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SAÚDE

Exames de câncer de mama são desafios para mulheres

Exames de câncer de mama são desafios para mulheres

MONTEZUMA CRUZ, CORREIO DO ESTADO

04/04/2011 - 00h02
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Câncer de mama mata mais que o coração. Ainda que a realidade assuste, de 380,1 mil mulheres de nove faixas etárias atendidas no ano passado em ambulatórios do Sistema Único de Saúde Pública (SUS) de Mato Grosso do Sul, apenas 34,1 mil se submeteram aos exames de mamografia unilateral e de mamografia bilateral para rastreamento do câncer de mama. Ou seja: de cada cem mulheres, menos de 10% fazem o diagnóstico.

Das 132,7 mil mulheres pertencentes a essas faixas em Campo Grande, 17,4 mil procuraram a rede. Caracol, na fronteira brasileira com o Paraguai, tinha 718 mulheres nessa estatística em 2009; apenas uma examinou-se. Rastreamento mamográfico é o exame feito em pessoas assintomáticas para identificar aquelas que possam apresentar a doença em fase muito inicial.

Projeções do médico oncologista Adalberto Abrão Siufi, do Hospital do Câncer Alfredo Abraão, indicam para 2011 um total de 600 casos de câncer de mama e 300 de colo uterino no Estado. A última estatística do Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra 4.691 mortes por esse tipo de doença no ano passado, no País.

No final de 2010, o Inca informou que 11 mil mulheres morrem de câncer de mama por ano no Brasil, o que representa 2,5% das mortes femininas no país. Estima-se para o biênio 2010-2011 um total de 500 mil novos casos de câncer, e destes, 49 mil casos relacionados à mama.

"A orientação é tudo na prevenção de todos os tipos de câncer, e a cura é possível", disse. Nesse hospital, 98% dos pacientes são do SUS. Ele notou uma inversão de números: "Em 1979 tínhamos no hospital quatro casos de câncer de útero para um de mama; graças à melhora no atendimento, constatamos depois a média de dois casos de mama para um de colo. Mesmo assim, toda semana ainda são feitas cirurgias de colo de útero".

 

Toque de Vida

Na produção ambulatorial em 2009, de um grupo de 31,3 mil mulheres de Dourados, quatro mil se examinaram; Três Lagoas, 1,6 mil entre 15,9 mil; Corumbá, 1 mil entre 14,4 mil; e Ponta Porã, 1 mil entre 11,2 mil.

Já completou dez anos o trabalho da gerente do Programa Saúde da Mulher, a enfermeira Hilda Guimarães. Na verdade, é uma missão facilmente notada nos seus olhos que traduzem ao mesmo tempo dor, inquietação e perseverança. "A gente se preocupa até com a manutenção de equipamentos, porque, quando eles apresentam falhas, tudo para", comenta.

Numa sala da Escola Estadual de Saúde, Hilda participa de mais um treinamento do Projeto "Toque de Vida", que funciona em 54 municípios reunindo médicos e enfermeiros da Atenção Básica. Este ano, mais dez municípios se incorporam ao grupo.

Gestores de boa vontade, autênticos "anjos da guarda", dentro de suas possibilidades eles fazem o melhor, mas deparam geralmente com a falta de recursos humanos e de infraestrutura.

No País morrem 30 mulheres por dia, em média, por causa da doença, lembra a mastologista Maíra Caleffi, idealizadora da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

A quantidade de casos de câncer dobrou do ano de 1975 para o ano de 2000. Estima-se que esse número seja duas vezes maior até 2020, e triplique até 2030. "As pessoas ainda não entendem que não é preciso ter câncer na família para ter câncer. Basta estar vivo e envelhecer" – alerta a médica.

Leia reportagem completa no jornal Correio do Estado

Procupante

Mesmo com chuva no Pantanal, incêndios persistem, afirma meteorologista

As chuvas, que estão mais concentradas em Ponta Porã e Corumbá, devem cessar na terça-feira, e o calor retornará com temperaturas acima dos 37ºC na região do Pantanal.

15/09/2024 11h31

União deverá mandar o maior contingente possível de agentes para combater incêndios no Pantanal e Amazônia

União deverá mandar o maior contingente possível de agentes para combater incêndios no Pantanal e Amazônia Foto: Vitor Vasconcelos / Secom

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Alguns municípios de Mato Grosso do Sul amanheceram neste domingo (15) com chuva e um clima mais agradável, após mais uma onda de calor que deixou os termômetros acima dos 40ºC em todas as regiões do estado. Apesar do tempo mais ameno, a chuva em Ponta Porã e Corumbá não deve ser suficiente para umedecer o solo como necessário, e os incêndios florestais não devem amenizar, com o calor retornando na próxima semana, segundo dados meteorológicos.

Ao Correio do Estado, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Olívio Bahia, informou que a onda de calor foi embora com a chegada da frente fria, mas o calor deve retornar a partir de terça-feira (17), com temperaturas acima dos 37ºC, principalmente no Pantanal sul-mato-grossense. Esse calor deve contribuir para a continuidade dos incêndios florestais.

“Segundo dados norte-americanos, essa chuva que cai na Amazônia, no Peru, Bolívia, Paraguai, e nas regiões sul e Pantanal de Mato Grosso do Sul não deve umedecer o solo como seria necessário. Espera-se que a chuva seja mais torrencial, mas, até o momento, ela apenas aliviou o clima e não deve amenizar os incêndios florestais”, relatou.

Ainda segundo dados meteorológicos, nos próximos finais de semana, as chuvas em Mato Grosso do Sul devem ser mais isoladas. Isso pode ajudar na dissipação da fumaça, mas também pode causar problemas em algumas cidades.

“As chuvas em Ponta Porã, Corumbá, e nas regiões da Bolívia, Paraguai e norte da Amazônia devem retornar no próximo final de semana em pouca quantidade e de forma isolada, o que deve ajudar na umidade do ar. O grande problema é que a fumaça pode se deslocar para outras regiões que não receberão chuva, como Campo Grande, e deve permanecer por mais tempo em algumas cidades”, afirmou

“O motivo pelo qual afirmo que infelizmente teremos que conviver com a fumaça é que os ventos vêm do norte do país está em direção ao Oceano Atlântico. O que acontece é que esses ventos mudam de direção nas montanhas do Tocantins, descem para Brasília, Cuiabá, Campo Grande e seguem rumo ao Paraguai. A fumaça concentrada em Campo Grande deve amenizar se não houver novos focos de incêndio. No entanto, se os incêndios continuarem, a tendência é piorar ainda mais, pois até o final do mês não há previsão de chuva para Campo Grande. A chuva deve se concentrar mais nas fronteiras com o Paraguai e Bolívia, sentido norte do país”, afirmou em tom de preocupação.

Questionado sobre o que devemos fazer para proteção contra a fumaça, que pode ser prejudicial à saúde, o meteorologista Olívio Bahia é taxativo: usar baldes de água e toalhas molhadas pode ajudar a aumentar a umidade do ar dentro de casa. 

“Os dias devem continuar preocupantes com o retorno das altas temperaturas nos próximos dias. A fumaça deve diminuir, mas pode permanecer e, dependendo do vento, voltar a aumentar. Aqueles truques antigos, como usar baldes de água e toalhas pela casa, ajudam a umidificar o ar”, disse.

Quase 1 mil casos de incêndios em vegetação

Com a fumaça fazendo parte do cenário campo-grandense com longo período de seca e queimadas urbanas que encobrem a atmosfera de Campo Grande com fumaça, a capital de Mato Grosso do Sul  já registrou quase 1 mil casos de incêndios em vegetação neste ano.

Os dados do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul (CBMMS), informam que até o dia 13 de setembro foram atendidos em ocorrências, 895 casos de queimada em vegetação em Campo Grande, em comparativo mensal, na Capital, o mês julho teve o maior registro com 185 atendimentos realizados.

Apesar do alto número de ocorrências, em comparativo com o mesmo período, nos anos anteriores, é possível perceber uma diminuição no número de casos em Campo Grande.

De 2021 a 2023, houve uma tendência de redução no número de ocorrências de incêndios em Campo Grande, sendo que de janeiro a setembro de 2021, houve 1.951 ocorrências, que reduziram para 1.627 em 2022 e para 1.226 em 2023.

O total anual de queimadas em vegetação também mostra essa redução, de 2.117 em 2021 para 1.909 em 2022 e 1.549 em 2023. 

Em 2023, até setembro, houve 1.226 ocorrências segundo o Corpo de Bomeiros. Em 2024, até o dia 13 de setembro, foram registradas 895, uma redução de 26% no número de casos. 

Tendo em vista o problema das queimadas urbanas, a Prefeitura de Campo Grande em alusão ao Agosto Alaranjado, realizou no mês de agosto a campanha “Mude seu hábito, não o clima!” da Defesa Cívil, visando conscientizar os munícipes para a questão do perigo das queimadas urbanas.

Mas, afinal, o que estamos respirando?
 

Conforme o IQAir, a qualidade do ar que os campo-grandenses estão respirando foi apontada como insalubre, com a presença de substâncias que podem causar câncer de pulmão e outras doenças.

Isso se deve à presença do Material Particulado (PM2.5), considerado pela Organização Pan-Americana da Saúde como um dos principais poluentes que podem agravar quadros de doenças respiratórias e, em altos níveis de exposição causar câncer de pulmão.

“A concentração de PM2,5 em Campo Grande é atualmente 13,1 vezes o valor anual de referência para a qualidade do ar da OMS”, diz o site da IQAir. 

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu como parâmetro seguro para PM2.5 o nível de 5 µg/m³. Com a métrica apresentada pela plataforma que realiza a medição via satélite, a diferença em relação ao recomendado excedeu 26,1 microgramas por metro cúbico.


Apesar do nível apresentado pelo IQAir, é preciso entender que a medição realizada pela empresa é feita via satélite, calculando a concentração de fumaça. Ou seja, ela não possui uma estação no local para estimar com precisão o quantitativo do poluente na fumaça das queimadas que pairam sob o céu de Campo Grande.


Impacto na Gravidez

  • Exposição de 5 microgramas por metro cúbico deste poluente durante a gravidez aumenta em 4% a chance de o bebê nascer com baixo peso.
  • Efeitos na Saúde dos Adultos

Exposição a 5 microgramas por metro cúbico por ano:

  • Eleva em 13% o risco de ataques cardíacos e mortes relacionadas a doenças cardiovasculares.
  • Aumenta em 4% a chance de desenvolver câncer de pulmão.
  • Mais que dobra o risco de desenvolver Alzheimer.
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Cotidiano

Seca faz rios amazônicos atingirem recordes de baixa

Diversos rios da Amazônia registram níveis abaixo da média histórica, sem previsão de recuperação a curto prazo.

15/09/2024 11h00

Vazante dos rios alerta população em Tabatinga, interior do Amazonas.

Vazante dos rios alerta população em Tabatinga, interior do Amazonas. Reprodução

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A seca extrema que atinge a Amazônia continua a fazer com que os principais rios da região registrem níveis abaixo da média histórica. O 37º Boletim de Alerta Hidrológico, publicado na sexta-feira (13), traz dados alarmantes sobre o nível dos rios na região, que não apresentam expectativa de melhora nos próximos dias.

Diversos rios da Amazônia registram níveis abaixo da média histórica, sem previsão de recuperação a curto prazo.

Em Manaus, o rio Negro chegou a 16,75 metros, 3,7 metros abaixo da faixa de normalidade para o período. O nível do rio desce 24 cm por dia.

Segundo Andre Martinelli, gerente de Hidrologia da Superintendência Regional de Manaus do SGB, "não há projeções de melhoria a curto prazo", declarou ele ao site do SGB.

De acordo com Andrea Ramos, meteorologista da Climatempo, "estamos vivendo período de estiagem, normalmente ligado à diminuição de chuvas, mas que nesse ano houve ainda menos chuvas".

"Na região Norte, a gente não tem estações definidas, mas, sim, um período chuvoso e outro menos chuvoso. O problema é que tanto no período chuvoso, que sempre chove, não choveu tanto. E agora, que seria o período menos chuvoso, menos ainda. Então, é esse o reflexo", explicou Andrea Ramos, meteorologista da Climatempo.

Veja baixa histórica nos rios por região:

Solimões. Em Tabatinga (AM), o rio Solimões marcou -1,79 m, o nível mais baixo já registrado desde 1983.

Itapéua. O rio Solimões em Itapéua (AM) está em 2,3 m, sendo a terceira menor cota já registrada.

Fonte Boa. A cota do rio Solimões em Fonte Boa (AM) é de 10,16 m, a 8ª mais baixa da história.

Madeira. O nível do rio Madeira, um dos mais importantes afluentes do rio Amazonas, chegou a 41 cm às 12h do sábado (14), menor marca desde 1967.

Acre. Em Rio Branco (AC), o rio Acre está em 1,28 m, a segunda menor cota da história, atrás da marca de 1,24 m registrada em 2022.

São Félix do Xingu. O rio Xingu está entre os 10 menores níveis já registrados desde 1977. A cota atual é de 3,37 m na estação Boa Sorte.

Rio Amazonas. Em Óbidos (PA), o nível do rio Amazonas chegou a 1,17 m, o menor já registrado para essa data desde 1967.

 

*Informação da Folhapress 

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