Entre "dinossauro jornalista" e ex-parlamentar envolvido em atentado simulado, nomes que já tiveram peso na política alcançam no máximo a suplência na Casa de Leis da Capital
Passada a corrida eleitoral para vereadores em Campo Grande, alguns antigos medalhões da política campo-grandense - sejam por mandatos variados pela Capital ou que pela força política que emplacou figurinhas -, não conseguiram uma vaga como parlamentar pelos próximos quatro anos.
Nessa lista se destaca Maurício Picarelli, conhecido radialista e telejornalista que, nascido em Bauru–SP, a partir de seus 35 anos fez sua vida e carreira em Campo Grande, dentro e fora da política.
Disputando cargo de vereador pelo partido União Brasil, Maurício Picarelli conseguiu 1095 votos computados, caindo como suplente na legenda que elegeu nomes como Dr. Lívio e "Veterinário Francisco", por exemplo.
Verdadeiro "dinossauro" da política campo-grandense, em épocas passadas Maurício Picarelli chegou a acumular oito mandatos consecutivos, como parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Como deputado estadual, eleito pela primeira vez em 1987, Maurício Picarelli esteve na casa até fevereiro de 2019, sendo inclusive eleito duas vezes consecutivas a vice-presidência da Casa.
Outro medalhão de peso - nem tanto pela trajetória em mandato, mas pelas disputas e por ter nome para emplacar o próprio filho vereador em eras passadas -, Odilon Oliveira também tentou uma cadeira como parlamentar na Câmara Municipal este ano.
Candidato pelo Partido Progressistas - legenda da atual prefeita de Campo Grande, que busca reeleição -, o conhecido juiz Odilon conseguiu acumular 2.435 dos votos totais computados no pleito deste ano.
Vale lembrar que, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Odilon colocou seu nome na corrida em busca do cargo de governador por Mato Grosso do Sul, ainda em meados de 2018, quando somou 405.606 votos (31,67% dos válidos) em 1º turno.
Ao lado do bispo Marcos Victor - do Partido Republicano Brasileiro (PRB) -, Odilon Oliveira chegou inclusive a disputar o segundo turno na eleição daquele ano, ocasião em que foi vencido pelo então tucano, Reinaldo Azambuja.
Porém, apesar de não alcançar a cadeira, o peso político do nome do juiz foi medido ao conseguir emplacar na Câmara Municipal de Campo Grande o próprio filho Odilon de Oliveira Jr.
Com mandato entre janeiro de 2017 até dezembro de 2020 - quando deixou o cargo para assumir como diretor-presidente da Agência de Regulação da Capital (Agereg) -, Odilon de Oliveira Jr. chegou a somar 6.825 votos válidos quando eleito.
'Menções honrosas'
Se o assunto é ex-mandato e ser, de certa forma, "medalhão" na política local, o ex-deputado federal por Mato Grosso do Sul que agora buscava uma vaga como vereador, Loester Trutis, não pode ser deixado de fora dessa lista, apesar dos 704 votos computados nesta eleição de 2024.
Mais conhecido pelo apelido de "Tio Trutis", o campo-grandense Loester foi eleito como deputado federal pelo Partido Liberal, com 56.339 votos válidos e sua posse datando de 1º de fevereiro de 2019.
Com mandato até 2023, ano que - segundo registro de atividades do portal da Câmara dos Deputados - só registrou presença em plenário durante um único dia, enquanto parlamentar Trutis se viu envolto em uma polêmica de falso atentado.
Na data de 16 de fevereiro de 2023, o carro Corolla preto que Trutis estava, foi comunicado à polícia como alvo de atentado que teria acontecido entre Campo Grande e Sidrolândia.
Porém, o inquérito da Polícia Federal concluiu que o suposto atentado teria sido simulado por Trutis, que incorreu em:
- Falsa comunicação de crime,
- Porte ilegal de arma,
- Disparo de arma de fogo e
- Dano a patrimônio privado
Em conclusão da lista de medalhões, cabe menção honrosa para o nome da candidata à vereadora por Campo Grande nestas eleições, Grazielle Machado.
Filha do, talvez, mais longevo político local, Londres Machado já acumula 13 mandatos totais na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, sendo presidente em sete ocasiões diferentes do parlamento.
Deputado desde a época em que a região ainda era "Mato Grosso Uno", o nome de Londres não pesou na candidatura da filha, que pelo Partido Social Democracia Brasileira (PSDB) teve 1.887 votos computados.
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