Cidades

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Genérico para animais pode não ser tão atrativo para fabricantes e consumidores, avalia indústria

Genérico para animais pode não ser tão atrativo para fabricantes e consumidores, avalia indústria

agência brasil

27/07/2012 - 09h43
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A expectativa em torno da redução de custos com a autorização do uso de produtos genéricos veterinários pode tomar rumos diferentes do que ocorreu em relação aos medicamentos de uso humano. Nem a indústria nem alguns segmentos do governo acreditam que, inicialmente, os preços dos novos produtos para o tratamento de animais sejam significativamente mais atrativos para fabricantes e para consumidores em relação aos dos produtos convencionais.

O conservadorismo em relação aos efeitos da lei que entrará em vigor no final de outubro é resultado das exigências cobradas para autorização de novos produtos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai concluir os detalhes da regulamentação para registro dos produtos em 90 dias. Além dos testes para comprovar equivalência de efeitos em relação aos medicamentos convencionais, deve ser mantida a obrigatoriedade de testes de resíduos.

“A lei precisa ser atrativa para o empresariado que precisa ver a produção de genéricos como oportunidade de negócio, baseado no custo da produção”, disse o diretor executivo da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Tada. Segundo ele, a manutenção das exigências faz com que os preços dos novos produtos fiquem nos mesmos patamares dos cobrados pelos itens convencionais.

“Na área humana, o estudo de bioequivalência substitui os estudos clínicos, que são mais caros. Para produtos veterinários não é possível transpor o beneficio, porque as exigências se equiparam”, acrescentou.

O diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários do Ministério da Agricultura, Fernando Silva, reconheceu que as margens da indústria de produtos veterinários são “bastante reduzidas” e que a comprovação do resíduo significa um custo adicional para o genérico. Esses testes são importantes porque garantem que não exista acúmulo de resíduos de medicamentos ou vacinas, por exemplo, em produtos consumidos pelo homem, como mel, leite, queijo e carne.

“Não há como flexibilizar. É uma questão de saúde publica. A indústria tem que comprovar que o produto é seguro para o consumidor e não apenas para os animais”, explicou. Fernando Silva acrescentou que a redução de custos pode ser negociada em um outro momento, com pleitos por redução tributária e fiscal. “A redução de custos não pode é ser jogada para questões que garantem qualidade e segurança para todos”, reforçou.

Além do problema de saúde pública, os técnicos do ministério alertam para restrições de mercado. Há dois anos, por exemplo, os Estados Unidos suspenderam o comércio com o Brasil depois de identificar em uma carga de carne brasileira a presença de resíduos do antiparasitário ivermectina.

Para que o novo negócio seja atrativo, a indústria não apela apenas para o custo de produção, mas também critica a morosidade nos processos de registro de produtos. Fernando Silva reconhece que o trâmite de autorização de novas substâncias e fórmulas pelo Ministério da Agricultura tem superado o prazo estipulado em lei, que é seis meses. “Estamos levando entre oito meses e um ano com as análises. Na nossa área, falta pessoal qualificado. A indústria já chega com toda a documentação pronta, mas a avaliação requer gente qualificada”, justificou o diretor.

A falta de técnicos também afeta o setor de fiscalização, que é responsável por verificar o cumprimento das regras. Segundo Silva, há a perspectiva de concursos para o ingresso de novos profissionais, mas sem data prevista. O quadro de fiscais tem, atualmente, quase 400 vagas abertas, antes ocupadas por servidores que se aposentaram. Para Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, a falta de fiscais pode comprometer os benefícios que a nova lei pode trazer para o setor.

“Não existe fiscalização adequada nas casas que comercializam produtos veterinários. Vamos encontrar uma gama de produtos que vão de R$ 2 a R$ 200 por dose. Alguma cosia deve estar errada”, disse. Arruda acrescentou que pequenos laboratórios “de ponta de rua”, vendem produtos inadequados. “Como não tem fiscalização, os laboratórios estabelecidos que fazem os estudos exigidos são prejudicados por esses outros atravessadores.”

Sanidade animal

Caso de gripe aviária em Carcará está sendo investigado em MS

O Ministério da Agricultura e Pecuária está analisando mais um caso suspeito no Estado

20/06/2025 17h00

Reprodução internet

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Mato Grosso do Sul investiga mais um caso de gripe aviária, desta vez em uma ave silvestre, um carcará (Caracara plancus), em Anaurilândia, município localizado a 377 km de Campo Grande.

O caso está registrado no painel de investigações da Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O mais recente caso em investigação anterior envolveu uma galinha d’Angola, no município de Paraíso das Águas.

Em 30 de maio, o Mapa atualizou duas suspeitas: a da galinha d’Angola e a de uma galinha de criação doméstica, em Amambai. Ambos os casos deram negativo.

A primeira suspeita no Estado ocorreu no município de Angélica, localizado na região leste, e também teve resultado negativo. Nessa situação, tratava-se de uma criação doméstica, não voltada para o comércio.

O segundo caso, também com resultado negativo, foi registrado no município de Jardim; o terceiro, em Amambai. Até o momento, Mato Grosso do Sul teve apenas um caso positivo de gripe aviária, registrado em 2023, no município de Bonito.

Primeiros casos negativados em 2025


Angélica
Jardim
Amambai
4º Paraíso das Águas

Com a nova suspeita envolvendo o carcará, é o quinto que passa por investigação no Estado.

Reproduções Mapa

Medidas de biossegurança


A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) intensificou, junto a produtores, as orientações sobre biossegurança e o fortalecimento da educação sanitária em propriedades da agricultura familiar de Mato Grosso do Sul.

A ação conjunta foi motivada pelo recente caso de influenza aviária (H5N1) detectado em uma granja comercial em Montenegro (RS).

Para evitar que algo semelhante ocorra no Estado, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), em parceria com a Embrapa Pantanal e a Iagro, intensificou a mobilização preventiva, com a realização de capacitações, oficinas, repasse de informações, visitas técnicas e ações de vigilância participativa.

O objetivo é orientar pequenos produtores sobre os protocolos de biosseguridade e biossegurança, com foco especial em regiões de fronteira e em comunidades que praticam a avicultura de subsistência.

As apurações

As investigações são corriqueiras no sistema de defesa agropecuária nacional, já que a notificação é obrigatória. A influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1) é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País.

Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

O Brasil já realizou mais de 2.500 investigações de suspeitas de gripe aviária desde maio de 2023, quando houve a primeira ocorrência em ave silvestre, segundo o Ministério da Agricultura.
Até o momento, há um caso confirmado de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) em granja comercial no País, em Montenegro, em um matrizeiro de aves na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

No total, o País já registrou 174 casos da doença em animais silvestres (sendo 168 em aves silvestres), 5 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial.

** Colaborou Eduardo Miranda e Judson Marinho

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Terceira fase

Chefão dos ônibus pode ser liberado de depor na CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito se reúne em reunião fechada na próxima segunda-feira (23) para fazer os levantamentos da terceira fase da investigação

20/06/2025 16h45

Paulo Constantino apresentou atestado e não compareceu à oitiva

Paulo Constantino apresentou atestado e não compareceu à oitiva Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Dono dos ônibus de Campo Grande pode ser liberado de depor. 

A CPI do Transporte Público de Campo Grande decide, em reunião fechada, na próxima segunda-feira (23) se será feita uma nova convocação para depoimento do proprietário do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino. Ele tinha sido convocado para prestar esclarecimentos na última oitiva no dia (17), mas apresentou atestado médico e não compareceu. 

O presidente da Comissão Parlamentar, Dr Livio Leite (União) disse que a ausência de Constantino não trouxe grandes prejuízos. 

“Eu tenho uma opinião pessoal minha de que, quanto maior é o cargo do profissional, menos ele entende os detalhes mais específicos que nos interessan, então não acredito que tenha sido de grande prejuízo essa ausência. Mas vamos deliberar, na segunda-feira, a convocação dele”.

A família Constantino é dona de empresas responsáveis pelo fornecimento de transporte público em mais duas cidades no país como Blumenal (SC) e São José do Rio Preto (SP), que também já abriram CPIs para investigação dos serviços prestados.

Entre as queixas estavam a superlotação, falta de equipamentos de proteção individual na época da pandemia de Covid-19 e irregularidades contratuais. 

Nos dois casos, as investigações foram favoráveis às empresas de transporte. 

CPI

O último ouvido na terceira fase da CPI foi o diretor-presidente do Consórcio, Themis de Oliveira. Em depoimento, ele afirmou que a empresa recorreu à decisão da Agência de Regulação e Serviços (Agereg) sobre a substituição de 98 ônibus velhos da Capital, com prazo de 30 dias. 

Ele afirmou que é “impossível” adquirir essa quantidade de veículos em um prazo curto, já que é preciso 200 dias para a entrega de um ônibus, e muito menos sem os recursos que não foram repassados pela prefeitura. 

Themis também disse que a responsabilidade de tornar o transporte coletivo atrativo novamente não é somente do Consórcio, mas da prefeitura, com a elaboração de um novo plano de mobilidade urbana. 

“O que melhora o transporte coletivo é plano de mobilidade, corredor exclusivo para ônibus, discutir de maneira pró ativa com a prefeitura o estabelecimento do reequilíbrio tarifário e a atualização do subsídio”. 

Na segunda-feira (16), o diretor jurídico e administrativo do Consórcio Guaicurus, Leonardo Martins Marcell, disse que a Agereg “cria caso” para investigação do Consórcio como uma “cortina de fumaça” para o enfrentamento do problema. 

“Goste ou não, a prefeitura vai ter que fazer os investimentos. Aí que é a questão: a prefeitura está disposta a fazer os investimentos necessários?”, questionou na sessão. 

Também foi ouvido o ex-diretor do Consórcio, João Resende, que afirmou que o Consórcio “só vai comprar ônibus novos se a prefeitura pagar o que deve”. Segundo ele, o Consórcio tem um prejuízo líquido acumulado desde o período pós pandemia, de 2020 a 2024 e que tem pedido socorro às instituições públicas há tempos. 

De acordo com as investigações em andamento no Tribunal de Contas, a dívida da Prefeitura à empresa pode chegar a R$380 milhões. 
 

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