De R$ 8,1 milhões destinados, nos últimos seis anos, às obras de contenção de enchentes e recuperação das margens do Rio Anhanduí, que corta parte da avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, R$ 5,6 milhões já foram gastos e o problema não foi solucionado.
O secretário de obras João Antônio De Marco sustenta que os recursos investidos contemplam ações pontuais, que previam a manutenção dos trechos em fase de erosão e redução dos danos e não em uma ação “global” que incluísse intervenções em toda extensão do rio. “Até agora só houve ações pontuais ao longo do Anhanduizinho e nenhuma intervenção que abarcasse todas as necessidades do rio”, afirmou.
Sobre essas intervenções “pontuais” estarem sendo realizadas desde 2006, o secretário afirma que todos os recursos utilizados até agora foram de financiamentos que incluiam obras de contenção de erosões e enchentes para várias regiões de Campo Grande e nunca exclusivas para o Rio Anhanduí. “Temos financiamentos com a Caixa Econômica para intervenções em diversos córregos e tudo que já foi investido foi dividido entre essas obras”.
De Marco fala de contratos assinados em 2006 entre a prefeitura e a Caixa Econômica Federal (CEF) que previam recursos de R$ 24,9 milhões para os trabalhos de contenção das enchentes. Desse total, R$ 8,1 milhões seriam destinados às ações no Rio Anhanduí, em trecho localizado entre as avenidas Campestre, no Aero Rancho até a Santa Adélia, na Vila Nhanhá. “Em toda essa extensão é que fizemos as ações pontuais, para reduzir as enchentes nos bairros próximos ao rio e conter as erosões”.
No entanto, as erosões e a queda das margens continuaram e alcançaram a pista de rolamento da avenida Ernesto Geisel. Por conta disso, a prefeitura apresentou em 2010, projeto ao Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o solucionar a questão. O projeto prevê obras e recuperação em todos os oito quilômetros do rio e incialmente somava R$ 72 milhões.
O orçamento geral ficou em R$ 68 milhões, dos quais R$ 42 milhões serão usados exclusivamente para as ações no Rio Anhanduizinho e suas margens. O restante dos recursos serão usados em obras complementares, como nos córregos Cabaça e Areia, que desembocam no Anhanduizinho.
Obras
As obras de revitalização e recuperação do rio estão programadas para terem início em março desse ano, conforme o secretário. Entre as obras que serão realizadas estão a implantação de muro de concreto em toda sua extensão, gabião e recomposição da grama para a estabilização das margens.
Além disso, o projeto ainda prevê ações aos moldes de um Parque Linear, com pista de caminhada, ciclovia, aparelhos de ginástica nas áreas do rio em que as margens são mais largas, com praça e área de lazer. “Vamos fazer uma total reurbanização do Anhanduí, solucionando o problema das enchentes e ainda garantindo equipamentos de lazer”, prometeu De Marco.