Cidades

Deputada estadual

Filha de ministro da Saúde casa em meio a protesto com ovos e tumulto

Filha de ministro da Saúde casa em meio a protesto com ovos e tumulto

Estelita Hass Carazzai, Folhapress

15/07/2017 - 14h16
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No início, foram ovos. Depois, vieram copos de cerveja, garrafas, algumas pedras, cuspe e até lixo. Todos arremessados contra uma noiva que subia ao altar.

A noiva era a deputada estadual Maria Victória Barros (PP) -filha do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti.

O clã pepista, que está na política há três gerações, casava a caçula de 25 anos na noite desta sexta (14), em uma igreja histórica no centro de Curitiba, com recepção para 1.200 pessoas. O presidente Michel Temer (PMDB) foi convidado, mas não compareceu.

Em frente, dezenas de pessoas se reuniram para protestar contra o que chamavam de "casamento ostentação".

Uma estrutura metálica foi erguida no local da festa, a Sociedade Garibaldi, cujo prédio é um patrimônio histórico, a fim de abrigar os convidados. Arquitetos reclamaram da intervenção; e a coordenação do patrimônio cultural acabou autorizando a obra depois de erguida, mas multou os proprietários do edifício pela falta de pedido prévio.

Da rua, dava para ver o bolo de seis andares, uma parede de rosas vermelhas e doze lustres de cristal que decoravam a entrada.

A deputada foi eleita em sua primeira disputa, aos 22 anos. Em 2015, foi uma das que votaram a favor de um pacote fiscal do governo de Beto Richa (PSDB), que terminou em protesto com dezenas de pessoas feridas e cuja lembrança inflamava parte dos manifestantes.

"Essa galera não é gentil com nosso dinheiro. É uma classe de corruptos, bandidos", afirmou o estudante João Francisco de Almeida Júnior, 18, militante do PCdoB. "É um casamento feito com dinheiro público."
Ao seu lado, manifestantes reclamavam de falta de remédios nos postos de saúde, fim de direitos trabalhistas e votações tramitadas a galope.

CONFRONTO

Pouco antes das 19h, horário marcado para a cerimônia, teve início o protesto. Aos manifestantes, parte de sindicatos e partidos de oposição ao governo federal, somaram-se estudantes e frequentadores dos bares ao redor, aos gritos de "golpistas" e "Fora, Temer". Alguns carregavam cartazes criticando a condenação de Lula na Lava Jato, nesta semana.

Convidados eram vaiados e xingados na entrada. A noiva, chamada de "vagabunda" e "filha da puta", teve que ser escoltada por policiais -e guarda-chuvas- para chegar à igreja. Mesmo assim, teve o vestido manchado.

Na saída, convidados ficaram ilhados na igreja por quase duas horas, ao som de ovos espatifados contra as paredes. Um grupo de músicos tocava tambores e cornetas próximo às janelas. Cerca de 30 policiais do choque, com escudos e capacetes, cercavam a porta.

Os noivos e os pais saíram de van, escoltados pela polícia. Mais ovos foram atirados contra o veículo, que foi cercado. Convidados que seguiam a pé para a festa foram xingados e também tiveram copos e ovos arremessados contra si. Mulheres e crianças choravam, mas alguns discutiam e retrucavam: um deles mostrou o dedo do meio à rua, já na festa.

"A gente joga ovo, e eles jogam balas de borracha, bombas de gás", comentou o estudante Almeida Júnior.
Um convidado que se identificou apenas como Fred, sem dar o sobrenome, disse à reportagem que "foi um clima de pânico e terror". Ele chamou os manifestantes de bandidos e, o ato, de terrorismo.

Houve quem lamentasse a violência: "Não partiu de mim. Mas infelizmente era previsível", afirma o estudante de Direito Alexander Assumpção, 27. "O povo chegou ao limite."

Com um amigo, ele dançava em frente ao local da festa, ao som de "Fly Me to The Moon", interpretada por Frank Sinatra.

"Não excedeu, porque estamos cansados. É uma revolta ao extremo. Cada dia perdendo direitos", afirmou o professor Diego Matos Barbosa, 30, que acabou na manifestação por acaso.

Havia relatos de ao menos duas pessoas feridas -um manifestante e um policial. Por volta das 22h, a PM ainda soltou uma bomba de gás para dispersar parte dos manifestantes e permitir a saída dos últimos convidados da igreja.

"Em qualquer evento com aglomeração de pessoas e possibilidade de confronto, a polícia tem a obrigação de guarnecer", disse o secretário da Segurança Wagner Mesquita, que também era convidado da festa. Segundo ele, somente o efetivo do centro de Curitiba foi mobilizado para o evento, diante dos protestos. "Não existe partidarismo aqui; em qualquer evento de qualquer movimento organizado, nós estaremos lá."

Em nota, a PM informou que foi acionada "em face de manifestações agressivas", e que atuou pela "segurança dos manifestantes e a garantia da liberdade de ir e vir".

A festa seguiu sem intercorrências. Pouco depois da 1h, Victória jogou o buquê. Barros não quis comentar o episódio, assim como outros membros da família.

BR-158

Casal em moto é arrastado por 135 metros em rodovia no interior de MS

José Reis Antônio e Sônia Ribeiro de Camargo Silva foram atropelados no KM 130 da BR-158; suspeito de arrastar o casal fugiu sem prestar socorro

01/12/2024 13h33

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado Reprodução

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Identificados como José Reis Antonio Filho e Sonia Ribeiro de Camargo Silva, o casal envolvido no acidente no quilômetro 130,3 da BR-158, segundo boletim de ocorrência, teve sua moto arrastada por cerca de 135 metros após ser atingida na traseira pelo motorista que, após o atropelamento, fugiu sem prestar socorro. 

Conforme boletim de ocorrência, o acidente registrado por volta de 19h30min deste sábado (30 de novembro), aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado, sendo que o Onix vermelho encontra-se no nome de uma pessoa e no interior do carro foi encontrada a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de outra.

Apontado como suspeito de atropelar o casal, o Sr. Evangelista Pereira dos Santos deixou a carteira, Contendo documentos e cartões de crédito, bem como o celular, e "evadiu do local tomando rumo ignorado", segundo boletim de ocorrência. 

Acidente fatal

Como bem descreve o b.o, as diligências periciais verificaram que, o ponto em que o carro bateu com a moto do casal estava há, mais ou menos, 75 metros do local onde o primeiro corpo (vítima José Reis) foi arremessado. 

"Sendo que o segundo corpo (vítima Sônia) estava há aproximadamente 13,9 metros do corpo da primeira vítima e há aproximadamente 45,9 metros do local em que os veículos pararam", descreve o boletim de ocorrência. 

Presa ao capô do ônix, a moto do casal foi arrastada por aproximadamente 135 metros até onde os veículos pararam, com as vítimas recolhidas pela Funerária Nossa Senhora Aparecida de Aparecida do Taboado, levados até a Unidade Regional de Perícias e de Identificação (URPI) de Paranaíba para os devidos exames necroscópicos. 

Registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, omissão de socorro e fuga do local do acidente, as investigações do caso continuam em busca de localizar o responsável, para esclarecer as circunstâncias do acidente.

Fim de semana sombrio

Outro acidente fatal foi registrado nas rodovias sul-mato-grossenses neste final de semana, vitimando uma pessoa e ferindo outras quatro, em trecho da MS-386 distante cerca de 312 quilômetros de Campo Grande, como bem acompanhou o Correio do Estado

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para socorrer as vítimas, após um dos três veículos envolvidos perder estabilidade devido às fortes chuvas que atingiam o trecho. 

Ao todo, se envolveram no acidente: dois veículos Corrola (um de Amambai e outro de Bela Vista) e um fiat Pálio, esse último pertencente a um morador da comunidade indígena de Laguna Carapã.  
 

 

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Cidades

Mulher que enganou o Exército por 33 anos terá que devolver R$ 3,7 milhões de pensão

Investigada foi condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos; a fraude ainda contou com a ajuda de sua avó, que foi quem denunciou o caso

01/12/2024 12h30

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões Reprodução - redes sociais

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O Superior Tribunal Militar (STM) rejeitou, por unanimidade, o recurso de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza (55), condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos para se passar por filha de um tio-avô, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.

A decisão, divulgada na última sexta-feira (30), manteve a determinação de que a mulher devolva R$ 3,7 milhões recebidos de forma indevida ao longo de 33 anos.  

A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa da ré, argumentou que Ana Lúcia não teve intenção criminosa, visto que o registro como filha do militar foi realizado quando ela ainda era menor de idade.

O tribunal considerou que as evidências indicam plena consciência do ato fraudulento e decidiu por manter a condenação imposta pela pela Justiça Militar em Mato Grosso do Sul de devolver o valor. O relator do caso foi o ministro Odilson Sampaio Benzi.  

Entenda o caso

De acordo com informações do G1, o esquema começou no ano de 1988, quando Ana Lúcia utilizou documentos falsificados para se registrar sob o nome de Ana Lúcia Zarate e solicitar a pensão de Vicente Zarate - seu tio-avô e ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Vicente faleceu em outubro daquele ano, e os pagamentos indevidos tiveram início ainda em novembro de 1988, estendendo-se até 2022. 

No entanto, a fraude teve origem bem antes, no dia 25 de setembro de 1986, quando Ana Lúcia, ainda menor de idade, conseguiu ser registrada como filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz em um cartório de Campo Grande (MS). De posse da nova certidão, ela emitiu uma nova identidade e CPF com o sobrenome Zarate.

Com esses documentos, a mulher solicitou a habilitação como pensionista na Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas (SSIP 9) do Exército. O pedido foi aprovado, permitindo que ela recebesse o benefício integralmente.   

Ao longo dos anos, Ana Lúcia utilizou dois nomes e documentos diferentes para manter o esquema. A Justiça Militar destacou que, mesmo após ser orientada pelo marido a interromper os pagamentos indevidos, ela decidiu continuar recebendo a pensão.

De acordo com a decisão, o fato de Ana Lucia utilizar dois nomes, identidades e CPFs diferentes, evidencia o fato de “ludibriar” a Administração Militar com o objetivo de receber o benefício indevido, o que caracteriza a autoria e a materialidade do crime de estelionato.

Conforme os dados do TCU, Ana Lúcia recebeu, entre 2004 e 2022, uma pensão mensal de R$ 4.952 (valores corrigidos historicamente pela Corte de Contas). Entre os anos de 1988 e 2003, os depósitos variavam entre R$ 2.028 e R$ 8.299,80.

Denúncia partiu da própria avó

O caso veio à tona em 2021, quando a própria avó paterna de Ana Lúcia, Conceição Galache, denunciou o esquema. Insatisfeita com os valores repassados pela neta, Conceição exigiu R$ 8 mil sob ameaça de revelar a fraude.

Após não ser atendida, procurou a Polícia Civil e a administração militar, informando que Ana Lúcia não era filha de Vicente Zarate.  

Durante o processo, Ana Lúcia admitiu que era, na verdade, sobrinha-neta de Vicente e que usava o sobrenome Zarate apenas para garantir o benefício, ela também revelou que dividia o valor recebido com a avó, que teria ajudado a obter os documentos fraudulentos. Ana Lúcia contou também que não vivia com seu tio-avô, e não o tratava como pai.    

Com a denúncia e a abertura de sindicância, a fraude foi comprovada e o pagamento da pensão suspenso. Conceição faleceu em maio de 2022, antes de ser ouvida pelas autoridades.  

A DPU ainda não se manifestou sobre o desfecho do caso.  

 

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