Cidades

DIA DOS PAIS

Herdeiros elencam prós e contras de serem filhos de políticos

Dia dos pais é marcado por sorrisos e lembranças

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Que filho nunca ouviu frases como essas: “Fala com a sua mãe”, “Inteligente como o Pai”, “Se cuida filho". Parece clichê, mas isso se repete em todas as casas brasileiras. E quem pensa que ser filho de políticos é só ver os pais nos jornais está enganado. Esse é o caso do filho de deputado estadual Lídio Lopes (PATRI), Matheus Lopes, 17, que não curte a ausência do pai em razão do mandato de parlamentar, mas entende que isso é por uma boa causa, para ajudar a população de Mato Grosso do Sul. “Na minha visão é bom ter pai político. Nós vemos que ele quer o bem das pessoas. Prezam em ajudar. Eu fico admirado com o trabalho do meu pai. O lado ruim é que ele fica longe da gente. Ele tem pouco tempo. Eu sei que é por uma coisa boa para ajudar a população do Estado. Só que nos momentos de férias e feriados meu pai aproveita para ficar conosco”, explica Matheus, que além de ter pai deputado, é filho da vice-prefeita de Campo Grande, Adriana Lopes. 

Questionado se a mosquinha azul da política já havia lhe picado, Matheus Lopes explica que está focado nos seus estudos, na faculdade de Direito que pretende fazer,- mesma formação do pai- “ futuramente se  a vontade de Deus for que siga o caminho do meu pai como político, só o tempo que vai dizer” 

Enquanto uns não querem seguir a carreira do pai, outros assumem a herança. Esse é o caso dos irmãos Nelson Trad Filho, Marcos Trad e Fabio Trad. Todos seguiram o legado deixado pelo pai, Nelson Trad, que passou por vários cargos na política, sendo que o último foi deputado federal. 

O mais velho dos irmãos Trad, o senador Nelson Trad (PSD), mas conhecido como Nelsinho tanto em casa como na política, diz que o pai foi com certeza uma influência forte e um espelho na sua vida. Ele revela que por ser o mais velho dos irmãos viu fatos que aconteceram com o pai que o fez repensar a sua vida e, como pai e avô, mudar algumas atitudes que ele acabou passando com o pai.

“Com certeza meu pai teve uma influência forte na minha trajetória.  O pai é o espelho que os filhos querem seguir, mas um fato em particular não me fez querer ser advogado como meu pai. Meu pai foi cassado quando era vice-prefeito de Campo Grande. Teve seus direitos políticos cassados por defender a democracia. Nesse período eu era pequeno e não entendi porque meu pai tinha ido para Corumbá. Ele era preso político lá. Minha mãe me falava que ele estava participando de um júri popular e por isso que estava demorando para voltar. Isso gerou em mim uma repulsa, antipatia na profissão de advogado e, por esse trauma de infância, eu não quis ser advogado e me tornei médico”, explica o senador. 

Ele comenta que já na carreira política foi ao contrário. Ao ver o pai ajudar a população, acabou se envolvendo na política e nunca mais saiu, e também era um jeito de ficar perto do pai que era deputado federal e precisava ficar bastante tempo em Brasília. Questionado se os filhos tem alguma tendência para seguir a vida política, Nelson é direto dizendo que os filhos são traumatizados com isso. “Os meus filhos mais velhos são traumatizados com política e não se interessam pela vida política. Eles sentiram muito a nossa ausência [a ex-esposa de Nelson é Antonieta Amorim, ex-deputada estadual]. Eles têm até uma certa repulsa com essa experiência. Por isso com a minha mais nova eu estou sendo mais presente”, explica. 

O segundo mais velho dos irmãos Trad é o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD) que diferente de Nelson seguiu a carreira do pai, se formando em Direito, mas para que suas filhas não sentissem a ausência do pai como ele sentiu, nunca quis ser deputado federal. "Meu pai é e sempre será um exemplo para mim. Eu me tornei advogado porque meu pai foi. Acho que isso é como quaisquer filhos, quando o pai é policial o filho quer ser também. Comigo não foi diferente. Eu tenho ótimas lembranças do meu pai. Nem tudo foi fácil. Ele viajava muito em razão do trabalho como político, mas sempre nos dava atenção. Para meus filhos não sofrerem da distância como eu e meus irmãos sofremos que eu nunca quis ser deputado federal ou senador. Sempre quis ficar em Mato Grosso do Sul para meus filhos não sentirem minha ausência”, explica Marcos  

Ele, ao falar do pai, muda o semblante para os olhos brilhantes e um sorriso já aparece no rosto. Marcos Trad lembra que o pai sempre foi rigoroso com os filhos, mas sempre para corrigir. “Falar do meu pai é um misto de lembranças e alegrias, é um misto de saudade e lágrimas. Eu não posso mais abraçar ele, mas posso abraçar minhas quatro filhas e netas. Meu pai sempre foi muito rigoroso conosco, usava chinelo, cinto, mas sempre para correção nunca a ponto de causar cicatrizes traumáticas, mas para corrigir”, comenta o prefeito de Campo Grande.  

Ao contrário dos descendentes do senador Nelson Trad, uma das filhas de Marcos, Aline, já pensa em seguir a carreira política. “Minha filha Aline tem essa vontade de seguir a vida política e o conselho que dou é que siga em frente.” 

O caçula dos irmãos Trad, o deputado Federal Fábio Trad (PSD), também é novo com relação aos irmãos na política. Fabio conta que seu pai sempre foi e ainda é seu melhor amigo e que mesmo após oito anos de sua morte que a dor da saudade ainda está muito presente na sua vida. “Quando meu pai faleceu, disseram: - calma, Fábio, com o tempo, esta dor vai passar e o que é saudade, vai se tornar lembrança. Lamento dizer que, ao menos em relação a mim, erraram, pois todos os dias eu penso e sofro a ausência dele. Choro também, mas sempre no escuro e sozinho, aliás, sozinho não, pois Deus me consola ao me fazer sonhar constantemente com ele. É uma forma de revivê-lo. Enfim, meu pai foi e é o meu melhor amigo”, lembra o parlamentar. 

Fabio lembra ainda que o pai nunca pediu ou aconselhou que ele entrasse na vida política e sempre respeitou a decisão dos filhos. "Deixava-nos muito à vontade para seguirmos o chamado profissional. Sou advogado e professor, estou deputado. Na vida pública, inspiro-me no exemplo dele que dizia: a maior virtude na política é a coragem com lealdade.”, finaliza.

DEMORA

Após consumir milhões, trecho de avenida "volta a ser fazenda"

Cerca de arame farpado impede acesso à parte final da Avenida Alto da Serra, na região das Moreninhas, asfaltada há cerca de um ano

22/03/2025 12h30

Além da cerca de arame farpado improvisada no local, o Governo do Estado instalou placa informando que é proibido usar a via

Além da cerca de arame farpado improvisada no local, o Governo do Estado instalou placa informando que é proibido usar a via

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Depois de consumir boa parte dos R$ 53,24 milhões investidos pelo Governo do Estado na avenida que tem como objetivo principal a abertura de um novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas, a parte final da asfaltada Avenida Alto da Serra “voltou a ser fazenda”, na região sul da Capital. 

Além das fezes e da terra deixados pelos bovinos no meio do asfalto feito há quase um ano, uma cerca e um precário portão de arame farpado, daqueles que ficam presos no pé e no alto com uma argola de arame liso, impedindo o acesso são as evidências de que os cerca de 400 metros finais da avenida voltaram a ser fazenda, como eram antes da obra. 

Além dos tradicionais postes de madeira, instalados somente no canteiro central da avenida, a cerca que impede o acesso ao trecho final da via é composta por uma série de manilhas de concreto, às quais foi amarrado o arame farpado. 

Além disso, o Governo do Estado, responsável pela obra iniciada em final de 2022 e prevista para ser concluída em julho de 2024,  instalou uma placa informando que o acesso é proibido.

Moradores da região informaram que o local havia se transformado em palco de descarte de lixo e de manobras radicais de motociclistas. Por conta disso, acreditam, o acesso foi vetado. 

A evenida interditada é a primeira parte de um amplo projeto que pretende desafogar o tráfego em algumas das principais vias da região sul de Campo Grande, como Costa e Silva Guri Marques e Avenida Guaicurus e até Avenida Zahran.

Além da cerca de arame farpado improvisada no local, o Governo do Estado instalou placa informando que é proibido usar a viaManilhas de concreto substituem os tradicionais postes utilizados em cercas de arame farpado usados em fazendas

Depois de concluída, a Avenida Alto da Serra será uma espécie de continuação da Avenida Rita Vieira, que atualmente acaba na Guaicurus. Por enquanto, porém, ela acaba no meio de uma pastagem. 

O trecho final da obra, que está interditado, está concluído faz mais de meio ano e por enquanto não existe nenhuma previsão para que a segunda etapa da obra seja iniciada. 

SEM PREVISÃO

Em nota, a Agesul deu uma explicação para a demora em iniciar a segunda etapa: “Ainda aguardamos a conclusão das desapropriações, que são de responsabilidade da Prefeitura de Campo Grande, para dar sequência à segunda etapa das obras”.

Quando do lançamento da primeira fase, inicialmente contratada por R$ 41,3 milhões, foi anunciado investimento de R$ 32 milhões na segunda parte, prevendo pavimentação, drenagem, construção de ponte e instalação de ciclovia.

Em janeiro de 2023 a Agesul chegou a abrir licitação para contratação de uma empreiteira. Contudo, os trâmites foram interrompidos e a promessa feita no final de julho de 2024 era de que uma nova licitação estava prestes a ser divulgada. Até agora, porém, ela não foi anunciada.

Também em janeiro de 2023 a prefeitura de Campo Grande desapropriou 52 imóveis para permitir a implantação da nova avenida. As indenizações, porém, somente começaram depois que alguns proprietários recorreram à Justiça e até agora não foram concluídas. Juntas, elas somam pouco mais de R$ 10,5 milhões e até este valor a administração estadiaç está bancando. 

Por enquanto, a nova avenida está ligando a região das Moreninhas a uma pastagem protegida por uma cerca de arame na qual está afixada uma placa informando que na região é proibido caçar, pescar, nadar, desmatar, jogar lixo e fazer fogo, por ser uma Área de Preservação Permanente (APP).

A nova avenida termina logo depois do córrego Lageado, que recebeu uma grande ponte e para o qual foi direcionada a gigantesca estrutura de drenagem da água da chuva instalada na região. 
 

ENSINO

Prefeitura cria escola para dar cursos de educação no trânsito à motoristas, pedestres e ciclistas

A escola vai promover capacitações, treinamentos, simuladores de situações de risco e atividades voltadas para crianças e adolescentes

22/03/2025 11h30

A escola municipal de trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran

A escola municipal de trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran Foto: Roberto Ajala / Divulgação - Prefeitura de Campo Grande

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Coordenado pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Escola Municipal de Trânsito é criada em Campo Grande para capacitar motoristas, pedestres e ciclistas com cursos de educação nas vias públicas.

Com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes e promover um trânsito seguro e sustentável, a Prefeitura de Campo Grande lançou, nesta sexta-feira (21), a Escola Municipal de Trânsito.

Esta iniciativa oferecerá cursos, treinamentos e atividades educativas, preparando desde crianças até condutores para uma convivência harmoniosa no trânsito.

Segundo a prefeitura de Campo Grande, a criação da escola integra o Plano de Governo da administração municipal, que define ações estratégicas para fortalecer a infraestrutura e aprimorar os serviços públicos ao longo dos próximos anos.

De acordo com o diretor-presidente da Agetran, Paulo Silva, o trabalho na unidade de educação para crianças e adolescentes abrangerá desde o ensino fundamental até o ensino médio, incluindo os 7º, 8º e 9º anos, bem como as escolas municipais que oferecem o ensino médio.

Já para os jovens e adultos a Escola de Trânsito contará com um espaço próprio, equipado com salas de aula para cursos que serão oferecidos à população pela gerência de trânsito em parceria com as escolas municipais.

"Nossa ideia é seguir um modelo semelhante ao adotado pelo Estado, que oferece, no ensino médio, um curso de trânsito que permite ao aluno, ao completar 18 anos, vencer algumas etapas das aulas teóricas exigidas na formação para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Queremos implementar esse modelo no município, antecipando a conscientização sobre a segurança e o respeito no trânsito desde cedo", destacou Paulo Silva.

A Escola Municipal de Trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran.

ESPAÇO EDUCACIONAL

Regina Duarte, Presidente do Conselho Estadual de Trânsito e presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito, comemorou o projeto e disse que a escola terá também um papel importante junto às empresas, indústrias, comércios, entre outros.

“É muito importante porque a administração de Campo Grande, pela primeira vez, se adéqua à legislação federal, já que a lei exige que todo órgão executivo municipal de trânsito tenha sua escola pública de trânsito e, agora, a cidade vai ter a sua. A escola vai atender não só na educação, mas toda a sociedade com a capacitação, o treinamento e as formações. É muito importante para a sociedade.”

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), destacou a frota veicular da capital como um indicativo da importância de se investir na educação dos motoristas no trânsito. 

"Em Campo Grande, há aproximadamente um veículo para cada 1,9 habitantes, o que evidencia o tamanho da nossa frota circulante. Se não investirmos em educação para o trânsito desde a base, começando pelas escolas municipais e conscientizando os cidadãos sobre a importância do cuidado e do respeito às regras viárias, enfrentaremos sérios problemas nos próximos anos. Observamos que, especialmente no centro e nos bairros próximos, os horários de pico já exigem atenção redobrada e reforçam a necessidade de pensar na mobilidade urbana e nas transformações que a cidade precisa. Os desafios são grandes, e é fundamental planejarmos um futuro mais seguro e organizado para o trânsito", afirmou Adriane.

MASCOTE DA ESCOLA

Durante o evento de inauguração da Escola Municipal de Trânsito foi revelado que a Arara-Canindé será o mascote da unidade educacional;

A Arara-Canindé estilizada como agente de trânsito, de acordo com a prefeitura, simboliza o compromisso da escola com a educação para o trânsito, e a preservação ambiental, sendo uma espécie nativa de Campo Grande e símbolo da biodiversidade urbana.

Segundo a Agetran, a Arara-Canindé é uma figura icônica em Campo Grande, e sua escolha como mascote reflete a identidade local e a missão da escola. A arara representa a sabedoria, a comunicação e o respeito à natureza, e ela será um elo de ligação entre o aprendizado sobre segurança viária e a conscientização ambiental.

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