Morando há quatro meses em um terreno no Portal Caoibá, em Campo Grande, as famílias da antiga comunidade Lagoa, localizada no Jardim Colorado, ainda estão sem água encanada ou ligação de energia elétrica regular.
O reassentamento das 21 famílias selecionadas anteriormente pela Secretaria de Assitência Social (SAS) começou a ser feito em setembro do ano passado e, até o momento, metade delas conseguiu se transferir para o novo terreno.
Mesmo com a mudança, que prometia trazer mais qualidade de vida para os moradores, eles ainda precisam lidar com o velho problema da falta de água tratada. Quando estavam no Jardim Colorado, as famílias captavam água do escoamento de drenagem de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) da Águas Guariroba.
Agora, todas os moradores do novo assentamento dividem a três poços, que no começo era apenas um. As dificuldades financeiras impediam que outros poços fossem furados, o que foi possível depois do auxílio de R$ 6 mil dado para cada família.
Líder da comunidade, Rosana do Amaral de 44 anos, acrescenta que os moradores também conseguiram construir pequenas casas de alvenaria. Por outro lado, a liderança lembra que não há qualquer infraestrutura prometida pela prefeitura anteriormente
“Aqui estão 11 famílias e com o auxílio elas fizeram duas ou três peças e conseguiram erguer o muro também, mas está faltando muita coisa ainda”, afirma, lamentando a falta de água encanada.
Quando o Correio do Estado mostrou a situação em que os moradores viviam e dependendo da água da estação de esgosto, em matéria em maio de 2022, a prefeitura disse que iria estudar mecanismos para abastecer a comunidade com água tratada.
A solução nunca veio, nem mesmo em forma de caminhão-pipa e os adultos e crianças tiveram que continuar consumindo água suja por mais quatro meses, sem contar o tempo retroativo, já que viviam assim desde o começo da comunidade.
À época, em nota para o Correio do Estado, a prefeitura afirmou que iria encontrar formas de solucionar a questão, uma vez que não era possível regularizar o abastecimento porque o terreno ocupado pelas famílias é irregular e faz parte, inclusive, da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Anhanduí.
Já na ocasião em que as famílias foram reassentadas, o Correio do Estado mostrou que o problema do abastecimento de água ainda persistia. Desta vez, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf) apresentou a mesma justificativa, afirmando que as concessionárias fariam a ligação dos serviços quando os terrenos fossem regularizados e a delimitação de cada lote fosse feita.
No entanto, quatro meses depois de serem remanejados para outro terreno, as famílias estão dependendo de três poços de onde a água é captada para que as famílias possam fazer as atividades do cotidiano.
O Correio do Estado entrou em contato com a Amhasf e com as concessionárias dos serviços de água e eletricidade.
A prefeitura não respondeu e as concessionárias afirmaram que é preciso esperar um pedido formal da municipalidade para executar as ligações regulares.