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Onde álcool em gel não chega, é com etanol e doação de sabão que favela se protege

Além da falta de recursos, a informação que chega às pessoas carentes é desencontrada

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A principal recomendação dos profissionais da saúde na prevenção e combate ao Covid-19, o novo coronavírus, é reforçar a higiene. Na favela, o medo também chega, mas na hora de colocar em prática as orientações faltam recursos, produtos e muitas vezes a informação também chega truncada.

Na favela da Terra Vermelha, no Noroeste, com informações um pouco desencontradas, as pessoas tentam se proteger como podem, já que álcool em gel é caro e ás vezes falta o básico, como sabonete. O jeito é improvisar, como a serviços gerais Claudinéia da Costa, 37 anos, mãe de três filhos, um deles com bronquite. 

"Meu marido trouxe álcool de posto, a gente misturou com um pouco de água e sabonete líquido que ganhamos e estamos usando isso, tanto para limpar os móveis quanto para passar nas mãos. Eu tenho bastante medo, porque minha filha tem bronquite, não estou deixando nenhum deles sair para brincar na rua, brincar só dentro de casa", explicou Claudinéia. 

Nem mesmo os adultos estão saindo, já que o marido trabalha na construção civil e ela foi dispensada do trabalho durante esse período incerto. "O pouco que a gente tinha de dinheiro temos que economizar, não dá pra ficar comprando álcool em gel por R$ 100, esse dinheiro a gente tem que comprar comida porque não sabemos até quando vai essa situação", disse. 

Os pequenos prazeres também foram afetados, como o tereré com os vizinhos e as visitas. No local, cada família fica no seu canto, tentando se proteger como pode. "Dobramos os cuidados que a gente tinha, de lavar as mãos. Álcool aqui é impossível, mas recebemos uma doação do ex-presidente do bairro de sabonete líquido, é o que tem ajudado a gente", contou a dona de casa Claudenir da Silva, 44 anos, que está desempregada. 

Na casa de Claudenir moram 11 pessoas, são sete filhos, dois netos, além dela e do ex-marido e ninguém está trabalhando por conta da proibição de funcionamento de comércio e construção civil. "O kit merenda tem ajudado bastante, mas o alimento é complicado, porque fica todo mundo em casa, é bastante gente e vai muita comida", ressaltou a dona de casa. 

INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS

Alguns moradores se informam sobre a situação da cidade pelos jornais e telejornais, mas é das redes sociais e pelo boca a boca que vem o maior perigo nesse período de pandemia: as notícias falsas. "Me falaram que dá febre, dor de cabeça, no corpo, vômito, disenteria e é tão forte que você só aguenta por dois dias, depois você morre, é pior do que a dengue", disse a catadora de reciclável Benedita Luzia Bispo de Senna, de 59 anos. 

A catadora não parou de trabalhar por conta da pandemia, e diz que tem juntado os materiais recicláveis em casa, apesar de as usinas não estarem em funcionamento e não ter para quem vender o que recolhe. Morando sozinha, ela explica que são os vizinhos que a informam sobre a situação da doença, porque sua televisão não funciona direito.

Já Claudinéia disse que está tomando todos os dias água com limão, porque a pastora de sua igreja disse que aumenta a imunidade. "Ela falou que quando está muito quente a gente não pega, porque o vírus não gosta do sol, mas quando está fresquinho é perigoso".

GRUPO ARRECADA SABONETES

Para ajudar pessoas como as da favela Terra Vermelha, um grupo vai realizar uma arrecadação pela cidade. Nesta sexta-feira (27), o grupo realizará arrecadação de sabonetes, sabão e detergente para a população carente de Campo Grande. Caminhonetes e carros de som passarão em diversos bairros da capital realizando a coleta dos produtos das 9h às 12h.

 “Vamos aos bairros com um carro de som na frente e uma caminhonete atrás. O carro vai pedir as doações e as pessoas podem deixar os sabonetes nas calçadas que a equipe, devidamente protegida com luvas e máscara, recolhe esse sabonete. Ou a própria pessoa coloca o produto dentro da caminhonete para que não haja contato”, explicou o empresário Ricardo Nantes.

O projeto Guardiões da Vida é composto por empresários, médicos, advogados, administradores e jornalistas que se uniram e formaram o projeto com o intuito de contribuir com ações sociais pontuais e estratégicas de prevenção à disseminação do Covid-19. 

O sabonete foi escolhido como item básico para ajudar no combate ao coronavírus, já que a principal prevenção é lavar as mãos. Para acomodar as doações o grupo conversou com a Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social para organizar a logística. Os materiais serão armazenados e separados em um galpão da secretaria e posteriormente distribuídos.

 “A ideia é que a gente atenda as solicitações, depois pretendemos arrecadar alimentos, por exemplo, para distribuir para as pessoas carentes. E vamos atendendo as demandas, se faltar cobertor, material de higiene, conforme a demanda”, explicou Nantes. 

PANTANAL

Bombeiros irão prevenir incêndios com apoio de 52 militares, 13 viaturas e 5 embarcações

Prevenção é feita por meio da abertura de aceiros e capacitação de fazendeiros/produtores rurais sobre como devem agir em caso de queimadas

16/04/2024 12h45

Coronel Adriano Noleto Rampazo, do CBMMS MARCELO VICTOR

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Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) atuará na prevenção de incêndios no Pantanal Sul-mato-grossense.

De acordo com o subcomandante geral da corporação, coronel Adriano Noleto Rampazo, cerca de 52 militares estarão alocados em 13 bases e terão apoio de, no mínimo, 13 viaturas e cinco embarcações, a partir de maio de 2024, no Pantanal. 

O objetivo é realizar trabalho preventivo de combate ao fogo nos meses de estiagem, que ocorre de maio a outubro. Militares irão conferir aceiros, abrir pontes para facilitar o acesso e capacitar fazendeiros, produtores rurais e funcionários de como devem agir em caso de incêndios. 

Segundo o subcomandante do CBMMS, a prevenção é o melhor caminho para evitar o incêndio florestal.

“O trabalho preventivo auxilia muito a diminuir os focos de incêndio, principalmente na capacitação que nós fazemos. A maioria das fazendas tem tratores, tem caminhões-pipas, mas não sabem como utilizar, conferindo a estrutura que as fazendas têm para auxiliar nos combates, porque cada fazenda também tem que ter sua estrutura. Então, nós vamos fazer essa capacitação”, explicou.

“PREVENIR É COMBATER”

Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS) lançou a 12ª Campanha de Prevenção e Combate à Incêndios, na manhã desta terça-feira (16), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), localizado na rua Marcino dos Santos, número 401, Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

O tema da campanha deste ano é “Prevenir é combater”. O objetivo é orientar e incentivar produtores rurais a prevenir incêndios antes da época de estiagem (maio a outubro), visando combater o fogo antes mesmo que ele chegue.

As formas de prevenir incêndios são:

  • Construir aceiros nos entornos das pastagens, às margens das casas, currais, celeiros, armazéns e galpões
  • Evitar usar fósforos e isqueiros próximo às áreas secas e os mantenha longe de crianças
  • Faça a correta manutenção de seus equipamentos com motores à combustão
  • Não ateie nenhum tipo de fogo em sua propriedade durante o período da seca (maio a outubro)
  • Evite usar fogo para queimar lixos, mesmo que seja os caseiros;
  • Mantenha as pastagens limpas
  • Não acenda fogueiras próximas à áreas florestais
  • Não descarte resíduos nas margens das estradas (bitucas de cigarro, vidros e latas)
  • Atuação de brigadistas

A orientação ocorre por meio de capacitações, treinamentos, palestras e peças publicitárias. Em rodovias de MS, há placas informativas instaladas na beira da via e distribuição de panfletos/adesivos que levam informações aos condutores. Além disso, profissionais do setor são treinados e capacitados para atuarem no combate ao fogo.

De acordo com o presidente do Reflore/MS, Luis Ramiro Junior, a campanha é essencial para evitar e minimizar incêndios no Pantanal.

“A campanha é voltada para a conscientização do público em geral em relação aos incêndios florestais que a todo ano são recorrentes, temos os períodos mais secos que ainda vão acontecer, então a gente faz agora com que as pessoas comecem a se preocupar porque na época da seca precisamos estar preparados para caso o fogo ocorra e a gente ter como lidar. Mas, o que a gente quer, é que o fogo não corra. O melhor combate é a prevenção. A gente quer que o produtor rural se prepare”, disse.

As queimadas são extremamente nocivas ao meio ambiente, pois emitem poluentes atmosféricos, reduzem a biodiversidade, destroem matas, devastam a vegetação, prejudicam a fauna e flora, eliminam a cobertura vegetal nativa, comprometem florestas, campos e savanas e matam o ecossistema.

Mudanças climáticas, calor excessivo, escassez de chuvas e baixa umidade relativa do ar favorecem a ocorrência de queimadas no Estado.

A campanha tem apoio da Famasul, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MS), Governo de Mato Grosso do Sul, Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo a Famasul, 4.529 focos de calor foram registrados em 2023 e 2.368 em 2022. A área queimada em 2023 foi de 1.328.700 m² no ano passado e 736.575 no ano retrasado.

PROTESTO POR TERRAS

Manifestantes ocupam prédio do Incra pedindo retomada da reforma agrária

Protesto organizado pelo MPL começou às 5h em Campo Grande

16/04/2024 12h31

Protesto do MPL na frente do prédio do Incra-MS Foto: Felipe Araújo

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Integrantes do Movimento Popular de Luta (MPL) realizam protesto pedindo o que chamam de reajuste de terras e a retomada da reforma agrária, nesta terça-feira (16), no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande.

Com bandeiras e até caminhão de som, o protesto liderado pelo MPL tenta conversar com algum representante do Incra.

André Hoffimiester, membro do MPL, disse que o objetivo principal do protesto é conseguir um lugar digno para os sem-terra.

“Estamos pedindo o reajuste das terras para ser liberado para os moradores que são dos sem-terra, da área rural, que fica na beira de BR. Estão em busca de uma terra, de um lugar próprio para plantar, para colher, para poder comer, sobreviver.”, afirmou.

Além de hoje, André também relatou que outras conversas entre eles e o Incra já aconteceram, mas sem resolução do caso.

“Tem uns anos, nós saímos daqui, nós conseguimos falar com o povo do Incra, recebemos um papel, né? Que nós íamos sair da beira de BR e aí ficávamos sentados em um lugar, e que nós sairíamos dali direto para as terras. Aí nós estamos aqui de novo para reforçar o que eles tinham dito naquele papel.”, exclamou André. 

Manifestantes marcam presença desde às 5h e esperam reposta do órgão para, só então, deixar o local.

 

REFORMA AGRÁRIA

Em outubro do ano passado, um protesto organizado novamente pelo MPL bloqueou a BR-163 e a BR-267, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O pedido era para a retomada da reforma agrária e o aparelhamento do Incra.

Dois meses depois desse protesto, o órgão divulgou que pretendia retomar os assentamentos da reforma agrária em março deste ano. Porém, abril chegou e nenhuma resposta do Incra foi obtida até agora.

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