Cidades

Para o Japão

Filhos abrem mão da tradição
e sapateiro "exporta" conhecimento para Japão

Jovem, 18 anos, está aprendendo a técnica para levar profissão para o outro lado do mundo

MARESSA MENDONÇA

13/09/2015 - 14h00
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Os filhos de João Eudes não quiseram aprender as técnicas da fabricação e conserto de calçados, mas o sapateiro encontrou uma alternativa para evitar o fim da profissão presente na família há duas gerações. Ele vai "exportar" os conhecimentos para o outro lado do mundo, por meio de um jovem japonês de 18 anos, fascinado com a ideia de reparar danos sem precisar substituir.

"O sapato rala um pouquinho e eles já estão jogando fora", relata Kentaro Yamada, afirmando nunca ter visto um sapateiro na cidade de Nagoia, onde nasceu e morou até o ano passado. 

Em Campo Grande, o primeiro contato do garoto com solas e palmilhas ocorreu na sapataria do tio dele, antes de começar a auxiliar João. "Olhei a fisionomia do rapaz querendo trabalhar em sapataria e pensei 'tem alguma coisa estranha'", brinca o sapateiro referindo-se a pouca idade e ao estilo "moderno" do garoto, com brinco na orelha e corte de cabelo atual.

A preocupação de João era a repetição "da mesma história" em que os garotos abandonam o posto depois de pouco tempo de trabalho. "Já vieram vários guris trabalhar comigo, mas depois de uma semana, 15 dias, eles iam embora porque é uma profissão que suja a gente totalmente", lembra o sapateiro, que depois de tanto tempo de prática aprendeu a diferenciar o perfil dos ajudantes. "Se tá mexendo com você e daqui a pouco começa a se limpar, você já vê que não vai ficar mais".

APRENDIZADO
Aos 51 anos, João conta ter aprendido as técnicas quando ainda era criança e morava com os tios em Maracaju, mas o sonho era ser mecânico. "Naquela época eu era obrigado a aprender. Era tudo diferente! Eles largavam a guampa de tereré e eu trazia na mão deles". Depois de 31 anos na mesma função ele diz ter se apaixonado. É uma arte, sem dúvida! Você pega desde o começo do couro e transforma em uma bota". 

Além da satisfação com a própria obra, outro incetivo é o elogio do cliente. "É uma sensação muito boa, eles olham, admiram aquela arte e a gente fica orgulhoso, mas isso está se tornando uma raridade". 

E é justamente por estar se extinguindo a profissão, que João não incentivou os filhos a seguirem. "Não fiquei chateado em momento algum. Essa profissão está ficando extinta, aos poucos está desaparecendo. Já não tem mais essa arte". 

A afirmação do sapateiro é rebatida de imediato por Kentaro. "Não vai acabar assim não  porque eu não vou deixar acabar. Falei para o seo João, que se ele fechar aqui eu vou pegar tudo isso pra mim e ele disse 'pode pegar'". 

Sobre os motivos que fizeram Kentaro se atrair pela profissão ele diz: "gostei da bagunça mesmo! Não gosto de serviço 'na linha', gosto de serviço tudo doido e dos clientes que ficam felizes quando o sapato fica bonito". 

Ele intercala a cadeira da sapataria com os tatames, já que também é lutador. O objetivo dele é ficar no Brasil por mais três anos e depois retornar ao país de origem. "Acho que dá pra ganhar dinheiro porque japonês gosta de economizar". 

Cidades

Militar do Exército tem armas apreendidas após denúncia de violência psicológica

Na residência, em um município de Mato Grosso do Sul, a polícia encontrou duas espingardas, uma pistola 9 mm e mais de 200 munições

15/05/2025 18h00

Divulgação PCMS

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A Delegacia de Atendimento à Mulher recebeu a denúncia contra um militar do Exército, de 49 anos, que teria cometido violência psicológica contra a ex-companheira.


A vítima relatou à equipe policial que sofreu abuso psicológico por parte do ex-companheiro e que ele tinha acesso a armas de fogo


O caso ocorreu no município de Coxim, localizado a aproximadamente 270 km de Campo Grande.
A Justiça concedeu o mandado de busca e apreensão, e os policiais ingressaram na residência do suspeito, onde realizaram a apreensão das armas de fogo.


No local, foram encontradas uma espingarda calibre 28, uma espingarda calibre 22, uma pistola calibre 9 milímetros, 36 munições calibre 9 milímetros, 208 munições calibre 22 e uma luneta.


A luneta é um instrumento óptico usado como mira para facilitar tiros a longa distância.
A equipe documentou o registro do armamento apreendido.

Saiba o que é violência psicológica

A violência psicológica é uma das formas de abuso às quais a mulher pode ser submetida. Por não deixar marcas físicas, é considerada uma das agressões mais devastadoras.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um dos principais desafios é identificar a prática desse crime.

Comportamentos comuns de quem comete violência psicológica incluem:

  • ameaça;
  • constrangimento;
  • humilhação;
  • manipulação;
  • ridicularização;
  • intimidação;
  • chantagem;
  • limitação do direito de ir e vir.

Em abril deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que aumenta a pena para a violência psicológica, inclusive no ambiente virtual e com o uso de inteligência artificial.


Para se ter ideia, em 2024 o Disque 180 já registrou mais de 100 denúncias relacionadas a esse crime.
A pena para esse tipo de violência está prevista no artigo 147-B do Código Penal Brasileiro, pela Lei nº 14.188/2021, e prevê prisão de seis meses a dois anos, além de multa.
 

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FALSO CRIME

Funcionário vende carro da empresa no Paraguai e finge ter sido roubado

Ele registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, mas acabou acabou preso após investigação constatar falsa comunicação de crime; situação tem sido frequente na fronteira

15/05/2025 17h45

Falsa comunicação de crime tem sido frequente na fronteira

Falsa comunicação de crime tem sido frequente na fronteira Foto: Divulgação / PC

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Um homem de 39 anos, morador do Paraná, foi preso após negociar e vender o veículo da empresa na qual trabalhava no Paraguai e regstrar um boletim de ocorrência, em Mundo Novo, fingindo ter sido roubado.

De acordo com a Polícia Civil, o homem procurou a delegacia nessa quarta-feira (14), afirmando que trafegava por Mundo Novo com um veículo Ford cargo, quando supostamente teria sido abordado por três indivíduos armados.

Na versão do motorista, ele afirmou que sofreu grave ameaça e foi coagido a dirigir até o Paraguai.

No país vizinho, ele teria sido libertado e conseguiu retornar para Mundo Novo, onde registrou o boletim de ocorrência.

Os policiais realizaram diversas diligências na tentativa de encontrar os criminosos, mas as investigações constataram que se tratava de uma fraude e que o motorista inventou o roubo para justificar o sumiço do caminhão para seus empregadores.

Ele  foi autuado em flagrante pelos crimes de apropriação indébita e comunicação falsa de crime e segue preso.

Outro caso

Outra situação semelhante ocorreu na última terça-feira (13), também em Mundo Novo. 

Um homem de 38 anos, morador de Corbélia (PR), também compareceu a delegacia afirmando ter sido vítima de roubo.

Ele fisse que trafegava com um veículo também Fiat Cargo por Mundo Novo, quando foi abordado por dois indivíduos armados que anunciaram o assalto e o levaram para região de fronteira seca, onde a suposta vítima teria permanecido por algumas horas, encapuzado e restrito de sua liberdade.

Porém, durante entrevista com o delegado responsável e investigadores, o homem apresentou algumas contradições.

Investigações constataram que o roubo, de fato, nunca ocorreu e que o veículo em questão havia sido apreendido com produtos contrabandeados, no município de Guaíra (PR).

Confrontado, o suspeito confessou a tentativa de fraude, afirmando que após a apreensão do veículo no estado do Paraná, decidiu ir para Mundo Novo e registrar uma falsa ocorrência de roubo.

Ele também foi indiciado por falsa comunicação de crime e poderá ser processado no Estado do Paraná, pelo crime de contrabando.

Comum na fronteira

Segundo a Polícia Civil, este tipo de comunicação falsa de crime tem sido frequente na região de fronteira e, na maioria das vezes, os criminosos visam aplicar o chamado "golpe do seguro".

A Polícia Civil reforça o alerta de que simular crimes é uma prática criminosa que compromete os recursos da segurança pública e prejudica o atendimento a vítimas reais.

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