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Imasul autorizou desmate de 35 mil hectares de mata nativa no Pantanal

Ministério Público aponta desde 2017 que autorizações do órgão estadual não respeitaram a legislação ambiental

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) autorizou nos últimos quatro anos a supressão de pelo menos 35 mil hectares de mata nativa do Pantanal em áreas de preservação, o que contraria a legislação ambiental e normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). 

O desmatamento da vegetação nativa ocorre – as licenças ainda produzem efeito – em três fazendas no município de Corumbá. Todas as licenças emitidas pelo Imasul são objeto de ações civis públicas ajuizadas no período pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

SÃO SEBASTIÃO

A ação civil pública mais recente, ajuizada no fim do ano passado, tenta impedir o desmatamento de 10.516 hectares da Fazenda São Sebastião, que pertence à empresa Majora Participações Ltda., de São Paulo (SP). 

A promotora de Justiça de Corumbá, Ana Rachel Borges de Figueiredo Nina, afirma no pedido feito ao Poder Judiciário que existem falhas em omissões graves no laudo do Imasul, que poderão causar grande impacto ambiental.

A autorização emitida pelo Imasul, segundo a promotora, entre outras falhas, não respeitou o zoneamento econômico-ecológico do estado de Mato Grosso do Sul, as resoluções do Conama, tampouco o código florestal. 

O documento do Imasul libera a retirada de 1,6 mil hectares de vegetação arbórea e de mais 8.087 hectares de pastagens nativas. O instituto estadual ainda autorizou a sapecagem (queima controlada) de mais 1,6 mil hectares.  

Conforme a promotora de Justiça, entre outras falhas, o Estudo de Impacto Ambiental analisado e liberado pelo Imasul ofereceu uma compensação ambiental desproporcional, não ofereceu medidas mitigatórias e ainda omitiu todas as áreas de preservação permanente da propriedade.  

“É inegável que a supressão vegetal e a substituição das pastagens nativas (...) poderão causar grande impacto ambiental no ecossistema da Bacia do Paraguai (Sub-Bacia do Rio Taquari), haja vista a possibilidade de causar o atropelamento e afugentamento de animais silvestres", afirmou a promotora.

"Além da alteração da qualidade do ar; a contaminação do solo; incêndios; a exposição do solo a intempéries; a perda do banco de sementes; a redução de matéria orgânica do solo; a dificuldade do fluxo gênico de fauna e flora; a extinção de espécies vegetais e animais; e a formação de processos erosivos”, continuou.

A Fazenda São Sebastião está localizada na Bacia do Taquari, região do Alto Paraguai, muito próxima a várias áreas que registram focos de incêndio.  

SANTA MÔNICA

Em outra ação civil pública, a mesma promotora de Justiça acusa falhas semelhantes em uma área ainda maior: a Fazenda Santa Mônica. 

Lá, o Imasul não teria observado a legislação ambiental vigente para liberar o desmate de 20,5 mil hectares de vegetação nativa, entre mata e pastagens.  

A guerra de liminares, que seguiu desde a 1ª instância (que retirou os efeitos da licença ambiental do Imasul), só foi concluída neste ano, depois que o presidente do Tribunal de Justiça, Paschoal Carmello Leandro, julgou de forma contrária ao último recurso ajuizado pelo Ministério Público e liberou o desmatamento. 

A Fazenda Santa Mônica, propriedade de 38,3 mil hectares no Alto Paraguai, localizada entre os rios Taquari e Piquiri, pertence ao fazendeiro e ex-vereador de Maracaju Elvio Rodrigues.  

No processo em que Rodrigues e o Imasul são acusados, foi preciso o governo de Mato Grosso do Sul acionar a Procuradoria-Geral do Estado, via pedido de suspensão de liminar (um raro recurso, em que o governador endereça o pedido diretamente ao presidente do Tribunal de Justiça), depois que Elvio Rodrigues perdeu em recursos ordinários, como agravos, por meio de seu advogado.

CRUZ ALTA

Em maio de 2018, a mesma promotora questionou outro laudo do Imasul, que também não teria respeitado o Zoneamento Econômico-Ecológico do Pantanal. 

Desta vez o alvo foi a Fazenda Cruz Alta, pertencente a várias pessoas da Família Burani, que residem em Campo Grande e em São Paulo (SP).

Nesta fazenda, a autorização do Imasul era para um desmate de 4,1 mil hectares de mata nativa e pastagem pantaneira. Para piorar a situação dos proprietários, o Ministério Publico constatou que 9,8 hectares de vegetação foram desmatados antes mesmo da expedição da autorização do Imasul, alvo da ação civil pública.

Além de não solicitar reposição florestal alguma e de não respeitar o zoneamento econômico, o Ministério Público aponta que os proprietários ainda não apresentaram estudos arqueológicos e autorização para estudos arqueológicos – embora exista a possibilidade de existência de sítios arqueológicos na área licenciada.

Também omitiram a presença de 109,52 hectares de vegetação nativa arbórea na área licenciada e ainda não fizeram e nem sequer apresentaram qualquer estudo sobre a fauna da região, entre mamíferos, aves e peixes, ameaçados de extinção.  

“Outrossim, porque as atividades de supressão e alteração de pastagens não atendem ao nível de preservação da planície e as condições históricas de sua ocupação, haja vista que as vantagens são apenas financeiras e somente atendem ao interesse do empreendedor, ora requeridos”, finalizou a promotora.  

Todos os processos ainda não foram transitados em julgado. Eles continuam tramitando na Comarca de Corumbá.

Em Campo Grande

Shoppings, escola e Corpo de Bombeiros são pontos de vacinação nesse fim de semana

Doses disponíveis são voltadas para imunização contra a gripe; confira os grupos que podem se vacinar

20/04/2024 08h21

Idosos, gestantes e crianças a partir de seis meses estão entre o público-alvo. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Em Campo Grande, dois shoppings, três unidades de saúde, uma escola municipal e o Quartel Central do Corpo de Bombeiros são os pontos itinerantes disponíveis para a vacinação contra a gripe nesse sábado (20). Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até o momento, aproximadamente 43 mil pessoas foram imunizadas, o que representa quase 15% do público-alvo.

O município deu início à vacinação contra a doença no dia 21 de março, antecipando o calendário nacional. A expectativa é vacinar ao menos 90% do público prioritário, estimado em cerca de 300 mil pessoas em Campo Grande. Inicialmente, a campanha deve ocorrer até o dia 31 de maio, conforme o cronograma do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, reforça a importância das pessoas buscarem as unidades para se vacinar. “É fundamental que as pessoas que pertencem aos públicos prioritários busquem as unidades para se vacinar. A vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos”, destacou.

A profissional da saúde explica ainda que a influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, sendo este um vírus de elevada transmissibilidade com distribuição global. "A tendência é de disseminação fácil, resultando em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias”, complementa Rosana.

Neste ano, a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra três tipos de cepas de vírus em combinação: a. A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09; b. A/Thailand/8/2022 (H3N2); c. B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria), conforme a Instrução Normativa (IN) no 261, de 25 de outubro de 2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Onde se vacinar?

20 de abril (sábado)

  • Shopping Norte Sul – 10h às 18h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30
     
  • USF Moreninha – 7h30 às17h
  • USF Caiçara – 7h30 às 17h
  • USF Serradinho – 8h às 12h
     
  • E. M Fauzi Gattas Filho – 8h às 12h

21 de abril (domingo)

  • Shopping Norte Sul – 11h às 19h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30

Grupos prioritários

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  • Pessoas de 60 e mais
  • Gestantes
  • Puérperas
  • Indígenas vivendo fora de terra indígena
  • Indígenas vivendo em terra indígena
  • Trabalhadores de saúde
  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos)
  • Adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos)
  • População privada de liberdade (18 anos e mais)
  • Funcionário do sistema de privação de liberdade
  • Comorbidades
  • Professores
  • Pessoas em situação de rua
  • Forças de segurança e salvamento
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso
  • Trabalhadores portuários

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

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