Cidades

FOGO

A+ A-

Ações de prevenção reduzem em 81% os focos de calor no Pantanal de MS

Em 2020, o bioma registrou o maior número de ocorrências nos últimos cinco anos, com 2.595 incêndios

Continue lendo...

Na tabela dos dez municípios brasileiros com maior número de focos concentrados de 2017-2021, Corumbá ainda se mantém na segunda posição, com 502 incidências, de 1º de janeiro a 25 de julho. No entanto, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a incidência de focos de calor no Pantanal de Corumbá reduziu em 81% de janeiro a julho de 2021, comparado aos incêndios dos últimos cinco anos no bioma.

No mesmo período de 2020, o número de focos foi recorde em cinco anos, com 2.595 ocorrências, uma elevação de 149%.

Para o governador Reinaldo Azambuja, a estatística do Inpe demonstra um cenário altamente positivo, evidenciando a eficácia do plano estratégico de prevenção e combate aos focos de calor lançado pelo Estado, onde o Corpo de Bombeiros, atuando apenas com seu efetivo, tem dado resposta imediata aos desastres.

Últimas notícias

“Temos investido muito para equipar nossos bombeiros e atuado de forma integrada, envolvendo outros órgãos, como o Ibama, Imasul e PMA”, disse.

Azambuja salienta ainda, o treinamento que os militares do Corpo de Bombeiros ofereceram aos peões de fazenda em regiões com alta incidência de incêndios.

“O resultado desse treinamento foi imediato e surpreendente, atingiu centenas de trabalhadores e muitos já atuaram na frente do fogo, na união das fazendas, não esperando a chegada dos bombeiros em áreas onde o acesso terrestre não é possível”, comentou o governador.

Monitoramento 

Conforme o governador, a vigilância dos bombeiros e dos setores de fiscalização tem sido diuturna no bioma pantaneiro e nos parques estaduais, com monitoramento aéreo e por imagens de satélites. 

Na avaliação do comandante-geral do CBMMS, coronel Hugo Djan Leite, os decretos estaduais de situação de emergência e de proibição da queimada controlada foram fundamentais para o trabalho preventivo.

Nesta segunda-feira (26), incêndios de proporção mediana estão sendo combatidos pelos bombeiros no Paraguai-Mirim e Porto Esperança, ao norte e sul de Corumbá, como parte da Operação Hefesto. 

No Porto Esperança, as chamas avançaram sobre a vegetação e chegaram a destruir os dormentes da antiga ferrovia Noroeste do Brasil. 

“Localidade onde é possível chegar somente de barco”, informou o major Telles Ribeiro, coordenador da operação.

Formação de brigadistas

No Pantanal de Corumbá, mais de 40 fazendas sediaram o treinamento dos trabalhadores rurais para a formação de brigadas realizado por duas guarnições do Corpo de Bombeiros. 

O sindicato rural do município estima que mais de 100 peões foram capacitados com aulas teóricas e práticas de campo, entre maio e julho, incluindo também noções de primeiros socorros. Na região do Paiaguás, os bombeiros foram transportados de helicóptero.

“É uma iniciativa inédita do governo, cujos efeitos podemos observar no controle de incêndios pelos próprios moradores”, disse o presidente da entidade, Luciano Aguilar Leite. “A formação dessas brigadas nos dá um pouco mais de tranquilidade, sabendo que podemos combater o fogo com conhecimento e eficiência, não dependendo apenas dos bombeiros, os quais, muitas vezes, não conseguem chegar no foco. Hoje todas as fazendas estão unidas”, frisou.

Além da capacitação, as ações preventivas identificaram através de coordenadas as regiões de difícil acesso e de maior probabilidade de incidência de fogo, existência de pista de pouso e estrutura das fazendas em relação a equipamentos e maquinários para combate aos incêndios.

“Esse levantamento auxilia na pronta resposta ao fogo, foi um trabalho muito produtivo”, explicou o tenente-coronel Luciano de Alencar, comandante da unidade do CBMMS de Corumbá.

Socorro aos vizinhos

O grau de satisfação das comunidades rurais com a instrução levada pelos bombeiros a regiões onde o Estado não era presente, pelas dificuldades de acesso e longas distâncias, foi destacado pelo comandante, citando que a capacitação chegou a propriedades situadas na região do Piquiri, divisa com Mato Grosso, distante cerca de 170 km em linha reta de Corumbá. 

O trabalho também foi realizado com os extrativistas da Apa Baía Negra, em Ladário.

Envolvendo 30 trabalhadores, a formação de brigadas se estendeu à propriedade da BrPec, no Pantanal de Miranda, onde o fogo foi intenso no ano passado. 

O curso de 16h/aula foi realizado por oito bombeiros, sob o comando do coronel Huesley Silva. 

A prova prática foi desafiante para a nova brigada, que atuou por várias horas no combate ao fogo em uma área de antiga plantação de eucaliptos, operando com caminhões-pipas, tratores e patrolas.

“Hoje podemos dizer que temos uma equipe preparada para combate aos incêndios”, avaliou Juarez Sena Silva, que coordena o setor de segurança da fazenda, sede da Operação Pantanal em 2019. “Primeiramente, visamos a prevenção do meio ambiente e agora temos meios para evitar a destruição que ocorreu no ano passado. Temos estrutura de maquinários, faltava a capacitação para atuar de forma eficaz e também socorrer os vizinhos”, completou.

Assine o Correio do Estado

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

Continue Lendo...

O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

Assine o Correio do Estado

Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

Continue Lendo...

As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

Assine o Correio do Estado.


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).