Obras de reparo nos paredões das duas margens do Rio Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, que caíram por contas das fortes chuvas, completam um ano em fevereiro e ainda não têm previsão de conclusão.
O prazo não tem definição por causa do período de chuva e da impossibilidade de utilizar maquinário para o reparo dentro do rio.
Os dois paredões que davam sustentação às margens do Rio Anhanduí caíram com as chuvas de fevereiro do ano passado. Uma das paredes já foi erguida e a outra está em fase final de restauração.
De acordo com o superintendente da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Mehdi Talayeh, os operários não conseguem trabalhar nos dias em que chove ou tem previsão de chuva.
Ele detalha que o trabalho no local é delicado e exige um serviço braçal, resultando em uma finalização mais lenta.
“Só não conseguiremos trabalhar nos dias em que estiver chovendo ou que houver previsão de chuva. Fora isso, o pessoal trabalha lá. Sobre o prazo, é complicado falar, pois ali é delicado, é um trabalho meio de formiguinha, não rende muito, pois não tenho como colocar maquinário dentro do canal”, explica.
Talayeh relata que para conclusão da obra é preciso reerguer mais 1,5 metro de placas de concreto do lado direito, que foi paralisado por conta das chuvas nos últimos dias.
“Por causa do início das chuvas, optamos por fazer os reforços na base das placas existentes, que vai até embaixo da ponte mais ou menos. Esse reforço será para evitarmos que as outras placas daquele trecho venham a cair”.
No início do ano, o planejamento da Sisep era de realizar o processo de ativamente no local, que é injetar concreto com aço por dentro da placa, alcançando alguns metros dentro do solo.
No entanto, o subsecretário explica que a solução foi substituída pelo reforço das bases, que já está sendo feito. “Para executarmos esse concreto injetado não daria para fazer com equipe própria, pois depende de equipamentos que não têm em Campo Grande”.
O reparo na avenida ficou paralisado de março até abril, por conta do decreto municipal que proibia a atividade de construção civil na Capital.
A Gimma Engenharia, empresa responsável pelo primeiro trecho da obra de revitalização da avenida, deverá recompor a parte que já havia feito e que foi derrubada pela chuva.
Segundo a Sisep, como a empresa ainda não havia entregue a obra, qualquer dano na mesma deve ser reparado sem custos adicionais. A empresa havia aumentado os paredões e feito o paisagismo e contenção por cima deles, além de ciclovia em um dos lados.
No entanto, Talayeh explica que as obras estão sendo realizadas com recursos próprios e equipe própria da Secretaria, já que o trecho afetado não fazia parte da licitação de revitalização da avenida.
E uma nova abertura de concorrência atrasaria ainda mais o início das obras e teria um alto custo.
ERNESTO GEISEL
A revitalização da avenida iniciou em fevereiro de 2018 com objetivo de construção de paredões de gabião para proteger as margens da erosão e evitar transbordamento do rio. Além disso, foi previsto no projeto a construção de ciclovias, drenagem, urbanização e recapeamento das pistas.
As obras abrangem trecho de quase dois quilômetros da via, atravessando os bairros Coophamat, Taquarussu, Jacy e Marcos Roberto. O projeto está orçado em R$ 48.497.999,21 e tinha previsão de término para agosto do ano passado.
O primeiro trecho da obra, que fica entre as ruas Santa Adélia e Abolição, está a cargo da empresa Gimma Engenharia Ltda.
Segundo a Sisep, a obra deve ser concluída apenas em 2022. Havia a previsão de que o projeto fosse concluído ainda este ano, até o aniversário da cidade, o que não foi concretizado.
O custo total está estimado em R$ 52 milhões, 90% do valor são repasses do governo federal e o restante da Prefeitura de Campo Grande. A obra já foi paralisada diversas vezes, mas o novo prazo garante que a entrega será no próximo ano.
De acordo com a Sisep, 60% da obra já foi executada. A conclusão total, incluindo recapeamento das vias, está prevista para 2022, se os repasses do governo cumprirem o cronograma, estão previstos ainda mais 15 editais do governo federal.
Nesta fase, serão contemplados os lotes dois e três do trecho, entre as ruas da Abolição e do Aquário.
As obras na Avenida Ernesto Geisel foram retomadas em agosto do ano passado, depois de ficarem meses paradas por conta dos atrasos no repasse da União de serviços executados.