aplicada de acordo com o Código Municipal Sanitário, instituído pela Lei Complementar nº 148, de 23 de dezembro de 2009.