Um abatedouro clandestino de porcos que funcionava em uma chácara na saída para São Paulo, a cerca de 20 km de Campo Grande (MS), foi interditado na manhã de hoje (12) em operação conjunta da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Relação de Consumo), da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conforme a polícia, a carne suína distribuída pelo proprietário abastecia vários restaurantes e pelo menos um supermercado da cidade. Dois funcionários e o sobrinho dele foram detidos para prestar esclarecimentos na Decon. O dono não estava no local, mas foi identificado pela polícia como Edevaldo Veloso da Silva, de 59 anos.
Na chácara, policiais e fiscais constataram que os animais eram abatidos em péssimas condições, com materiais enferrujados e sem qualquer higiene. Os porcos vivos eram armazenados de forma imprópria, alguns deles estavam doentes e comiam lavagem azeda. Foram encontrados e apreendidos sete freezers com a carne, alguns deles embalados em sacolas plásticas de supermercado. Na câmara fria, os policiais encontraram 31 metades de porco congeladas e colocadas lado a lado com pedaços de miúdos. Além disso, de acordo com a polícia, o carro que Silva usava para distribuir a carne não possui refrigeração.
A carne recolhida, que ainda não foi pesada, será destruída ainda hoje pela Iagro. O proprietário será indiciado por crime contra relação de consumo, podendo receber pela de 2 a 5 anos de reclusão ou multa. Possivelmente também responderá por crime ambiental, pois todos os resíduos e carcaças eram jogados em duas lagoas de contenção que ficavam a céu aberto, e o local não possui licença de funcionamento. Pelo crime de abate clandestino, segundo o Mapa, ele poderá ser multado em até R$ 15 mil.
Animais eram alimentados com lavagem azeda
Foto: Valdenir Rezende - Correio do Estado