As chuvas acompanhadas de ventos fortes no final de semana deixaram mais de 15 mil pessoas sem energia em Campo Grande, 1,5 mil deles continuam sem o fornecimento até nesta segunda-feira (17).
No sábado (15) o temporal começou na parte da noite, por volta das 20h na Capital, com ventos que atingiram a marca dos 75 km/h, segundo dados da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Já no domingo (16) o dia amanheceu na casa dos 20°C e umidade média de 86%. As rajadas de vento chegaram a até 43 km/h.
A Energisa informou que equipes da concessionária continuam os trabalhos para normalizar a interrupção no fornecimento de energia em oito bairros na Capital: Jardim Centro Oeste, Mata do Segredo, Moreninha, Vilas Boas, Universitário, Vila Carvalho, Parque do Lageado e Chácara dos Poderes.
Segundo a presidente do Conselho de Consumidores de Energia, Rosimeire Cecília da Costa, a organização recebera denúncias de consumidores que não estavam conseguindo entrar em contato com a empresa para solicitar o reparo nos danos causados pela chuva.
A Energisa argumentou que em alguns bairros, os reparos demoraram mais por causa de adversidades como árvores de grande porte, galhos em contato com a rede elétrica, postes caídos, objetos lançados à rede e dificuldade de acesso aos locais.
“Temos um problema sério em Campo Grande em relação a arborização. Grande parte da população plantou árvores em frente às suas residências sem se informarem qual espécie é a mais adequada”, ressaltou Rosimeire.
Interior
No município de Aquidauana, 2,8 mil clientes permanecem sem energia. O município avalia decretar situação de emergência por causa do temporal com ventos de até 100 quilômetros por hora. Segundo a Defesa Civil Municipal, mais de 300 casas foram destelhadas e centenas de árvores caíram devido ao forte vento do fim de semana.
Em Anastácio, são 857 clientes. A concessionária aumentou em cinco vezes a quantidade de equipes em campo para atender as solicitações nos bairros de Aquidauana: Centro, Vila Quarenta, Vila Paraíso, Bairro da Exposição, Santa Terezinha, Nova Aquidauana, Serraria, Cidade Nova e Guanandy.
Como alternativa para as solicitações de falta de energia, a empresa orienta que os clientes entrem em contato pelo Whatsapp – GISA (67) 99980-0698 e aplicativo Energisa ON.
Demissões
A Energisa vem sendo alvo de denúncias do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul (Sinergia-MS), por demitir muitos funcionários.
Segundo o presidente da Sinergia-MS, Elvio Vargas, 10 funcionários foram dispensados no Estado desde o início da pandemia, 6 deles só em Campo Grande. Vargas alega que a renovação desse quadro de funcionários prejudica a qualidade de atendimento do serviço, o que pode influenciar no tempo de atendimento das solicitações da população.
“Desde que a Energisa assumiu em 2014 já promoveu mais de 900 demissões. Quando se renova o quadro de profissionais do jeito que ela faz prejudica a qualidade do serviço, porque demora muito tempo para o trabalhador se especializar e ficar apto para fazer o trabalho”, ponderou o presidente.
A empresa foi a primeira do setor elétrico do Brasil a aderir à Medida Provisória 936, do governo Bolsonaro, com suspensão contratual, redução de jornada e de salário em 25% a partir de maio. De acordo com Vargas, o objetivo da medida é evitar demissões, o que não aconteceu.
Além da Capital, também houve demissões em Corumbá, Jardim e Nova Andradina. O sindicato tem feito denúncias contra a empresa, além de realizar atos de alerta à população.
“Já colocamos outdoor alertando a população, fomos ate Corumbá e fizemos protesto em frente a empresa. Caso isso continue já avisamos a Energisa que vamos fazer um movimento grande la na Avenida Calógeras, a única coisa que nos atrapalha é a pandemia”, afirmou Vargas.