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Falta de 62 médicos prejudica horário estendido em postos

Profissionais que passaram no último concurso foram convocados e assumem este mês

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A falta de médicos tem sido um dos problemas para manter as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Clínica da Família (CF) e Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) abertas em horário estendido. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), atualmente há 62 vagas em toda a rede de atenção básica, que devem ser preenchidas este mês com a convocação de novos profissionais.

Em algumas unidades, apesar de o local estar aberto, a equipe médica disponível não é suficiente para atender no horário diferenciado. A situação foi confirmada pela reportagem do Correio do Estado que esteve em alguns postos da Capital. É o caso da UBSF do Itamaracá, onde na semana passada havia apenas uma médica atuando, porém, o local deveria ter quatro profissionais.

Segundo um funcionário, a previsão é de que neste mês novos médicos cheguem ao local e regularizem o atendimento.

Por conta do quadro estar com esse deficit, a unidade não tem marcado consultas, a médica tem atendido apenas por demanda.  

“Pessoas que precisam trocar exames alterados ou com trocar receita”, explicou um funcionário.

“Como ela está sozinha, não tem como atender toda a área (do bairro) sozinha. Dizem que em março chegará mais médicos, se chegar aí a gente começa a marcar. O posto fica aberto 12 horas, mas não tem como ela ficar esse tempo todo”, contou o servidor.

Conforme dados da Sesau, a unidade funciona das 6h às 18h, entretanto, a reportagem esteve no local depois desse horário e ele ainda estava aberto, porém, apenas com um funcionário na recepção para fornecer informações.

Ainda segundo o trabalhador, o horário de atendimento dos pacientes será estabelecido pelo período que o médico responsável pelo setor onde a pessoa mora for atender.

Ou seja, apesar do horário estendido, o atendimento ainda depende do período de trabalho do profissional que é responsável pela sua rua, e mesmo assim com consulta marcada.

Segundo o trabalhador, a demanda espontânea, promessa da Prefeitura quando aumentou o horário das unidades, só funcionará enquanto houver defasagem no quadro de profissionais.

Além da UBSF do Itamaracá, a USF Moreninha III também permanece aberta até as 18h e outras sete abrem das 7h às 17h, sem pausa para o almoço, são elas: UBS Carlota, UBSF José Tavares, UBSF Vila Cox Santa Luzia, UBSF Vila Fernanda, UBSF Zé Pereira, UBSF Aero Itália e UBSF Indubrasil.

Em outubro o Correio do Estado já havia percorrido as unidades básicas e também encontrou problemas. A UBS 26 de Agosto, no centro da cidade, havia voltado ao horário normal de atendimento e estava encerrando o expediente às 17h.  

Já a UBS Estrela do Sul terminava suas atividades 30 minutos antes do combinado. Entretanto, os médicos atendiam até as 18h. Conforme funcionários, a decisão de fechar a unidade antes do horário tinha sido tomada por falta de segurança, apesar de haver um posto da Guarda Civil Municipal a poucos metros do local.  

Atualmente existem 37 unidades em horário diferenciado em Campo Grande, esse número, porém, já chegou a 42, como na UBS do Universitário, que chegou a fazer horário estendido, mas que voltou a atender em horário normal.  

MUDANÇAS

Conforme a Sesau, algumas mudanças foram feitas desde a divulgação do horário estendido até agora, como a adesão de alguns estabelecimentos ao programa Saúde na Hora do Ministério da Saúde, como a UBSF Iracy Coelho.

A previsão no início do ano passado era de que todas as unidades funcionariam em horário diferenciado até julho do ano passado, o que não ocorreu.

Sobre o deficit, a secretaria informou que médicos aprovados no último concurso da Prefeitura estão sendo convocados para assumirem esses postos. Entretanto, a secretaria garantiu que a população não está sem atendimento.

“Isso não impede que eles se organizem para atender toda a demanda”, complementou.

“Nós estamos na dependência da apresentação desses profissionais para assumirem os postos. São médicos para saúde da família para atuar 60 horas”, declarou o secretário de Saúde, José Mauro de Castro Filho.

Segundo ele, a demora para fechar o quadro se dá por desistência de alguns candidatos aprovados.

“Ele (médico) presta o concurso, passa, mas eventualmente passou também para fazer uma residência, por exemplo, em outro lugar e acaba não assumindo. É uma característica que existe na profissão do médico”, declarou.

Além dos médicos que devem ingressar por meio de concurso, a secretaria também destinará residentes em saúde da família de algumas unidades da Capital. Os profissionais começaram oficialmente no quadro da pasta na segunda-feira (2), mas devem iniciar sua atuação nas unidades a partir desta terça-feira.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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