Há mais de 24 horas, incêndio de grande proporção próximo a Corumbá e Ladário gerou fumaça em larga escala na região e impediu que neste domingo (26) os Bombeiros pudessem contar com apoio de aeronaves para combater o fogo.
Essa queimada foi iniciada na noite do dia 24 no Paraguai-mirim, em área conhecida como Bracinho.
A dimensão do fogo e sua extensão puderam ser vistas de diferentes pontos de Corumbá e Ladário.
Até mesmo os Bombeiros que estão a frente da Operação Hefesto, que vai completar 90 dias de duração nesta semana, assustaram-se com os focos de calor que foram monitorados pelo sistema Pantanal em Alerta.
As equipes de atuação começaram o combate ainda no sábado (25) e apesar de conseguirem controlar a altura das chamas, o calor segue intenso e a ocorrência ainda não foi finalizada.
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O combate a esse foco conseguiu avançar muito no sábado (25) porque os brigadistas tiveram o combate aéreo, com água sendo jogada a partir de aviões Air-tractor, e também por terra, tanto com o uso de bombas costais como abafadores.
O comandante atual da Operação Hefesto, tenente-coronel Meirelles, explicou que foram necessários 30 Bombeiros atuando diretamente no incêndio resgistrado na região do Bracinho, além das aeronaves, que sobrevoaram a região durante todo o sábado.
“A linha do fogo foi muito intensa. Aviões air tractor jogaram água e isso facilitou demais no combate. O problema é que a linha de fogo ali estava muito grande. Elencamos como prioridade essa região por conta do vento, que estava previsto para jogar a fumaça em Corumbá", disse o comandante da Operação Hefesto.
"Nosso efetivo passou a noite (de sábado) combatendo. Quando a gente olha no mapa, o foco de calor é assustador (na região). (Neste domingo) As condições de voo não são favoráveis e infelizmente não vamos poder usar as aeronaves”, detalhou.
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Mesmo que o fogo conseguiu ser reduzido na região do Bracinho, a fumaça dessa queimada passou a cobrir Corumbá e Ladário desde a noite de sábado e neste domingo o céu ficou completamente cinza.
Conforme o Climatempo, a qualidade do ar na região das duas cidades está classificada como muito insalubre e entre os poluentes estão partículas inferiores e ozônio.
As quantidades de dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono estavam em quantidade considerada aceitável.
Para a continuidade do combate às chamas nas proximidades de Corumbá e Ladário, os Bombeiros estão neste domingo com duas equipes, cerca de 15 homens, atuando.
Os outros 15 integrantes voltaram à base no começo da manhã para descansar e devem retornar no período noturno.
Uma bomba foi instalada no Rio Paraguai para puxar água e encher as bombas costais, além disso, outro grupo utiliza abafadores para reduzir o fogo.
Focos
O sistema Pantanal Alerta aponta que existem 2.614 focos de calor em todo o bioma neste domingo à tarde, com 126 propriedades atingidas em 9 municípios.
No sábado, esses focos de calor tinham ultrapassado as 5 mil ocorrências em 146 propriedades.
A maior concentração desses casos, conforme mapa do monitoramento, está centralizada nas proximidades de Corumbá. São 967 focos espalhados pelo Paraguai-mirim, Nhecolândia, Albuquerque e em área que fica na fronteira com a Bolívia.
“Jogamos o incêndio para a direção do vento e isso facilita. Temos que abaixar as chamas, usamos as bombas costais para abaixar mais ainda e arrematamos com os abafadores”, explicou o tenente-coronel Meirelles.
Os moradores de Corumbá e Ladário enfrentaram os efeitos nocivos das queimadas no Pantanal tal qual ocorre neste final de semana em 20 de agosto.
Naquela data, o incêndio atingiu vegetação em frente ao Porto Geral e a fumaça perdurou nas duas cidades por cerca de quatro dias.
O fogo atingiu cerca de 2 km de extensão no final de agosto.
Atualmente há 206 Bombeiros combatendo chamas no Pantanal.
O fogo no bioma causou, até este mês de setembro, menos destruição do que nos dois últimos anos, mas continua causando grandes perigos para ribeirinhos, moradores da zona urbana, vegetação nativa e fauna.
Em relação à área queimada, a extensão destruída agora em 2021 é de 778 mil hectares (7,7 mil km²).
Em 2019, foram 801 mil hectares e 2020, período mais crítico de queimadas nos últimos anos, houve 956 mil hectares atingidos.
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