Enquanto a polêmica sobre o resultado das eleições bolivianas não tem um desfecho, a fronteira entre o Brasil e o país vizinho em Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande, segue fechada. O bloqueio dura cinco dias, afetando comércio e o transporte de mercadorias.
Os manifestantes cobram a realização de segundo turno. Eles questionam a interrupção na contagem dos votos pelo Tribunal Supremo Eleitoral durante 24 horas. Quando recomeçou, mostrava o atual presidente em vias de ser eleito.
Pelas regras do país vizinho, o candidato vence quando tem 50% dos votos mais ou acima de 40% da preferência com dez pontos de vantagem sobre o adversário.
Evo convidou países sul-americanos, como Colômbia, Argentina, Brasil e Estados Unidos, a participarem de auditoria pedida à Organização dos Estados Americanos (OEA). O eleito afirma que se for provada fraude, que seja realizado o segundo turno.
Os manifestantes garantem que aceitarão a derrota caso Evo vença no segundo turno, mas cobram transparência no processo eleitoral e afirmam que só vai encerrar o protesto quando o órgão eleitoral boliviano autorizar a nova disputa.
Por hora, dezenas de caminhões carregados estão presos no porto seco e pelas ruas da cidade esperando o desbloqueio.
O comércio, segundo informações do Diário Corumbaense, contabiliza queda nas vendas, já que os principais fregueses são do país vizinho. Os setores de vestuário, calçados e alimentos são os mais afetados.