Cidades

INVESTIGAÇÃO

Ação do MPE tenta impedir nova mortandade de bovinos em fazenda de MS

Fiscalização da Polícia Militar Ambiental (PMA) observou várias carcaças de bovinos no local e outros sem forças para levantar devido a avançada condição de magreza e desnutrição

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A Fazenda Rubi e Safira, localizada em Rio Negro, município a 153 quilômetros de Campo Grande, está sendo investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) após a Polícia Militar Ambiental (PMA) observar gados sob condições de maus-tratos e abandono.

Segundo consta nos documentos do inquérito civil, a propriedade rural tem cerca de 3,4 mil hectares, cujo dono é Quan Tsu Duh. 

Em outubro, na primeira fiscalização da PMA, os agentes ambientais encontraram 24 bezerros guachos sendo alimentos pela filha e esposa do capataz, que disseram que estavam fazendo isso pelas mães destes bezerros terem morrido de desnutrição ou elas não terem condição de amamentar os filhotes por não produzirem leite suficiente.

O capataz, identificado como Senhor Ivanildo, afirmou estar alimentando os animais da fazenda com feno, mas que ainda não havia recebido uma nova remessa e estava sem ter o que oferecer para eles. 

Ainda nesta primeira vistoria, uma das duas mangas não tinha água e estava com o bebedouro danificado, além de não haver alimento nas vasilhas. Na outra manga, tinha água e sal boiadeiro, mas também sem alimento nos cochos.

No inquérito, os agentes descreveram uma cena “curiosa” e triste. Ao chegarem perto da manga, os gados foram até eles na esperança que tivessem algum tipo de alimento, comportamento anormal da raça nelore, que geralmente se afasta ou corre quando pessoas ou veículos se aproximam.

No segundo dia de fiscalização, os agentes foram recebidos pelo filho do proprietário, do qual se identificou como Fernando. Ele contou aos policiais as dificuldades em comprar feno para alimentar os animais devido à alta demanda nos fornecedores.

Ao percorrer a fazenda, foram encontradas várias carcaças de bovinos no local e outros sem forças para levantar devido a avançada condição de magreza e desnutrição. Além disso, áreas onde deveriam ter grama e pasto para servir de alimentos aos gados estavam apenas com terra.

Diante dos fatos observados, a PMA aplicou um Auto de Infração Ambiental no valor de R$ 1.013.500,00, além de determinar a apreensão dos 2.027 gados presentes na fazenda. Também foi notificado solicitando a contratação de um veterinário para cuidar dos animais.

Após essas primeiras visitas, os agentes da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Iagro) constataram que a Fazenda já está passando por algumas mudanças positivas, impulsionadas pela volta da chuva, o que fez a pastagem voltar ao “normal”. 

Ainda, o proprietário se comprometeu a reduzir a quantidade de cabeças de gado em sua propriedade. Em novembro, foram observados 156 bovinos já embarcando rumo a outro lugar.

Mesmo com algumas melhorias nos últimos meses, o MPMS retifica a necessidade de mudança de postura do proprietário quanto ao seu imóvel de maneira urgente, cujo, caso contrário, será punido.

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Cidades

Bonito terá voos direto de Campinas três vezes por semana

Medida ocorre em um momento de retomada do fluxo turístico na cidade; em março foi registrado o melhor desempenho para o mês desde 2015, com 25.849 visitantes

17/04/2025 10h30

Bonito terá voos direto de Campinas três vezes por semana

Bonito terá voos direto de Campinas três vezes por semana Divulgação

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Durante a WTM Latin America, feira internacional de turismo realizada de 14 a 16 de abril em São Paulo, foi anunciado oficialmente o início dos voos diretos da Azul Linhas Aéreas entre Campinas (SP) e Bonito (MS). A nova rota substitui a antiga, que incluía escala em Corumbá.

A mudança acontece em um momento de retomada do fluxo turístico na cidade. Segundo o Observatório de Turismo e Eventos de Bonito (OTEB), o município registrou em março seu melhor desempenho para o mês desde 2015, com 25.849 visitantes. A taxa de ocupação hoteleira chegou a 54%.

A expectativa é de que o voo direto contribua para consolidar esse movimento de recuperação. O diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, afirmou que a nova rota facilita o acesso não só a Bonito, mas também a outras regiões da Rota Bonito e Serra da Bodoquena. “É um grande avanço para o principal destino de ecoturismo do Brasil”, avaliou.

Atualmente, os voos da Azul operam três vezes por semana: às terças, quintas e domingos. Durante a alta temporada, há possibilidade de voos extras, de acordo com a demanda. “Bonito merece essa frequência direta, é uma satisfação anunciar o voo”, disse Giulliana Mesquita, gerente sênior de produtos e negócios da companhia.

Dados do Aeroporto Regional de Bonito indicam um crescimento de 70% na demanda por passagens desde o início das operações diretas. O prefeito Josmail Rodrigues destacou o papel da nova rota no fortalecimento do destino e disse contar com o apoio do setor privado para incentivar o fluxo de visitantes. “Essa parceria fortalece ainda mais nosso destino, e temos certeza de que mais turistas virão explorar as belezas naturais que Bonito oferece”, afirmou.

A vice-prefeita e secretária de Turismo, Juliane Salvadori, classificou a entrega como “estratégica e histórica”. Segundo ela, a operação direta com uma das principais companhias aéreas do país amplia a conectividade do município e projeta Bonito como destino turístico de excelência.

O relatório do Observatório aponta ainda que 9,04% dos turistas que visitaram Bonito em março chegaram por via aérea — o equivalente a 2.337 pessoas desembarcando no aeroporto local. Ao todo, foram comercializados 73.748 vouchers para visitação aos mais de 50 atrativos da região, com destaque para balneários, flutuações e cachoeiras.

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operação

Esquema milionário trazia pneu ilegal para ser vendido em lojas da Capital

Mandados foram cumpridos em 5 lojas de Campo Grande, onde foram apreendidos 4,2 mil produtos, avaliados em R$ 5 milhões

17/04/2025 09h30

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo Grande

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo Grande Divulgação / Polícia Federal

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Operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal em Mato Grosso do Sul desmantelou um esquema milionário de venda de pneus trazidos do Paraguai sem o pagamento de tributos, portanto ilegais, em lojas de Campo Grande. Segundo a PF, cinco empresas foram alvo.

O esquema foi descoberto após uma primeira operação, a Wrong Tires, realizada em novembro de 2023, quando 6 mil pneus importados ilegalmente foram apreendidos no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão.

“Esta nova fase teve início a partir de informações colhidas em decorrência da prisão em flagrante de dois motoristas por estarem transportando grande quantidade de pneumáticos descaminhados, que seriam entregues em centros automotivos na cidade de Campo Grande. Em diligências posteriores, foi possível identificar os encomendantes e responsáveis pelos pagamentos”, explicou a Receita Federal, em nota.

A Polícia Federal relatou que essas cargas de pneus trazidas do Paraguai pela fronteira vinham para Campo Grande por meio de “freteiros”, contratados para trazer o produto para algumas lojas. Para “otimizar” o espaço e poder trazer mais produtos, os “freteiros” colocavam um produto dentro do outro, formando uma espécie de bola.

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo GrandeProduto ilegal trazido do Paraguai vinha em “bolas”, o que resultava em deformação dos pneus 

“Os investigados utilizam-se da técnica chamada ‘bola de pneus’ para introduzirem de forma clandestina as mercadorias no Brasil, por isso, ao colocarem os pneus uns dentro dos outros, conseguem aumentar em até cinco vezes a quantidade transportada. Enfatize-se que, apesar de novos, os pneus apresentam deformidades e ondulações e, nessas condições, colocam em risco a segurança de motoristas e pedestres”, declarou Receita Federal.

Em diversas fotos e vídeos feitos pela PF e Receita, é possível reparar o estado dos pneus, com deformações e completamente tortos.

“Além da insegurança no trânsito, decorrente da má qualidade do produto, a entrada de pneus clandestinos em nosso território traz danos ao meio ambiente, tendo em vista o não cumprimento da legislação vigente, e à economia brasileira, por promoverem uma competição desleal com o produto nacional, que recolhe os seus tributos devidos à União, aos estados e aos municípios”, afirmou a Receita.

Durante as operações Tatu-Bola e Bad Tires, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, determinados pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, e 4.269 pneus foram apreendidos, sendo avaliados pela Receita Federal em mais de R$ 5 milhões. 

Uma pessoa foi presa durante a ação, segundo a PF, por posse irregular de arma de fogo. Além dos pneus, também foram apreendidos 4 aparelhos celulares, 1 revólver calibre 32, 10 munições calibre 32 e diversos documentos.

Os mandados foram cumpridos em Campo Grande, apenas um foi destinado ao município de Bonito.
Participaram da operação 22 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal e 66 policiais federais.

Ao Correio do Estado, a Polícia Federal informou que o esquema envolvia cinco pessoas e que ainda investiga quanto o grupo movimentou com a atividade ilícita. Os produtos apreendidos foram levados para a Receita Federal.

WRONG TIRES

Em novembro de 2023 a Polícia Federal e a Receita Federal também se voltaram contra o descaminho de pneus vindos do Paraguai. Na época, de acordo com as investigações, os pneus eram trazidos do país vizinho e armazenados em um depósito localizado em Campo Grande, de onde, posteriormente, eram distribuídos a empresas do mesmo grupo para comercialização.

“Além da baixa qualidade, constatou-se que os pneus não possuem garantia e não há informações sobre sua procedência, o que coloca em risco a segurança do condutor do veículo que os adquire e de terceiros”, frisou a Receita.

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