Um índice de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao padrão foi encontrado no mar próximo à central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou neste sábado (26) a Agência de Segurança Nuclear. A descoberta pode retardar a retomada das operações de resfriamento dos reatores, explica a agência.
O índice de iodo 131 já estava 126 vezes acima do padrão na terça-feira passada no litoral próximo à central de Fukushima Daiichi. O governo japonês decretou então um reforço no controle sobre peixes e mariscos procedentes da costa atingida.
"Um alagado com água altamente contaminada foi encontrado sob o prédio da turbina do reator 1", disse um responsável da agência. "A razão exata (da presença da água radioativa) não está clara, mas pode ser que a água da bacia do reator tenha vazado por tubos ou válvulas com problemas entre o reator e o prédio da turbina".
Há também até um metro de água sob os prédios das turbinas dos reatores 2 e 4 objeto de análise por parte da agência. Três operários com botas de borracha foram contaminados na quinta-feira em um alagado muito radioativo em torno do reator 3, e dois estão hospitalizados com queimaduras nos pés.
Técnicos, bombeiros e militares trabalham dia e noite em Fukushima Daiichi para reduzir a temperatura nos reatores e restabelecer os sistemas de refrigeração na central visando evitar uma catástrofe nuclear de grandes proporções.
Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio, foi varrida por um tsunami de 14 m que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água, iniciando uma crise nuclear. O primeiro-ministro japonês admitiu na sexta-feira que a situação segue "imprevisível" em Fukushima.