A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, por meio da Vigilância Epidemiológica, Setor da Diretoria de Vigilância em Saúde e Saneamento, informou, no início da tarde desta quarta-feira (4), a ocorrência do primeiro caso confirmado de sarampo na cidade.
É também o primeiro caso confirmado de sarampo em um morador de Mato Grosso do Sul. Antes, um médico foi diagnosticado em Campo Grande, mas trata-se de um morador de São Paulo (SP), um dos locais com epidemia da doença.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) da Secretaria de Estado da Saúde revelam que 31 casos suspeitos de sarampo foram registrados este ano no Estado, mas 27 deles já foram descartados. Em 2018, dos 54 casos investigados, todos deram negativo.
O caso desta quarta-feira (4) é o de um homem, de 52 anos de idade. Ele esteve recentemente em Jundiaí (SP), onde apresentou os primeiros sintomas de sarampo e retornou a Três Lagoas, cinco dias após o início do “exantema” (manchas e erupções cutâneas, sintomas típicos da doença).
“Esse período de cinco dias após o início do “exantema” é um período considerado de não transmissibilidade da doença, como explicam as autoridades da Saúde.
ESTADO
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde, de responsabilidade do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), informou que a contaminação do paciente ocorreu em Guararema (SP), cidade da Grande São Paulo, e não no município do interior paulista.
Segundo o texto, os sintomas apareceram em 19 de agosto e a coleta ocorreu no período que o paciente se encontrava no estado de São Paulo.
"Devido ao fato do paciente estar em Guararema durante o período de transmissibilidade, não ocorreu a circulação do vírus no município de Três Lagoas. Não há risco da transmissão do vírus referente a esse caso", informa.
A Pasta ainda completa, através da Diretoria Geral de Vigilância em Saúde, que acompanha o caso desde 26 de agosto.
"O caso continua em investigação para esclarecer todas as questões do caso", completa.
PERIGO
A notícia acontece no mesmo dia em que a Secretaria de Estado de Saúde fez alerta à população para a importância da vacinação contra sarampo para crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias.
Ao todo, Mato Grosso do Sul recebeu 23,7 mil doses extras para distribuição à população.
Durante a campanha nacional de vacinação de 2018, Mato Grosso do Sul atingiu 99,63% de cobertura vacinal contra o sarampo. Imunizando 157.502 crianças entre 1 e 5 anos de idade. Mesmo com índice positivo no alcance da população específica, a prevenção vai de encontro com os casos que vem sendo registrado em outros estados brasileiros.
Todas as crianças com a faixa etária estabelecida pelo Ministério da Saúde devem receber a chamada dose zero contra o sarampo, principalmente as que vão viajar para estados com casos confirmados da doença.
No Brasil, são 2.331 casos confirmados de sarampo em 13 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Piauí.
A vacina é a única forma de evitar o contágio da doença. Profissionais da saúde afirmam que os sintomas do sarampo aparecem em trio: 1) febre alta, acima dos 38,5°C; 2) exantema – “pintinhas vermelhas” pelo corpo, iniciando sempre pela cabeça; e 3) tosse, coriza ou conjuntivite.
A dose zero da vacina contra sarampo para bebês entre seis meses e 11 meses e 29 dias é aliada ao calendário de rotina para imunização contra a doença. Além dela, existe a dose um (tríplice viral), para crianças a partir de 12 meses e a dose dois (tetraviral), para indivíduos de 15 meses.
É importante que os pais sigam o calendário nacional de vacinação, editado pelo Ministério da Saúde, uma vez que a vacina tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a tetraviral defende a criança contra as três doenças mais a varicela, conhecida como catapora.
A vacinação de rotina contra o sarampo deve ser mantida na população de 1 (um) ano até 49 anos de idade, considerando-se o histórico anterior das vacinas que contenham componente sarampo, conforme o calendário vacinal.
A descontinuidade dessa recomendação ocorrerá quando os estados não apresentarem casos confirmados nos últimos 90 dias. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul informará oportunamente o momento em que a vacinação de crianças menores de um ano de idade deverá ser descontinuada.
* Matéria editada às 18h11 para acréscimo da nota divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde