Os três guardas municipais de Campo Grande, que atuaram em um protesto no Terminal Morenão, no dia 15 de novembro de 2019, receberam apenas advertência nesta sexta-feira (7). O inquérito a que eles respondiam concluiu que os agentes cometeram trangressão disciplinar conforme o Estatuto do Servidor Público Municipal.
O relatório da investigação, ao qual o Correio do Estado teve acesso, aponta a ação do grupo teve falhas de ordem tática, já que eles deveriam ter pedido reforços, o que não ocorreu. Cercados, um deles fez uso de força, ao sacar uma espingarda.
A conclusão do inquérito é que ação foi regular, devido ao cerco, que levou ao uso de spray de pimenta. Assim, o titular da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes), Valério Azambuja, acatou o resultado da investigação, arquivou o documento e aplicou apenas advertência.
Por outro lado, os guardas devem passar por curso de aperfeiçoamento antes de voltar às ruas. A suspensão ao porte de arma foi revogado. O relatório foi enviado para a Polícia Civil, Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) e Defensoria Pública.
O CASO
No dia 15 de novembro de 2019, um grupo composto em sua maioria por mulheres que trabalham como diaristas esperavam o ônibus da linha 072 (Morenão-Nova Bahia). Era feriado e a quantidade de veículos operando havia sido reduzida pelo Consórcio Guaicurus. O problema era que os passageiros não estavam de folga.
Quando a demora passou de uma hora, o grupo bloqueou a saída de coletivos em protesto contra a má-prestação do serviço.
O Grupo de Pronta Intervenção (GPI) foi acionado. A multidão acusou os guardas de dispersarem o protesto usando spray de pimenta e portando armamento pesado (com munição de borracha) para garantir o direito de ir e vir dos demais passageiros que tentavam deixar o terminal.
Azambuja convocou uma coletiva dias depois e afirmou que a atitude dos servidores havia fugido do padrão exigido pela Guarda Municipal e determinou a abertura do processo disciplinar.