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Presidente do Tribunal de Justiça atende governador e libera desmatamento do Parque dos Poderes

No mesmo dia em que reforma no parque foi anunciada, desmatamento foi liberado

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O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Paschoal Carmello Leandro, atendeu pedido de suspensão de liminar, formulado pelo governador Reinaldo Azambuja, por meio do gabinete da Procuradoria Geral do Estado, e cassou a decisão de 1ª instância, do juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Indiividuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, que impedia a supressão de mata nativa do Parque dos Poderes.  

A decisão foi proferida na quinta-feira (3), mesmo dia em que o primeiro escalão do governo anunciou o que promete ser a primeira grande reforma do centro administrativo que fica localizado em meio a mata nativa, e é uma das atrações turísticas de Campo Grande.  

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Para suspender a decisão do juiz de 1ª instância, o governo do Estado lançou mão de um pedido incomum, e de suspensão de liminar, que  foi criado para ser usando somente para casos excepcionais, por ser um recurso em que o pedido do governador é direcionado diretamente para o presidente do Tribunal de Justiça.  

Somente situações em que há grave ofensas à ordem administrativa e à ordem econômica devem ser objeto de pedidos como este, que é respaldado por uma lei de 1964, o primeiro ano do regime militar.  

A decisão da quinta-feira (3) é simultânea ao anúncio do governo de um plano para reformar o Parque dos Poderes. Na ocasião, as autoridades afirmaram que nem uma árvore seria derrubada, enquanto no tribunal, o presidente autorizava o pedido do governo para suspender a decisão que o impedia de suprimir mata nativa em qualquer área do Parque dos Poderes, incluindo em 11 áreas específicas liberadas por lei de 2018, cuja eficácia também é questionada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), autor da ação.  

A decisão de 1ª instância foi proferida no dia 20 de novembro pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa. Havia a opção de interposição de um agravo de instrumento - recurso considerado pelos juristas o mais adequado e convencional -, mas não foi o caso.   

Na decisão da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o magistrado reconsidera sua decisão anterior, em que havia negado a tutela antecipada pretendida pelo Ministério Público. 

O que levou o juiz Ariovaldo Nantes a mudar de ideia foi documento enviado pelo Ministério Público, em que lhe foi informada a supressão de mata nativa ao lado do Tribunal de Justiça, e também de que outros mecanismos de proteção ambiental, como o decreto legislativo que tombava o Parque dos Poderes como patrimônio histórico, que haviam sido revogados.  

Já Paschoal Leandro, e também no pedido do gabinete da presidência da Procuradoria Geral do Estado, não há nenhuma menção à preservação do meio ambiente. Somente argumentações no sentido da liberdade da administração pública dispor do Parque dos Poderes.  

 

Outro lado

Procurado, o governo de Mato Grosso do Sul garantiu que não haverá desmatamento, e explicou que o ocorreu foi a decisão de uma liminar incabível, que fere a legislação vigente. 

Um dos projetos que o governo tentou tirar da gaveta, em 2019, é a construção de um estacionamento coberto, de dois pavimentos, em frente à sede da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso do Sul (Sefaz). O prédio teria 8,2 mil metros quadrados.  

Outros órgãos da administração pública, e também outros poderes, apurou o Correio do Estado, também tem a intenção de avançar mata adentro.  

Ações simultâneas

Na quinta-feira (3), enquanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) apresentava aos moradores da região e frequentadores que usam o Parque dos Poderes para a prática de esporte e lazer, o primeiro projeto de revitalização - sobretudo do asfalto e do mobiliário - desde sua inauguração, em 1982, a poucos metros da governadoria, o presidente do Tribunal, Paschoal Carmello Leandro, atendia o pedido que impedia a retirada de mata nativa do local.  

A revitalização inclui implantação de pista de caminhada e corrida, ciclovia no canteiro central, acessibilidade, paisagismo, 70 bancos de descanso, três estações de ginástica, reforma dos estacionamentos e instalação de 41 abrigos nos pontos de ônibus e de lixeiras, além da construção de um Centro de Apoio ao Usuário com banheiros masculinos, femininos e adaptados para pessoas com deficiência.

Cidades

Barroso diz que legalização de drogas leves é tendência mundial

Em palestra, ministro também falou de aborto e união homoafetiva

22/04/2024 21h00

Reprodução: Rovena Rosa/Agência Brasil

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (22) em palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que no mundo democrático existem duas posturas possíveis para a questão das drogas ilícitas: uma, a da repressão, e outra, que vem ganhando corpo em todo o mundo, que é a da legalização das drogas mais leves. Segundo ele, a segunda acontece pela constatação de que a guerra contra as drogas fracassou e o modelo repressivo não conseguiu diminuir o poder do tráfico nem o consumo.

“A discussão que está no Supremo é a quantidade. A legislação brasileira não pune com prisão o usuário de drogas, o que faz muito bem, porque punir o usuário é um equívoco completo. Se ele estiver fora de controle, você vai tratar como dependente químico. Colocá-lo na cadeia é colocar mais um agente para o crime organizado. Nada, na minha visão, justificaria a prisão pelo porte pessoal para consumo. E o legislador acabou com a prisão do porte pessoal para o consumo, mas manteve a criminalização do tráfico”, disse.

Ele observou que se um jovem for pego com 40 gramas de maconha na zona sul do Rio de Janeiro, por exemplo, é considerado um portador para consumo próprio; porém se o outro jovem, geralmente negro, for pego com a mesma quantidade na periferia do Rio de Janeiro, é preso como traficante.

“Portanto, a mesma quantidade é tratada com pesos diferentes pela polícia, e o que o Supremo está discutindo não é descriminalização, não é a não prisão, porque isso já foi decidido. O que o Supremo está decidindo é qual a quantidade que vai distinguir traficante de usuário para que essa escolha não seja feita pela polícia por critérios discriminatórios”, explicou.

Outra questão abordada na palestra é a das uniões homossexuais. Para Barroso, a homossexualidade é um fato da vida que gera consequências jurídicas. “A ordem jurídica não dispunha sobre as relações entre pessoas homossexuais, que eu prefiro chamar de relações homoafetivas, porque uma relação de projeto de vida não é puramente sexual e no projeto afetivo existem as reuniões homoafetivas”, disse.

Nesse caso, segundo Barroso, era necessário definir quem tem o direito de herdar o que é construído ao longo de uma relação, se é a família de sangue ou é o companheiro ou companheira com quem a pessoa viveu por anos. “Alguém tinha que decidir isso, e o Supremo decidiu, na minha opinião, com acerto, que deve tratar como você trata as uniões estáveis convencionais. São os mesmos direitos sucessórios, previdenciários. Eu tenho o maior respeito pelo sentimento religioso das pessoas e a Bíblia expressa condenação ao homossexualismo, porém no mundo laico eu preciso ter uma solução jurídica para isso”.

De acordo com Barroso, caso contrário essas pessoas ficariam em um limbo jurídico, sem saber exatamente o que fazer. “E aí vem o casamento. Nós não achamos que o casamento é uma coisa boa, que diminui a promiscuidade, estreita as relações afetivas? Por que nós vamos excluir essas pessoas da prosperidade de terem um casamento? Essa é a minha posição, mas eu tenho o maior respeito pelas posições contra apostas”, ressaltou.

Com relação ao aborto,o ministro classificou a questão como a mais difícil do mundo, e uma coisa ruim, lembrando que o papel do Estado é evitar que aconteça, proporcionando educação sexual, distribuindo contraceptivos e amparando a mulher que queira ter o filho e esteja em condições adversas. “É perfeitamente legítimo a alguém ser contra, pregar contra e não fazer. Porém, tudo isso é diferente de achar que a mulher que viva o infortúnio de ter que fazer vá para a prisão. Nenhum país democrático e desenvolvido do mundo criminaliza, nem os mais católicos".

O ministro Barroso reforçou que prender a mulher que resolve interromper a gravidez não é uma boa política pública, e que a criminalização impede que as mulheres pobres tenham acesso aos serviços públicos de saúde que podem ser prestados. Ele reconheceu ser difícil para a sociedade chegar a um consenso sobre o tema, que é eticamente divisível, já que o momento do nascimento, do surgimento da vida, é uma questão de fé e de convicção.

“Tem gente que acha que desde o momento inicial da concepção com duas células já há vida. Tem gente que acha que é quando se forma o sistema nervoso, tem gente que acha que quando começa a formação da consciência. Existem muitas visões de mundo quando você trata de matéria em desacordo moral. É razoável que pessoas esclarecidas e bem intencionadas pensem de maneira diferente. O papel do Estado não é escolher um lado, e sim permitir que cada um viva a sua crença, a sua convicção", ponderou.

Questionado sobre os rumos que a inteligência artificial está tomando, Barroso respondeu que está preocupado e ao mesmo tempo animado, já que ela tem imensas potencialidades para fazer o mundo melhor e de tomar decisões melhor do que os seres humanos em alguns casos.

"A inteligência artificial é a transferência de capacidades humanas para computadores, feitas por softwares. Essas capacidades envolvem tarefas cognitivas e tomada de decisões. Como a inteligência artificial é capaz de armazenar uma quantidade de informações muito maior do que o cérebro humano e processadas em muito maior velocidade e muitas áreas, ela vai ser mais eficiente do que a capacidade humana", avaliou.

Ele citou como exemplo a medicina, campo no qual a IA já vem sendo usada em cirurgias e diagnósticos, e com melhor qualidade. Segundo ele, o uso dessa tecnologia automatizará tarefas que levam pessoas a neuroses causadas por tarefas repetitivas. Além disso, poderá evitar a exposição dos humanos a atividades de alto risco, como desarmar uma mina ou passar um cabo no fundo do oceano, por exemplo.

"Eu acho que tem muita coisa boa com a inteligência artificial, mas tem muitos riscos, como a discriminação, a privacidade, e o maior é a singularidade, que a IA adquira consciência. Porque se ela adquirir consciência de si própria e passar a ter vontade própria são as máquinas que vão dominar a condição humana e não vice versa porque elas têm muita muito maior capacidade de processamento de informação com muito mais velocidade", afirmou.

Cidades

Pedidos de isenção da taxa do Enem podem ser feitos até sexta-feira

Solicitações devem ser feitas pela Página do Participante

22/04/2024 20h00

Reprodução: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Termina na próxima sexta-feira (26) o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.

Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano  do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também encerra em 26 de abril.

O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do Exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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