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Falta respirador para pacientes com outras doenças

Na Santa Casa superlotada, foi preciso usar respiradores manuais para garantir a sobrevivência de pacientes

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Unidade de tratamento intensivo (UTI) superlotada e internações improvisadas na ala vermelha, a emergência da Santa Casa de Campo Grande. 

Essa é a realidade enfrentada no maior hospital de Mato Grosso do Sul, que nesse período de pandemia se tornou a referência no atendimento a pacientes não infectados pelo novo coronavírus. 

Ontem, faltou respirador para quem precisou de UTI, e os enfermeiros tiveram de usar respiradores manuais.

A demanda por atendimentos na instituição está em crescimento exponencial. Apenas do dia 1º de julho até ontem, foram atendidos no local 2.822 pacientes, 115 pessoas a mais do que o registrado no mesmo período de 2019. 

O volume fez com que as internações crescessem e as 80 vagas de UTI abertas para pacientes sem Covid-19 ficassem completamente ocupadas.

“Essa noite foi a mais crítica de todas, já que tivemos de deixar 11 pacientes que precisavam de um leito de UTI internados na emergência. Seis deles ainda conseguimos deixar nos ventiladores, mas outros cinco precisaram do Ambu”, revela o médico Luiz Alberto Kanamura, superintendente da Gestão Médico-Hospitalar da Santa Casa.

O Ambu é um aparelho de respiração que funciona ao ser comprimido com as mãos. O enfermeiro, o técnico de enfermagem ou mesmo o médico que ali ficar é trocado de duas em duas horas, já que a compressão do Ambu deve ser contínua.

“Esse tipo de atendimento está longe do ideal, já que o Ambu não oferece a oxigenação de fato correta e também não é possível avaliar em que nível ela está. Pode deixar sequelas no paciente, mas é o que pode ser feito”, completa Kanamura.

A situação crítica teria começado no início do mês, segundo a Santa Casa. De lá para cá, 38 pacientes precisaram do Ambu. 

Para abrir vagas e atenuar o caos, o superintendente afirma que os médicos são obrigados a dar altas precoces.

SOLUÇÃO DISTANTE

Todos esses problemas enfrentados pela Santa Casa foram apresentados ontem à tarde. O auge da crise veio com a superlotação na noite de domingo (26) e madrugada de ontem. 

Os 80 internados em UTI e os 11 pacientes internados de improviso representam uma ocupação total de 113%.

Questionado se existe alguma solução rápida para a situação, Kanamura foi direto e alertou, com preocupação: “A solução para essa situação é não precisar de leitos. E se ficar doente, torcer para não agravar”.

Ele ainda destaca que atualmente a Santa Casa não consegue ampliar esse total de leitos, já que a unidade não possui espaço para tal nem mesmo recursos físicos – equipamentos, entre outros – e recursos de pessoal para fazer tal atendimento.

“Isso nos faz pedir para a população: ‘Se cuide, respeite as orientações do secretário estadual de Saúde [Geraldo Resende], evite o consumo excessivo de álcool, redobre a atenção no trânsito, na cozinha’. Hoje, se alguém sofrer uma queimadura, por exemplo, terá de ficar na emergência, correndo risco de mais infecções”, apela o médico.

Luiz Alberto Kanamura ainda indica que 219 pacientes foram recebidos este mês via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 88 deles pacientes politraumatizados – o que inclui vítimas de acidentes de trânsito, brigas, acidentes domésticos, entre outros. A Santa Casa é referência em tal área.

PREFEITURA

Todos os pacientes que entram na Santa Casa pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegam lá via Regulação Central, feita pela Prefeitura de Campo Grande. Apesar da superlotação e necessidade do uso de Ambu no local, o prefeito Marcos Trad (PSD) destaca que há vagas em outras unidades da cidade, considerando a ocupação global.

“Existem vagas na UTI. Se não tem na Santa Casa, tem no El Kadri, no Hospital Regional, no HU, na Clínica Campo Grande. Nós entregamos mais 10 leitos no HU, agora são 274 contratualizados, com mais esses 10, são 53 leitos vazios”, comenta Trad, afirmando ainda que a ocupação global de UTIs está na casa dos 80%, entre hospitais privados e públicos.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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